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As rainhas do Brasil

Juca Kfouri: Apesar do machismo vigente, Brasil é capaz de começar a ter rainhas em série

Confira a coluna de Juca Kfouri deste domingo (11)

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A proclamação da República, em 1889, desaguou num mar de reis e rainhas pelo Brasil afora.

À falta de uma monarquia respondemos com o Rei do futebol, o maior rei de todos, com a Rainha do futebol, Marta, e com uma série interminável de monarcas.

Temos o Rei da Batida, o Rei da Pamonha, o Rei do Filé, o Rei do Gado, até o rei da cocada preta.

Sim, temos mais reis que rainhas, e apesar do machismo vigente é capaz de começarmos a tê-las em série.

Verdade que uma rainha como Marta ainda desperta restrições como vimos em torno da tola polêmica se ela deveria ou não ser escalada para enfrentar os Estados Unidos.

Tão tola como desinformada por aqueles que perguntavam o que foi que ela ganhou com a seleção brasileira, esquecidos de que simplesmente, enquanto a discussão atingia o auge, a Rainha Marta já tinha assegurada, simplesmente, sua terceira medalha de prata olímpica. Repitamos: a terceira medalha olímpica!

Alguém tem dúvida que Rebeca Andrade está perto de ser proclamada Rainha da ginástica? Que Bia Souza mais um pouco será a Rainha do judô?

Temos um problema no quesito monárquico em relação ao vôlei de praia: a mineira Ana Patrícia ou a sergipana Duda, quem será a rainha?

Na dúvida, considerando que já temos um rei mineiro, de Três Corações, talvez a coroa deva ir para a nordestina, embora a região já tenha a alagoana Marta.

Fato é que mais que nunca a mulherada bronzeada mostrou seu valor e deu origem às melhores sacadas, como a de que na festa da delegação brasileira os rapazes entraram com os salgados e as meninas com as medalhas.

Brincadeira que Pio, que Isaquias, Medina, Willian Lima, Caio Bonfim, Augusto Akio e Edival Pontes hão de levar numa boa, com espírito esportivo, medalhados que também são com muita dedicação e brilho.

ALEGRIA OLÍMPICA

Foram dias de muitas emoções, de cenas magníficas, de dramas, de muito choro para o bem e para o mal.
Difícil voltar à normalidade, embora seja impossível viver mais que duas semanas com tanta intensidade, ainda mais no fuso francês.

DEMAGOGIA OLÍMPICA

Em vez de, enfim, formular uma Política Esportiva para o país, o governo Lula, que trocou Ana Moser por Fufuca, preferiu, pressionado pelas redes antissociais, isentar os medalhistas do pagamento do imposto que todo brasileiro paga ao receber salários ou prêmios por seu trabalho.

Populismo barato que não resolve coisa alguma nem homenageia os vitoriosos na proporção que merecem, porque medida de curtíssimo prazo e vigência.

MENTIRA OLÍMPICA

A grande mentira pregada por Carlos Nuzman para vender a ideia de sediar a Olimpíada de 2016, a de que seria o pontapé inicial do Brasil poliesportivo, é desmascarada a cada nova edição dos Jogos.

Sediar Olimpíada deve coroar processos que fazem de um país potência esportiva, jamais como primeiro passo.

O Rio fez linda festa do começo ao fim, ninguém teve de dormir fora do quarto por causa de calor, a Baía da Guanabara estava aparentemente em condições até melhores que o rio Sena, mas não resultou em progresso algum na formação de mentalidade olímpica.

Nem muito menos concorreu para a democratização do acesso à prática esportiva, como agente de saúde pública, que deveria ser a prioridade.

TRISTEZA OLÍMPICA

Impossível não pensar em todos os atingidos pelo desastre aéreo em Valinhos.

Terrível paradoxo: a comemoração das medalhas em meio à dor pela perda de tantas vidas.

Cláudio Humberto

"É preciso garantir o direito dos denunciantes e o direito de defesa"

Macaé Evaristo, convidada por Lula para assumir o Ministério dos Direitos Humanos

10/09/2024 07h00

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Impeachment é robusto, mas chances são pequenas

O impeachment de Alexandre de Moraes, protocolado ontem, foi definido como “robusto” e mobiliza a oposição, mas os senadores admitem a missão quase impossível de fazer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, abrir o processo. Logo ele, que deixará a política para voltar a advogar junto aos tribunais superiores. Muitos torcem pelo impeachment como forma de dar uma chance à pacificação do País. “Se ele faz o que faz agora, imagine na presidência do tribunal”, adverte ministro do STJ.

Nuvens carregadas

Com o revezamento previsto, Moraes será vice-presidente de Edson Fachin a partir de 2025 e assumirá a presidência do STF em 2027.

Plano de longo prazo

Se Pacheco e nem seu provável sucessor Davi Alcolumbre autorizarem o processo, resta eleger uma maioria conservadora no Senado, em 2026.

Olha a saia justa

Pela lei, impeachment de ministro terá sessão presidida no Senado pelo chefe do próprio STF. É o desdobramento que a oposição quer evitar.

Janela em 2027

A avaliação na oposição é que a “chance do pedido” está nos seis meses entre a posse do novo Senado e posse de Moraes à frente do STF.

Risadas no churrasco de Lula foram de nervoso

Não tiveram conotação de deboche as risadas de ministros do STF e do governo, que compareceram ao churrasco oferecido pelo presidente Lula (PT) ao politburo, sábado (7). “Eles riram de nervoso”, contaram à coluna dois dos presentes, contrariando versões, digamos, convenientes. Estavam meio acabrunhados com a falta de povo no desfile de Brasília e já sabiam que a Avenida Paulista estava pintada de verde e amarelo, quando Lula lembrou as iminentes “homenagens” a Alexandre Moraes.

Clima de tensão

As risadas de nervosismo com o lembrete de Lula apenas refletiam a tensão com informações sobre a multidão se concentrando na Paulista.

Comparação

A preocupação política de Lula era com a inevitável comparação das arquibancadas vazias de Brasília com a Paulista cheia de gente.

Operação Disfarça

“Gênios” do PT plantaram relatos de “despreocupação” de Lula e ministros, na mídia amiga, com aquilo que, na verdade, os apavorava.

Uma lógica de poder

Obedecem uma lógica petista de poder os 920 casos de assédio sexual no primeiro ano do atual governo Lula registrados só em 2023, segundo dados da Controladoria Geral da União citados pelo jornal O Globo.

Esquerda que assedia

A maioria esquerdista que ocupa cargos de confiança, no governo Lula, são os principais acusados de assédio sexual, usando cargo de chefia para obter favores sexuais. Já são 557 só de janeiro a agosto de 2024.

Oferta de empregos

A fabricante de carros elétricos Tesla, de Elon Musk, oferece trabalho remoto, em qualquer parte do mundo, com salários que podem chegar a 270 mil dólares, cerca de R$1,5 milhão por ano. Ou R$128 mil mensais.

Diplomacia dos anúncios

Mais de um mês desde a expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua, o Brasil finalmente “reagiu”: anunciou que vai aderir a uma declaração de acusação contra a ditadura Ortega, amigo de Lula.

Censura providencial

O governo petista passou o fim de semana agradecendo a censura ao X: poucos tiveram acesso às imagens do fracasso de público no desfile que Lula comandou em Brasília, sábado (7), nem muito menos às imagens das multidões de protesto na Avenida Paulista e em outras capitais.

Cobrar é trabalho

O deputado Evair de Melo (PP-ES) garante que “agora vamos cobrar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ande com o processo e nos dê a oportunidade de discutir este pedido de impeachment no plenário”.

O amor vencido

A 1ª Turma do STF rejeitou todos os 39 recursos do X/Twitter, Discord, Rumble e Locals no inquérito sobre suposta omissão de autoridades no 8 de janeiro. Alvos da ordem de bloqueio, as redes não são parte no processo, só os donos dos perfis. A decisão foi unânime.

Sempre as jóias

Após o Dia 7 com a Paulista lotada, a Advocacia-Geral da União, como é habitual no governo, tenta ressuscitar o caso das jóias após o TCU liberar o relógio de luxo de Lula e abrir chance de beneficiar Bolsonaro.

Pensando bem...

... pesquisas indicam que o verde e amarelo na Avenida Paulista defendiam as cores da Austrália.

 

PODER SEM PUDOR

Cair no governo dói

Competente assessor de imprensa do presidente Itamar Franco, Francisco Baker convocara os jornalistas para uma coletiva sobre a demissão do ministro da Fazenda, Gustavo Krause. Compareceram o ministro interino, Paulo Haddad, além do gaúcho Pedro Simon e o pernambucano Roberto Freire. A entrevista demorou tanto que Simon acabou cochilando. Despertado no final, ele se levantou ainda meio grogue e caiu no vão entre o pequeno palco e a parede, na sala de entrevistas do Planalto. Roberto Freire mostrou sua presença de espírito: “Assim não dá: já é a segunda queda do dia no governo!”

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ARTIGOS

Pare de encaixotar a inovação

09/09/2024 07h45

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“A lição sabemos de cor, só nos resta aprender”. Essa é uma frase da canção “Sol de Primavera”, do inspirador músico Beto Guedes. É com ela que começo essa reflexão.

Nossa sociedade ocidental é expert em lições. Pense em seus anos de escola e resgate as primeiras memórias na sala de aula. Fomos doutrinados como operários de respostas prontas, memorizadas e repetidas. Nosso ritual de passagem do ensino básico para o superior é medido por uma extensa prova de múltipla escolha: para cada enunciado em diferentes graus de dificuldade há uma só resposta.

Nossas organizações foram desenhadas com a mesma lógica. Divididas em caixinhas especializadas, com uma grande estrutura piramidal – a parte de cima habitada por seres “superiores”, “mais aptos ou inteligentes” (sic) e com mais poder que todos.

Essas mesmas empresas gritam agora aos seus profissionais que eles precisam ser inovadores. Muitas enviam alguns dos seus eleitos para caros e famosos cursos de inovação, na esperança de que voltem “inovadores”.

Mas vejam que paradoxal: não adianta nada a obsessão pela inovação se não inovarmos a maneira de inovar. Queremos formar culturas inovadoras com metodologias, controle, indicadores, réguas e planilhas. Isso não tem como funcionar, porque essa é a antítese da inovação!

Recentemente o CEO da Volvo disse que o principal atributo para o líder contemporâneo é a curiosidade.

“Queremos formar culturas inovadoras com metodologias, controle, indicadores, réguas e planilhas. Isso não tem como funcionar, porque essa é a antítese da inovação!”.

Gostei do que ouvi! Minha sugestão para os líderes é que parem de organizar, planejar e encaixotar a inovação. Ela só acontecerá em contextos abertos, onde todas as ideias são possíveis e bem-vindas, onde o erro é honrado como canal necessário para o novo, onde a segurança psicológica é a garantia de que as pessoas não serão julgadas ou discriminadas pelas suas ideias “estranhas”.

Aliás, não existe nenhuma inovação na história que tenha sido considerada “normal” ou esperada quando foi proposta. A inovação precisa de espaço e tempo.

Meu convite é para mudar nossos filtros internos e apreciar mais o vazio criativo do que a assertividade das respostas prontas. Só assim criaremos culturas inovadoras.

Não são as metodologias, as escolas e os cursos ou mesmo a tecnologia que nos salvarão da estagnação, mas uma mudança de mentalidade, de coração e de vontade. Só nessa abertura radical acessaremos o potencial inovador de nossa alma, que é infinito! Só assim poderemos esquecer a lição e, finalmente, aprender.

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