Os dados do mais recente Anuário da Segurança Pública no Brasil trouxeram boas notícias para Mato Grosso do Sul. O Estado figura entre os mais seguros do País, com indicadores que superam os de muitas outras unidades da Federação. Esse cenário, embora positivo, não elimina a necessidade de atenção constante e de políticas públicas eficientes para manter e aprimorar a segurança da população.
A sensação de segurança é, em boa medida, perceptível nas ruas das principais cidades sul-mato-grossenses. Em Campo Grande, por exemplo, ainda que haja bairros onde a cautela é necessária, o cidadão pode, de forma geral, caminhar com seu celular à vista sem o receio constante de um assalto – algo infelizmente raro em outras capitais brasileiras. Em Dourados e em outros centros urbanos, essa mesma percepção se repete, evidenciando que, apesar dos problemas pontuais, há avanços reais no cotidiano das pessoas.
Outro aspecto importante revelado pelos dados é que Mato Grosso do Sul não acompanha a preocupante tendência nacional de aumento da violência policial. O Estado tem se mantido fora das estatísticas mais alarmantes nesse campo. E há progresso em uma das áreas mais delicadas da segurança: os crimes de feminicídio e violência doméstica.
Segurança pública é tarefa contínua. Requer investimentos, planejamento e presença efetiva das forças de segurança. Nesse sentido, o papel da Polícia Militar é digno de destaque. O policiamento ostensivo, quando bem executado, não apenas combate o crime, mas também gera uma valiosa sensação de segurança – algo fundamental para a qualidade de vida. O trabalho ostensivo da PM, associado à atuação das demais forças de segurança, forma uma rede de proteção perceptível no cotidiano.
Não se pode, no entanto, ignorar que fatores econômicos também exercem influência direta sobre os bons indicadores. Mato Grosso do Sul tem uma das menores taxas de desemprego do Brasil e atrai vultosos investimentos do setor privado, o que favorece o desenvolvimento social e contribui para a estabilidade. Menos desemprego significa, frequentemente, menos criminalidade.
Apesar dos bons resultados, há um problema grave que ainda precisa de enfrentamento mais rigoroso: o tráfico de drogas. Mato Grosso do Sul continua sendo o maior corredor de passagem de entorpecentes como maconha e cocaína. As drogas que entram pelas fronteiras do Estado abastecem o Brasil e alcançam até países da Europa e da África. A presença de facções criminosas nas regiões de fronteira é um alerta permanente. Combater esse fluxo exige mais atenção da União, investimentos federais em inteligência e tecnologia e presença permanente de forças especializadas.
Como mostrado em reportagens recentes, outro ponto que merece vigilância é a escalada da violência urbana alimentada por disputas entre facções. A prevenção da criminalidade precisa ser articulada entre o policiamento ostensivo, as ações sociais e repressão ao crime organizado. É fundamental evitar que a paz nas cidades seja comprometida por confrontos importados de outros centros urbanos.
No balanço geral, MS apresenta um quadro favorável de segurança pública. É um alívio, em meio ao cenário preocupante de violência em várias partes do Brasil. O Estado acerta ao investir na área e manter uma atuação integrada de suas forças de segurança.




