Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Lula não está dando um tiro no pé, está dando um tiro no coração"

Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, que após "fazer o L", desistiu de acreditar

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Frente vê Pacheco favorecido com norma da ANTT 

Parlamentares da Frente do Livre comércio trabalham para derrubar uma norma da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, avaliam, favorece políticos ligados ao transporte rodoviário, como o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), herdeiro de empresas de ônibus. Empresários se queixam de alteração no marco regulatório do setor de transporte, que passou a limitar o número de empresas que podem atuar em uma linha com base em “índice de eficiência de mercado” da ANTT.

Sorteio suspeito

Empresários desconfiam do critério para escolha caso mais de uma empresa queira operar na mesma linha: sorteio organizado pela ANTT.

Agora ou nunca

A ANTT também limitou o período para manifestação de interesse pelo negócio. “Janelas” para os empresários serão abertas uma vez ao ano.

Ninguém entendeu

Causou estranhamento a mudança no marco, regido por autorização, com dispensa de licitação prévia, subitamente burocratizado e restritivo. 

Anula 

O pepino já chegou na Mesa Diretora da Câmara. Proposta de Rodrigo Valadares (União-SE) derruba parte da alteração do marco regulatório.

Bolsonaro estende tapete vermelho para Milei em SC

O presidente Javier Milei será recebido com todas as honras no próximo sábado (6), durante a Conferência de Ação Política Conservadora em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, Estado que sempre derrota petistas. O ex-presidente Jair Bolsonaro está pessoalmente envolvido para que Milei tenha manifestação consagradora, em reconhecimento ao fato de o argentino não esconder o que pensa Lula em entrevistas e até eventos internacionais, como no recente G-7: “é um corrupto”. 

Visita de Milei é pessoal

A mídia governista critica a visita porque Lula estará fora, no Mercosul. Mas o argentino não fará visita oficial, tampouco será visita de governo. 

Cada vez aumenta mais

Para além do êxito do seu governo, Milei ganha cada vez mais fãs no Brasil exatamente por representar a aversão conservadora ao petista.

Conceito reiterado

Recentemente, Milei levou antipetistas ao delírio recusando o pedido de desculpas reclamado por Lula: “A Justiça o condenou por corrupção”.

Viva a Liberdade, carajo

A visita de Javier Milei coincide com o lançamento em português do seu livro “Viva A Liberdade, Carajo!”, no qual até parece mandar um recado para o populista Lula: “Quem odeia o capitalismo ambiciona a miséria”. O livro é uma tradução do professor, jurista e influenciador Tiago Pavinatto.

BC mais livre

Está marcada para quarta-feira (3) a sessão da CCJ do Senado para votar a PEC que concede autonomia financeira e orçamentária para o Banco Central, que obteve autonomia operacional em 2021.

Tribunais

Não surpreende, mas dispararam os números de ações judiciais contra planos de saúde. Foram 234,1 mil em 2023. O número é 60% maior do que o primeiro ano de registro (2020) do Conselho Nacional de Justiça.

Viagem marcada

O presidente Lula já prepara mais um custoso tour internacional. Na próxima semana, o petista e sua sempre numerosa comitiva vão para o Paraguai e dão uma esticadinha até a Bolívia.

Na média é pior

No dia do debate presidencial nos EUA, a média de todas as pesquisas eleitorais mostrava Donald Trump com 41% e Joe Biden 40,9%. Desde então na média geral Trump subiu para 41,8% e Biden caiu para 40,4%.

Outro jogo

Desde o debate presidencial nos EUA, foram realizadas 14 pesquisas nacionais. Em todas, Donal Trump lidera (com até sete pontos de folga), com a exceção de uma, que aponta Joe Biden à frente por 45% a 44%.

A, B e C

Líder da oposição no Senado, Marcos Rogério (PL-RO) garante que Jair Bolsonaro é o “plano a, b e c” para as eleições de 2026. Diz ainda que Lula, com seus erros, é o maior cabo eleitoral do ex-presidente.

Legalizando invasões

Está na pauta do Senado desta semana PEC para “propiciar a ocupação de espaços urbanos e periurbanos livres, ociosos e subutilizados” como parte da chamada “Política Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana”.

Pensando bem…

…são tantas falas desastrosas em sequência, que parece até que Lula investiu no dólar.

PODER SEM PUDOR

Correção automática

Espirituoso, de inteligência brilhante, o embaixador Marcos Azambuja era diplomata em Buenos Aires quando seu chefe, Azeredo da Silveira, após algumas articulações, foi nomeado ministro das Relações Exteriores do presidente Ernesto Geisel. Levou para o Itamaraty todos os que serviam com ele, exceto Azambuja, um cético quanto às suas chances. Azambuja se rendeu e pediu audiência a Silveirinha, que logo lhe passou na cara: “Você nunca acreditou em mim, meu caro...” Ele respondeu na bucha, com seu jeito peculiar: “Errei, mas estou aqui para corrigir!”

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artigos

A semente da dignidade: direitos humanos, inclusão e criatividade constroem nosso futuro

28/07/2025 07h30

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Nos últimos tempos, uma brisa de bem-vinda surpresa tem soprado no debate público. Cidadãos que, por muito tempo, olharam com desconfiança para a bandeira dos direitos humanos hoje se interessam e se indignam com possíveis arbítrios, invasões e injustiças. Celebro com o coração em festa esse despertar. É um sinal de que a semente da consciência, mesmo em solo árido, pode começar a brotar. Essa preocupação recém-descoberta é a porta de entrada para um convite maior, um chamado que faço com a alma aberta: que essa luta não seja seletiva. Que a mesma energia usada para defender a si ou aos seus seja o arado que abre caminhos para todos, sem exceção.

Os direitos humanos não são uma capa que se veste apenas quando a tempestade nos ameaça. São o sol que deve brilhar para todos, especialmente para aqueles que vivem na sombra: os que têm o estômago vazio, as mãos sem trabalho digno, a alma excluída do banquete da sociedade. Para todos os humanos! Mas, afinal, o que é essa grandiosa tapeçaria que chamamos de direitos humanos? Em nossa terra, ela é tecida com cinco fios de ouro, presentes em nossa Constituição: vida, liberdade, igualdade, propriedade e segurança. Contudo, é preciso enxergar além da letra fria.

A vida não é só o fôlego nos pulmões, é a plenitude do ser, é o direito a ter, como cantavam os Titãs “comida, diversão e arte”.

A liberdade não é um cavalo selvagem a correr sem rumo, ela tem seu cabresto na responsabilidade. Quem colhe os frutos de seus atos deve também ser o guardião de suas consequências.

A igualdade não é a tentativa de nos fazer todos iguais, mas sim de aplainar o terreno para que cada um, com sua beleza única, possa florescer.

A propriedade não se resume a cercas e escrituras, ela é tudo o que nos é próprio, nosso tesouro interior: nossas capacidades, nosso suor, as experiências que nos moldam.

E a segurança? Ah, essa vai muito além dos muros e das sirenes. É a certeza do pão na mesa, do leito no hospital, do livro na mão da criança.

Quando entendemos essa profundidade, percebemos algo luminoso: a promoção dos direitos humanos é o solo fértil onde a inclusão social pode, finalmente, fincar raízes. É impensável colher os frutos da inclusão sem antes semear o respeito incondicional à dignidade de cada um. E por que a inclusão é a colheita mais preciosa? Porque é nela que a mágica acontece. Quando pessoas diversas, com suas forças e fragilidades, e com suas cores e dores, dão as mãos e convivem, uma centelha divina se acende.

É nessa ciranda de diferenças em que a força de um ampara a fraqueza do outro que a criatividade brota selvagem e potente. Ideias criativas, quando regadas pelo trabalho perseverante de equipes plurais e acolhedoras, transformam-se em inovações. E são as inovações – sociais, culturais e econômicas – que constroem a ponte para um desenvolvimento verdadeiro. Elas geram a riqueza material e espiritual que nos permitirá aprofundar ainda mais os direitos humanos.

Percebe a beleza desse movimento? É um ciclo virtuoso, uma espiral ascendente de bem-estar. Direitos geram inclusão. Inclusão gera criatividade. Criatividade gera desenvolvimento. E o desenvolvimento nos dá condições de garantir mais direitos.

Esse é o convite. Que o interesse momentâneo se transforme em compromisso perene. Que possamos construir juntos uma nação em que cada vida humana não apenas sobreviva, mas floresça em toda a sua sublime e criativa potencialidade. Essa é a única jornada que realmente importa.

artigos

O tarifaço e o custo ao Brasil da cidadania do consumo

28/07/2025 07h00

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No fim da década de 1980, o Brasil se despedia dos anos de chumbo do regime militar e acompanhava uma transformação radical no processo de globalização. No mesmo ano em que o País voltava a eleger um presidente, o Muro de Berlim ruía do dia para a noite, literalmente. Após 50 anos de modernização conservadora (1930–1980), conforme a expressão do saudoso sociólogo Luiz Werneck Vianna, um novo Brasil nascia.

Naquele período, tanto Lula quanto Collor, candidatos à presidência no segundo turno de 1989, defendiam um novo projeto de desenvolvimento nacional, afastando-se da tradição nacional-estatista. Lula pregava a valorização profissional e financeira do trabalhador, enquanto Collor enfatizava a abertura comercial e a liberalização da economia. Apesar das diferenças programáticas, um fio condutor unia as duas candidaturas: o acesso ao consumo como projeto social.

Quase 40 anos depois, Lula está em seu terceiro mandato presidencial, tendo concorrido em todos os pleitos possíveis, com exceção da década de 2010. Nesse período, não houve uma transformação estrutural na forma como a política econômica se apresentou aos cidadãos. Com exceção da fracassada política da Nova Matriz Econômica, liderada pela ex-presidente Dilma Rousseff, todos os presidentes se esforçaram para que o consumo do cidadão brasileiro jamais fosse abalado.

Juros altos, combate à inflação e câmbio flutuante tinham como objetivo relacionar o superavit primário ao poder de compra da população. Essa tendência permaneceu firme até a crise de 2008, quando o chamado boom das commodities colocou nosso projeto de País no divã. A partir daquela conjuntura, tornou-se insustentável manter a dívida pública estável sem uma série de políticas reformistas. Nos últimos 15 anos, o que se viu foram tentativas frustradas de conter o gasto público em detrimento de uma política de investimento produtivo e industrial.

Consumista, gastador e irresponsável, o Brasil foi perdendo a capacidade de gerenciar suas crises econômicas e de lidar com as transformações globais. Salvo raras e fundamentais exceções, como o agronegócio e algumas empresas, como a Embraer, nosso capital ficou retido na capacidade de movimentar uma economia de baixa produtividade e alto consumo. Sem poupança e sem investimento, ficamos à mercê de tempestades geopolíticas como a crise da Covid-19, o apetite chinês e a resposta da sociedade americana com a vitória de Donald Trump.

O recente imbróglio envolvendo o governo americano e o governo de Lula revela uma disputa entre potências pelo controle do escoamento de matérias-primas fundamentais para seus desenvolvimentos. Da Groenlândia à Patagônia, tanto China quanto Estados Unidos desejam controlar canais, minerais, estradas e indústrias alimentícias que permitam manter seus principais parques industriais.

Ao sermos taxados em 50% sobre produtos a serem exportados, deflagra-se uma condição especial em nossa economia, que não consegue competir minimamente com a indústria mundial de alto valor agregado, como nanotecnologia, inteligência artificial, tecnologia militar, entre outros. Cada vez mais informais e sem uma base sólida para a cultura do empreendedorismo, passamos a compor um novo Estado de dependência econômica.

Nesse Estado, um novo tipo de imperialismo se aproxima silenciosamente. Sem levantar canhões nem disparar mísseis, a economia primária brasileira passa a ser dependente de um poder que não exporta ideologia, mas sim um capitalismo de caráter primitivo, que monopoliza o comércio nas pequenas cidades, controla o fluxo de mercadorias nos grandes centros e arremata todos os nossos leilões. Trata-se de um imperialismo “TikTok”, que nos aliena sem reproduzir tal processo em seu lugar de origem.

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