Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Não é tolerável nenhum tipo de abuso de poder. É grave! Tem que ser investigado"

Governador de SP, Tarcísio de Freitas reage à denúncia contra Alexandre de Moraes

Continue lendo...

Dono do celular pode ser chave no escândalo

Além das próprias revelações da Folha de S. Paulo sobre o esquema no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a caçada a pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, um detalhe intriga parlamentares do Congresso tanto quanto as denúncias: a origem das mensagens de texto e áudio documentando o esquema.

O próprio jornal esclareceu que nada foi obtido por meio de vazamento ou invasão de hacker e sim de um celular, fazendo crescer a aposta de que o aparelho foi cedido por um dos personagens envolvidos no escândalo.

Celular com mensagens

Na reportagem, o jornal informou que obteve o material de “fontes que tiveram acesso a dados de um telefone que contém as mensagens”.

Dois juízes citados

Foram citados nas primeiras reportagens os juízes Airton Vieira (STF) e Marco Antonio Vargas (TSE), integrantes do corpo auxiliar de Moraes.

Ex-assessor citado

Também foi citado Eduardo Tagliaferro, afastado da assessoria de Enfrentamento à Desinformação após acusação de violência doméstica.

Cumpridor de ordens

Tagliaferro disse que não se manifestará, mas esclareceu que “cumpria ordens” e não se recorda de “ter cometido qualquer irregularidade”.

Pacheco tenta blindar Moraes desde a noite de terça

Ainda na noite de terça (13), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco tentou pôr panos quentes nas denúncias da Folha sobre ações “fora do rito” da Constituição e das leis envolvendo o ministro do Alexandre de Moraes contra alvos pré-definidos, todos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Logo após a divulgação de áudios e mensagens da denúncia, senadores se mobilizarem para propor impeachment de Moraes e criar uma CPI, mas esbarraram em Pacheco tentando blindar o ministro.

Termômetro gelado

Pacheco chegou mesmo a telefonar para colegas tomando “pulso” da situação e se prestando ao papel de “esfriar” a temperatura.

Apaziguar no mínimo

Nem mesmo nova investida de Moraes contra Marcos do Val (Pode-ES) fez Pacheco agir como principal líder da Casa para defender o colega.

A coisa ficou feia

O impeachment, diz Eduardo Girão (Novo-CE), depende de mobilização. E adverte: “O Senado precisa cumprir seu papel. Está feio”.

Pau não bate em Francisco

Um dos autores da reportagem-bomba, Glenn Greenwald, mereceu quase o tratamento de herói no STF, quando denunciou a “vazaJato”.

Desta vez, porém, o trabalho do jornalista investigativo foi desqualificado ao denunciar um dos seus ministro, apesar das provas abundantes,.

Ponta do iceberg

“Isso é a ponta do iceberg. Vai ser revelado muito mais”, garantiu o senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre as denúncias contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Blindagem no STF

Os ministros do STF confirmaram o ceticismo sobre providências em relação às graves denúncias de esquema para promover a caçada de alvos previamente definidos. A maioria optou por avalizar Moraes.

Polos opostos

Enquanto 45,7% em Belo Horizonte (MG) avaliam o governo Lula (PT) como ruim ou péssimo, diz a Marca Pesquisas (TSE/MG-08040/24), o governo estadual de Romeu Zema (Novo) é bom ou ótimo para 41,4%.

Mau sinal

A administração Fuad Noman (PSD) em BH recebeu “nota zero” de 11,8% do município, diz o Marca Pesquisas (TSE/MG-08040/24). Ele aparece apenas na quarta posição no levantamento eleitoral do instituto.

Anatel, outra piada

Outro monumento à inutilidade entre “agências reguladoras”, a Anatel não impede o assédio de empresas de telemarketing, que importunam cada vez mais sem usar número 0300, como manda a norma. Impunes, essas arapucas multiplicaram suas ligações ilegais, esta semana.

Estado de direito?

Em meio às denúncias, impressionou a operação policial contra uma adolescente, filha de jornalista alvo da PF. Nas redes sociais, foi comovente o pedido de socorro da menina com a polícia batendo à porta.

Abuso da pelegada

A pelegada sindical de Brasília gasta rios de dinheiro em propaganda contra a ampliação da autonomia do Banco Central e por decretação de uma greve cruel de médicos da saúde pública no DF. Esse abuso de poder econômico, inclusive baseado em mentira, segue impune.

Pensando bem...

...difícil vai ser conter o rito.

PODER SEM PUDOR

O povo não perdoa

Em 1986, Miguel Arraes voltaria ao governo de Pernambuco derrotando um jovem político, José Múcio Monteiro. Arraes vivia pedindo votos para Antônio Farias e o ex-padre Mansueto de Lavor, candidato ao Senado. O adversário Roberto Magalhães, ex-governador, bem que ajudava Arraes.

Em Quipapá, a mulher do prefeito, dono dos votos da região, recebeu feliz o ex-governador: “Dr. Roberto, passei a noite preparando uma buchada para o senhor!” disse. “Pois fez muito mal, minha senhora”, teria respondido o político, de acordo com jornalistas da época. “Não como isso. A senhora espere o dr. Arraes passar aqui com sua corja de comunistas e ofereça a eles.” Arraes, Farias e Mansueto venceram em Quipapá. E em todo o Estado.

Artigos

A pablomarçalização

Por Gaudêncio Torquato, escritor, jornalista, professor titular da USP e consultor político

10/09/2024 07h30

Continue Lendo...

No processo eleitoral em curso, o fenômeno que chama atenção é a posição nas pesquisas do empresário, coach e influenciador Pablo Marçal. Está na ponta das pesquisas em São Paulo, podendo vir a ser o próximo alcaide na prefeitura da maior metrópole do País e, como ele já adiantou em entrevistas, ambiciona sentar-se na cadeira presidencial no pleito de 2026.

A avalanche eleitoral de Pablo Marçal se explica sob um leque de fatores que desenham o mapa das circunstâncias, a moldura das carências e das demandas da sociedade. Entre esses elementos, podemos alinhar os seguintes: saturação da velha ordem política; perfil de contraponto ao status quo; incorporação do cotidiano das classes sociais, a partir de acurada leitura dos algoritmos que povoam o universo social; e jovialidade, em contraposição ao padrão comportamental de protagonistas tradicionais. Analisemos alguns desses aspectos.

Saturação da velha ordem: há décadas que o País convive com uma ordem eleitoral hoje defasada. De dois em dois anos, candidatos disputam eleições, em pleitos para prefeitos e vereadores de municípios e para governos de estados, Câmara, Senado e Presidência da República. Nesse momento, a comunidade é submetida a uma avalanche de promessas e de realizações, enaltecimento de perfis, enfim, uma bateria de loas e hosanas que já não produzem impacto no sistema cognitivo dos eleitores.

A verborragia escorre pelo ralo da descrença. Ao aparecer uma alternativa à velha ordem, a comunidade se inclina em sua direção.

Um perfil de contraponto: nessa engrenagem, um perfil que surja em contraposição aos velhos atores acaba ganhando intensa visibilidade junto ao eleitorado. O personagem em questão, com sua aura de herói, surge como um São Jorge atravessando com sua espada a garganta do dragão da maldade. Ei-lo vestindo o traje do comandante tão esperado por um eleitor saturado de migalhas da velha política.

O algoritmo das demandas sociais: esse “santo guerreiro” tem o dom de ler e entender os gostos das classes sociais, incorporando sua linguagem, absorvendo sua fala e devolvendo ao eleitor um discurso condizente com suas expectativas.
Jovialidade: por último, o eleitor passa a enxergar no novo figurante da cena política disposição para a luta, coragem de verbalizar os malfeitos, persistência em correr na arena eleitoral sem compromisso com partidos e lideranças tradicionais.

Pois bem, Pablo Marçal veste o figurino em todos esses retratos. É o símbolo de uma onda de renovação que se espraia pela seara da política. Claro, ele sabe que cavalga na montaria populista, com seu discurso de “virar a mesa” tão apreciado por contingentes saturados. É um espertalhão? Sim. É um oportunista? Sim. Ele veste o manto do enganador, do mágico que tira coelhos da cartola, sabendo que o público gosta de participar de encenações e até de votar em “cacarecos”, uma forma de punir a velha ordem.

Marçal é o “palhaço” do circo Brasil nessa caminhada eleitoral em que poderá surpreender com um alto desempenho nas urnas. É a cara de um país carente de líderes e atormentado pela desesperança. Nesse sentido, a surpreendente performance ultrapassa as fronteiras de sua identidade.

É algo maior que ele. Um fenômeno que ilustra as cores da paisagem devastada pela desilusão. Um produto das circunstâncias.

Um figurante que se mostra disposto a cortar o elo que prende o País ao passado. E um abridor das porteiras à direita do arco ideológico, mesmo que esse traço em seu perfil não seja tão relevante. Em suma, é um ponto fora da curva. O ícone da desrazão. Ou como explicar o nexo na construção de um edifício de um quilômetro de altura?

Cláudio Humberto

"É preciso garantir o direito dos denunciantes e o direito de defesa"

Macaé Evaristo, convidada por Lula para assumir o Ministério dos Direitos Humanos

10/09/2024 07h00

Continue Lendo...

Impeachment é robusto, mas chances são pequenas

O impeachment de Alexandre de Moraes, protocolado ontem, foi definido como “robusto” e mobiliza a oposição, mas os senadores admitem a missão quase impossível de fazer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, abrir o processo. Logo ele, que deixará a política para voltar a advogar junto aos tribunais superiores. Muitos torcem pelo impeachment como forma de dar uma chance à pacificação do País. “Se ele faz o que faz agora, imagine na presidência do tribunal”, adverte ministro do STJ.

Nuvens carregadas

Com o revezamento previsto, Moraes será vice-presidente de Edson Fachin a partir de 2025 e assumirá a presidência do STF em 2027.

Plano de longo prazo

Se Pacheco e nem seu provável sucessor Davi Alcolumbre autorizarem o processo, resta eleger uma maioria conservadora no Senado, em 2026.

Olha a saia justa

Pela lei, impeachment de ministro terá sessão presidida no Senado pelo chefe do próprio STF. É o desdobramento que a oposição quer evitar.

Janela em 2027

A avaliação na oposição é que a “chance do pedido” está nos seis meses entre a posse do novo Senado e posse de Moraes à frente do STF.

Risadas no churrasco de Lula foram de nervoso

Não tiveram conotação de deboche as risadas de ministros do STF e do governo, que compareceram ao churrasco oferecido pelo presidente Lula (PT) ao politburo, sábado (7). “Eles riram de nervoso”, contaram à coluna dois dos presentes, contrariando versões, digamos, convenientes. Estavam meio acabrunhados com a falta de povo no desfile de Brasília e já sabiam que a Avenida Paulista estava pintada de verde e amarelo, quando Lula lembrou as iminentes “homenagens” a Alexandre Moraes.

Clima de tensão

As risadas de nervosismo com o lembrete de Lula apenas refletiam a tensão com informações sobre a multidão se concentrando na Paulista.

Comparação

A preocupação política de Lula era com a inevitável comparação das arquibancadas vazias de Brasília com a Paulista cheia de gente.

Operação Disfarça

“Gênios” do PT plantaram relatos de “despreocupação” de Lula e ministros, na mídia amiga, com aquilo que, na verdade, os apavorava.

Uma lógica de poder

Obedecem uma lógica petista de poder os 920 casos de assédio sexual no primeiro ano do atual governo Lula registrados só em 2023, segundo dados da Controladoria Geral da União citados pelo jornal O Globo.

Esquerda que assedia

A maioria esquerdista que ocupa cargos de confiança, no governo Lula, são os principais acusados de assédio sexual, usando cargo de chefia para obter favores sexuais. Já são 557 só de janeiro a agosto de 2024.

Oferta de empregos

A fabricante de carros elétricos Tesla, de Elon Musk, oferece trabalho remoto, em qualquer parte do mundo, com salários que podem chegar a 270 mil dólares, cerca de R$1,5 milhão por ano. Ou R$128 mil mensais.

Diplomacia dos anúncios

Mais de um mês desde a expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua, o Brasil finalmente “reagiu”: anunciou que vai aderir a uma declaração de acusação contra a ditadura Ortega, amigo de Lula.

Censura providencial

O governo petista passou o fim de semana agradecendo a censura ao X: poucos tiveram acesso às imagens do fracasso de público no desfile que Lula comandou em Brasília, sábado (7), nem muito menos às imagens das multidões de protesto na Avenida Paulista e em outras capitais.

Cobrar é trabalho

O deputado Evair de Melo (PP-ES) garante que “agora vamos cobrar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ande com o processo e nos dê a oportunidade de discutir este pedido de impeachment no plenário”.

O amor vencido

A 1ª Turma do STF rejeitou todos os 39 recursos do X/Twitter, Discord, Rumble e Locals no inquérito sobre suposta omissão de autoridades no 8 de janeiro. Alvos da ordem de bloqueio, as redes não são parte no processo, só os donos dos perfis. A decisão foi unânime.

Sempre as jóias

Após o Dia 7 com a Paulista lotada, a Advocacia-Geral da União, como é habitual no governo, tenta ressuscitar o caso das jóias após o TCU liberar o relógio de luxo de Lula e abrir chance de beneficiar Bolsonaro.

Pensando bem...

... pesquisas indicam que o verde e amarelo na Avenida Paulista defendiam as cores da Austrália.

 

PODER SEM PUDOR

Cair no governo dói

Competente assessor de imprensa do presidente Itamar Franco, Francisco Baker convocara os jornalistas para uma coletiva sobre a demissão do ministro da Fazenda, Gustavo Krause. Compareceram o ministro interino, Paulo Haddad, além do gaúcho Pedro Simon e o pernambucano Roberto Freire. A entrevista demorou tanto que Simon acabou cochilando. Despertado no final, ele se levantou ainda meio grogue e caiu no vão entre o pequeno palco e a parede, na sala de entrevistas do Planalto. Roberto Freire mostrou sua presença de espírito: “Assim não dá: já é a segunda queda do dia no governo!”

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).