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Giba Um

"Eu não vou tirar nenhum fuzil. O que tem, não tem por que você tirar.

Vamos garantir é que a Guarda Civil tenha o armamento adequado com sua função", de Guilherme Boulos, sobre armas da GCM.

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Reduzidos para apenas 10 minutos de duração, a maior parte das emissoras sequer está sendo afetada pelos reclames dos candidatos. O horário passou a ter uma função sanduiche, sendo exibido em duas partes do mesmo formato. Na Record, por exemplo, as inserções noturnas de José Luiz Datena e companhia bateram todas as atrações do SBT. 

Mais: Dados consolidados de audiência na Grande São Paulo revelam que o bloco noturno do Horário Político teve média de 4,8 pontos na Record e as promessas feitas por Datena tiveram mais ibope que os programas da rede. O SBT não conseguiu emplacar nenhuma atração com mais audiência do que o bloco do Datena.

Ensaio de aniversário

A modelo Yasmin Brunet foi escalada pelo Grupo Globo (Gshow e Multishow) para cobrir os bastidores do Rock in Rio (de 13 a 22 de setembro) ao lado do ator Diego Martins. Em recente entrevista Yasmin contou que perdeu 8 quilos em dois meses e que a mudança foi muito mais pela saúde do que pelo estético. Diagnosticada do lipedema (doença vascular crônica que causa o aumento desproporcional de gordura nas pernas e algumas vezes nos braços, provocando dor) ela conta que finalmente conseguiu retirar o glúten de sua vida e que era “grande vilão. “Já perdi oito quilos desde o começo, mas quando você tira o que inflama o corpo, tudo funciona muito rápido. Fora a parte mental, o estresse, a falta de sono, a ansiedade, tudo isso influencia no corpo e acaba melhorando quando você decide fazer uma mudança saudável em sua rotina e alimentação. Cortei o glúten total, diminui muito a lactose e diminui açúcar também que é extremamente inflamatório. Tenho uma alimentação normal com proteína, carboidratos, gordura etc. Não me privo de nada que seja comida, mas diminui muito nas besteiras que a gente come normalmente”. Mais: a modelo desmentiu a volta com o surfista Gabriel Medina: “Não voltei! Óbvio que não Jamais! Não vai acontecer mesmo. É impossível. Tenho certeza absoluta disso, principalmente do jeito que terminou. Não sei até hoje o porquê, mas foi olhando para o chão. Ele não conseguiu nem olhar na minha cara”.

Novo capítulo da polarização

O ex-presidente Jair Bolsonaro está empenhado em nova manifestação na Avenida Paulista aproveitando a data de Sete de Setembro. Haverá carros de som, elogios a Elon Musk, que se queixa de “ser perseguido” e cartazes “pedindo a cabeça” do ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro convidou Pablo Marçal para estar a seu lado: só não pode haver discurso. Em Brasília, haverá comemoração com desfile de carros militares e presença de ministros, autoridades verde-oliva, ministros do Supremo e um convidado especial, Alexandre de Moraes. Lula quer evidenciar seu apoio ao ministro. Quem fez os convites foi o ministro da Defesa, José Mucio, em nome do presidente. Será pela manhã; à tarde, na Avenida Paulista, bolsonaristas levarão um grande boneco do “Xandão”. O prefeito Ricardo Nunes, provavelmente, não irá à manifestação da Avenida Paulista. Pode acontecer muita coisa, ninguém sabe. Por enquanto é mais um capítulo da insuportável novela.

Desistiu

O deputado e presidente do Republicanos Marcos Pereira (SP) acaba de renunciar de sua candidatura a presidente da Câmara. Decidiu apoiar o líder do seu partido na Casa Baixa, Hugo Motta (PB) até porque é tão ou mais próximo de Arthur Lira do que Elmar Nascimento. A decisão para apoiar Motta mina a candidatura de Elmar. Pesa contra ele a rejeição a seu nome (Nascimento é deputado da Bahia).

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Atacando de modelo

Nacionalmente conhecida, uma das maiores influenciadoras do segmento de moda e lifestyle,  tanto que está sempre presente nas principais semanas de moda, como as de Nova York, Londres, Milão, Paris, Silvia Braz que também é empreendedora aceitou o desafio e posou para nova campanha da Hering. Hoje aos 44 anos, tem três filhas (Maria Vitória, 21; Maria Antônia, 18; e Maria Isabela, 8, fruto do relacionamento com o empresário Glauco Braz (se separaram em 2019) em recente entrevista disse que apesar de ser de uma classe social mais alta sempre gostou de trabalhar. “Sempre fui extremamente comunicativa e sempre quis trabalhar cedo e ser independente. Quando ainda estava na escola, por volta dos meus 14 anos, todo dezembro trabalhava como vendedora na loja da mãe de um amigo, e lá eu já era campeã de vendas do item mais caro, que eram os relógios da marca Bulova. Vendia todos!”.

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Resultado

Antes de decidir renunciar à sua candidatura à presidência da Câmara, Marcos Pereira, presidente do Republicanos, teve uma conversa longa com Gilberto Kassab, secretário do governo de Tarcísio de Freitas e presidente do PSD. A conversa era sobre a sucessão de Arthur Lira na presidência da Casa, Kassab reafirmou para Pereira e depois, para Lula, que Antônio Brito (PSB-BA) será candidato. Há quem diga que Pereira descobriu uma dobradinha acertada entre Brito e Elmar mais à frente, que poderiam enterrar as aspirações dele.

Cena de teatro

Apear das ofensivas contra Elon Musk, extensivas ao próprio Lula, que já foi chamado de “cão de colo de ministro”, as fichas ainda estão sendo jogadas entre o X e o Judiciário. A CEO Global da empresa, Linda Yaccarino, deve vir ao Brasil para conversações. A Starlink recua, atende Alexandre de Moraes e vai suspender – e se tiver de pagar, paga. O movimento diplomático com a CEO global diz pouco. Nos Estados Unidos, a imprensa especializada diz que Linda não tem o menor poder (o dono  e o CEO de fato é o próprio dono). Há quem diga que tudo inspira uma opereta e que o empresário é o bufão. 

Pérola

“Eu não vou tirar nenhum fuzil. O que tem, não tem por que você tirar. Vamos garantir é que a Guarda Civil tenha o armamento adequado com sua função”, 

de Guilherme Boulos, sobre armas da GCM.

Juros de volta

Analistas bem informados apostam que a expectativa do Banco Central é que o emprego e a renda da população sigam aumentando até o final do ano. essa perspectiva, contudo, terá como contrapartida um aumento da Selic na cada dos 11% até dezembro de 2024, conforme consenso das casas bancárias com acerto nos primeiros sete meses do ano. A XP, conforme o Infomoney, vai além e prevê uma taxa de 11,75%. Alega que dará credibilidade ao futuro presidente Gabriel Galípolo. Já o Boletim Focus se contenta com uma Selic de 11,50%.

Doações de campanha

As doações para campanhas eleitorais das capitais brasileiras já bateram os R$ 358,6 milhões, revelam os dados de prestação de contas do TSE. São 27 partidos, com ao menos um candidato à prefeito. Desses, seis nanicos ainda não prestaram contas: Democracia Cristã, PCB, PCO, PRD, PV e Sustentabilidade. União Brasil lidera a lista de maiores doações, R$ 62,6 milhões, seguido por PL R$ 55,6 milhões e MDB, R$ 45,3 milhões. Na média de doações por candidatos, o PSB soma R$ 5,9 milhões, graças a Tabata Amaral, queridinha da Faria Lima. O PSD tem R$ 5,3 milhões.

MST na Venezuela

Parlamentares da “bancada bolsonarista”, liderados por Eduardo Bolsonaro, querem acionar o TCU. Vão pedir formalmente ao Tribunal de Contas que investigue a origem dos recursos usados para custear a recente viagem de uma delegação do MST à Venezuela. Os sem-teto se encontraram com Nicolás Maduro que chegou a usar o tradicional boné do movimento. Só que os bolsonaristas não estão preocupados com isso. A simples ida ao TCU já dará munição de sobra para extrema direita torpedear o governo Lula e o PT e as redes sociais. Serve para alimentar as redes de oposição – e mais nada.

Recuou

Um grande elenco político tem atuado para destravar a compra do terreno e a consequente construção do futuro estádio do Flamengo. Além de Lula e o prefeito Eduardo Paes, também o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, trabalha no acordo entre o clube e a Caixa Econômica. É tanto atacante que o banco recuou. Originalmente dona do terreno, a Caixa desistiu de brigar judicialmente para anular a desapropriação da área, feita pela prefeitura do Rio e posterior leilão de venda do imóvel para o Flamengo. O banco ainda negocia contrapartidas para a cessão da propriedade. Ibaneis tem ajudado: é parceiro do clube que tem o patrocínio do Banco Regional de Brasília, no valor de R$ 40 milhões.

Baixar a bola

O presidente do clube de futebol Vitória, Fábio Mota deverá ser forçado a rever algumas de suas convicções. Sua intenção de vender apenas 49% do SAF do clube tem esbarrado na falta de interessados. Nenhum investidor topa, mais ainda se for estrangeiro, esse jogo: aportar capital na SAF sem ter as rédeas do negócio, sujeitando-se à Associação, que seguiria acionista majoritária. No ano passado, Mota anunciou que havia seis propostas de candidatos a entrar no capital da SAF. Nenhum deles pisou, até hoje, no gramado. E se o Bahia vale R$ 1 bilhão, o Vitória vale R$ 3 bilhões. 

MISTURA FINA

“No meu governo, não existem presos políticos” – foi o primeiro comentário do presidente Lula depois de Nicolás Maduro dar a ordem de prisão para Edmundo Gonzales. Malgrado as tentativas de aproximação dos diplomatas, Maduro não está nem um pouco disposto a qualquer conversa, considera-se o “reeleito” presidente por mais nove anos e chega de intromissão. Com suas milícias transformadas numa “Gestapo chavista”, manda intimidar famílias em suas casas e caça jornalistas nas redações. Contra o resultado das eleições, 30 foram mortos, dois mil detidos.

A Polícia Civil de São Paulo salvou a vida de mais uma autoridade “condenada à morte” pelo PCC. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, seria assassinado em um esquema comandado por criminoso preso por posse de arsenal, incluindo metralhadora 7’62x51, fuzil HK 47, coletes, capacetes balísticos e muita munição. Derrite não é o primeiro marcado para morrer pelo PCC, acabou sendo salvo pela polícia paulista.

O apresentador José Luiz Datena, candidato à prefeitura de São Paulo, deverá ser submetido a um procedimento cirúrgico em seu coração depois das eleições. Nestes dias submeteu-se a novos exames no Sírio-libanês. Na saída o hospital, disse que deverá se submeter a nova cirurgia após a disputa eleitoral. “Vou fazer o sétimo cateterismo e colocar o sétimo stent”. Na semana passada, Datena também se sentiu mal de madrugada por causa de uma crise de diabetes.

Jair Bolsonaro aparece em dois segundos na campanha de Ricardo Nunes no horário gratuito da TV e rádio – e distante do prefeito-candidato. Nos raros palanques (em caminhadas, nem pensar), o mesmo Bolsonaro é avis rara. Quem convoca a galera, levanta o braço de Nunes e repete que ele é ideal para permanecer na prefeitura é o governador paulista Tarcísio de Freitas – e sempre está animado. Nunes descobriu que Tarcísio carrega votos; Bolsonaro, não (há uma debandada de bolsonaristas para Marçal).

In - Suco de jaboticaba

Out - Suco de goiaba

*Colaborou Paula Rodrigues

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Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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