Colunistas

Cláudio Humberto

"Algo de muito estranho pode estar acontecendo na República"

Roberto Freire, ex-deputado, sobre os despachos de Lula mesmo dentro de uma UTI

Continue lendo...

Pequenas cidades merecem vereador sem salário

Aspásia, Flora Rica e Sagres e uma dúzia de municípios de São Paulo, o mais rico do País, gastam toda receita para sustentar suas câmaras municipais. Só para salários a vereadores. A situação é mais cruel em quase 4 mil dos 5,5 mil municípios brasileiros, que tampouco arrecadam o suficiente, reforçando o clamor de acabar com salário de vereador (e assessores) em cidades de até 50 mil habitantes. Era assim até os anos 1970, quando o general Ernesto Geisel resolveu fazer demagogia. 

Cara demagogia

Geisel estendeu salários para vereadores de pequenas cidades, onde a Arena tinha chances contra o MDB, que arrasava nas grandes cidades.

Esforço de todos

Cada cidadão paulista, incluindo crianças, tiram do bolso R$118,62 para bancar vereadores, seus assessores, suas mordomias e seus privilégios.

Projeto corajoso

Em 2011, projeto do senador Cyro Miranda (PSDB-GO) restabelecia o vereador sem remuneração em cidades de até 50 mil habitantes.

Morreu na gaveta

O senador Cyro obteve apoio de 30 colegas, mas o projeto sucumbiu ao lobby dos vereadores, cabos eleitorais de senadores e deputados.

Presidente dos Correios
beneficia banca da mulher

Ao assinar o Contrato de Confissão de Dívida, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, acabou beneficiando a banca de advogados da mulher, escritório Mollo & Silva. Com a intrigante assinatura, que sepultou o questionamento da dívida, o Mollo e Silva pode morder uma beirada da causa de mais de R$7,5 bilhões, por ter atuado na ação. Os Correios dizem que Fabiano não tem vínculo familiar com sócios do escritório e nega conflito de interesses. Fabiano é ligado ao grupo de ativistas do PT Prerrogativas e amigo do deputado Zeca Dirceu (PT-PR).

É a dona 

Inscrição na Receita Federal mostra Renata Mollo dos Santos como “sócio administrador” do Mollo dos Santos Sociedade de Advogados.

Negócio familiar

Renata é casada com Fabiano, como atesta certidão em poder da coluna. Outro sócio é irmão do presidente dos Correios.

Contracheque

A canetada pode custar o 13º dos trabalhadores. Alguns temem “dever” a estatal, após a admissão da dívida que terá de ser paga.

Terra de pistolão

A avaliação interna na Secom é que Paulo Pimenta, cujo cafezinho já é servido frio, será demitido por não se articular. Faz pose de chefão, mas não manda. Os secretários da pasta são todos apadrinhados de alguém.

Regula por isso?

A internet não perdoa mesmo. Montagem que viralizou nas redes sociais mostra Lula e Janja em uma agência bancária em alusão ao famoso caso do “Tio Paulo”. A sorridente ‘Janja’ ainda solta um “assina, tio”.

Causa perdida

Tem tudo pra cair o arroxo “Malddad” no BPC defendido por Fernando Haddad (Fazenda). Políticos de centro e até da esquerda dizem que não vão comprar a briga sendo que até o PT do Lula fala que é contra.

Cofre aberto

Até sexta (13), já beirava R$1,7 bilhão a fatia de emendas parlamentares que o governo Lula desenrolou para ver se consegue votos para aprovar o pacotão fiscal do ministro Fernando Haddad (Fazenda), o Malddad.

Cancela tudo

Na tentativa de concluir o relatório do projeto dos cortes, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) mandou cancelar toda a agenda do fim de semana. Diz que vai ficar em Brasília e fechar a conta.

Não passa

Relator do pacote de gastos, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) avisou que o texto enviado pelo governo não vai passar como está. Chamou de ponto sensível o corte no Fundo Constitucional do DF.

Valha-nos, Deus

Corretoras de valores informam a seus clientes que o pulo na Selic, de 1 ponto percentual, não deve ser o último anunciado pelo Banco Central. A expectativa é de ao menos mais duas altas na mesma magnitude.

Recordar é viver

Os casos não são comparáveis, mas viralizou um antigo vídeo em que o porta-voz Antonio Britto “tranquilizava” o País sobre o paciente Tancredo Neves, usando palavras semelhantes sobre o estado de saúde de Lula.

Pensando bem…

…ainda cabem surpresas em 2024.

PODER SEM PUDOR

A origem dos charutos

Deputado da UDN gaúcha, o general Flores da Cunha escandalizou a Câmara ao defender o presidente Getúlio Vargas da acusação do líder da sua bancada, Carlos Lacerda, de ser conivente com a corrupção. Getúlio ficou encantado e mandou uns charutos para o general, mesmo temendo sua reação. O funcionário do Catete encontrou-o numa roda de parlamentares: “Trago uns charutos que o presidente mandou.” Flores da Cunha se fez de desentendido: “Que presidente, meu filho?” O cuidadoso portador da encomenda disfarçou: “O presidente do Flamengo”. O general se derramou: “Ah, bom. Então dê cá os charutos!”

ARTIGOS

Infância: é preciso explorar a vida fora das telas

03/01/2025 07h45

Arquivo

Continue Lendo...

O uso excessivo de telas na infância é uma preocupação crescente. Embora a tecnologia traga benefícios, como o acesso à informação e ao aprendizado interativo, sua utilização descontrolada pode acarretar problemas para o desenvolvimento físico, mental e social das crianças. 

Na primeira infância, as conexões neurológicas são moldadas pela interação com o mundo. O acesso livre ao celular e tablets nessa fase pode retardar a evolução e prejudicar essa dinâmica neurológica, representando atraso na fala, comprometimento de habilidades motoras, redução na capacidade de formar laços e maior dificuldade em regular emoções e comportamentos. 

A frequente exposição aos eletrônicos altera o circuito de recompensas do cérebro e gera a busca constante por estímulos rápidos e imediatos, o que compromete a capacidade de atenção, as formas de lidar com frustrações e até o engajamento em atividades não digitais. 

Esse cenário pode levar a quatro comprometimentos fundamentais: deficit de atenção (incapacidade de manter o foco que afeta muitas funções cognitivas e de desenvolvimento); privação do sono, o que dificulta a aprendizagem e o controle emocional; redução da interação social; e, por último, a grande questão do vício. 

Hoje, muitas crianças que vão à praia, lugar com uma série de estímulos para brincar, consideram o passeio extremamente chato. A consequência disso é o aumento brutal de adoecimento mental, transtornos de ansiedade e depressão. 

As telas e os algoritmos têm mecanismos altamente aditivos feitos para causar dependência, com o objetivo de nos vender produtos e fazer com que a nossa atenção fique cada vez mais vinculada a elas, o que é particularmente prejudicial nas fases do desenvolvimento infantil. 

Um dos antídotos, portanto, é o brincar livre, principal maneira de exploração da vida. E, muitas vezes, essa prática pressupõe uma experiência não supervisionada, o que é um fator interessante. A gente não só expõe muito à tela como hiperprotege as crianças em uma fase em que elas precisam estabelecer e descobrir limites, físicos e sociais. 

Por isso, as famílias precisam estimular atividades exploratórias, em que a criança vai testar caminhos, eventualmente vai se machucar, se arranhar, e isso faz parte do processo. Em casa, os pais devem estabelecer limites claros para o uso de tela e oferecer alternativas, como jogos de tabuleiro, leitura, esportes, interações no brincar na rua, nos parques, principalmente com a natureza.

É necessário criar um ambiente rico de interações humanas e desafios não digitais, dialogar e monitorar conteúdo, caso seja oferecido. Eu falo aqui não só como psicólogo, mas principalmente como pai de uma criança de dois anos e oito meses que sabe das dificuldades de fazer isso. 

No livro “O Leão da Bochecha de Balão e a Redescoberta do Play!”, abordo, de maneira lúdica e infantil, a questão do uso excessivo de telas. O personagem principal, um leãozinho, acaba aprisionado por sua dependência e fica triste. Ele e suas bochechas de balão simbolizam essa criatividade potencial que vai murchando. 

A ideia é trazer à tona um debate. É um livro para ser lido em voz alta, entre pais e filhos. E ele tem uma mensagem clara, inspiradora, reforçando um estilo de vida mais ativo. Quando o leão redescobre o brincar, ele percebe o prazer das interações genuínas, recupera a energia, a criatividade e a conexão com a vida. E é exatamente isso que queremos para nossas crianças. Sem dúvidas, cabe a nós, pais, escola e sociedade, oportunizar essa qualidade de vida a elas.

ARTIGOS

Ano novo: hábitos novos?

03/01/2025 07h30

Arquivo

Continue Lendo...

Com a chegada do novo ano, é comum ver amigos e familiares entusiasmados com projetos que estavam apenas no papel. Surgem promessas como: “Vou perder 20 quilos!”, “Vou à academia todos os dias!” ou “Vou economizar para aquela viagem dos sonhos!”. Mas, ao longo do ano, a maioria dessas resoluções acaba abandonada. Por quê?

O problema está nas metas em si ou na forma como as encaramos? Minha dica é substituir objetivos grandiosos e imediatos por um compromisso mais significativo: a criação de novos hábitos.

Por que os hábitos superam as metas? As metas, especialmente as mais ambiciosas, muitas vezes nos levam à frustração quando não são alcançadas rapidamente. Pense na clássica situação: “Já que comi uma fatia de bolo, a dieta está perdida”. Esse tipo de pensamento, baseado no imediatismo, acaba sendo o maior inimigo dos nossos planos.

Por outro lado, os hábitos são construídos gradualmente. Eles não exigem resultados instantâneos, mas consistência. Imagine trocar o foco de “perder cinco quilos por mês” para a adoção de uma caminhada diária de 20 minutos. Pequenas ações diárias, que parecem simples no início, são as que nos levam às grandes transformações.

Outro fator que prejudica nossos planos são metas mal estruturadas. Ao criar objetivos pouco realistas, colocamos sobre nós mesmos uma pressão desnecessária. Por exemplo, alguém que planeja uma viagem internacional sem planejamento financeiro pode retornar com belas fotos, mas também com dívidas que aumentam o estresse e anulam o prazer do momento.

Como evitar frustrações? Em primeiro lugar, seja honesto consigo mesmo. Crie metas simples, mensuráveis e alcançáveis. Em vez de dizer “Vou emagrecer 20 quilos”, pense em melhorar sua relação com a comida e incluir exercícios na sua rotina. Lembre-se: o progresso acontece quando focamos no processo, e não apenas no resultado final.

Da mesma forma, se o objetivo é economizar dinheiro, em vez de definir um valor alto como meta, comece monitorando suas finanças semanalmente e identificando onde pode cortar gastos. E não se deixe levar pelo pensamento do “já que” – como em “Já que fiz um gasto desnecessário, vou gastar mais”. Perdoe-se pelos deslizes e continue no caminho.

Escolher um hábito de cada vez é essencial. Tentar mudar muitos aspectos da vida simultaneamente pode levar ao desgaste e à desistência. Utilize atividades já inseridas na sua rotina como aliadas. Por exemplo, enquanto toma o café da manhã, reserve um momento para organizar mentalmente o dia. Essas pequenas mudanças ajudam a criar um efeito cumulativo positivo.

Lembre-se de que listas intermináveis e metas inalcançáveis são mais fáceis de abandonar. Prefira transformar cada etapa em uma oportunidade de investir em você mesmo. Encontre significado nas mudanças e priorize a construção de hábitos que tragam benefícios duradouros.

O segredo não está em prometer o impossível, mas em valorizar cada passo dado. As grandes mudanças acontecem com constância, paciência e determinação – um dia de cada vez.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).