A Câmara praticamente liquidou a legislação ambiental. Deputados aprovaram, na semana passada, até a madrugada, o chamado PL da Devastação, que desmonta o sistema de licenciamento. A votação aconteceu no Dia da Proteção às Florestas, quem comandou tudo foi Hugo Motta. Bernardo Mello Franco chama a proposta aprovada de “Frankenstein legislativo”.
Mais: Motta recebeu telefonema da ministra Marina Silva pedindo adiamento da votação, mas ignorou o apelo. O Observatório do Clima classificou a aprovação do projeto como “crime histórico” e “uma vergonha para o Brasil”. Em novembro, acontecerá a COP30 em Belém e será difícil explicar aos visitantes o que a Câmara acaba de fazer.

Não tem saúde
A atriz Nanda Costa resolveu abrir o coração nas redes sociais e falou sobre a exaustiva pressão de estar sempre presente na internet. Em um post no Instagram, ela refletiu sobre como a relação com as redes sociais evoluiu ao longo do tempo. Começou como uma diversão, se transformou em uma ferramenta de trabalho — com oportunidades remuneradas surgindo — e, agora, tornou-se quase uma obrigação constante de gerar conteúdo para ser vista. Ela reconhece que essa "entrega" mudou completamente.
Apesar de toda essa dinâmica, Nanda afirma não ser movida pelos números. Para ela, a verdadeira conexão acontece na arte, seja o teatro ou a televisão. No entanto, a rotina imposta pelas demandas digitais tem cobrado seu preço. Eu não tenho mais saúde para isso. Trabalho 24 horas pensando em como crescer nas redes, pago gente para cuidar disso, e o ciclo não fecha. Vou fazer 40 anos no ano que vem.
Me sinto nova demais para ser considerada velha e velha demais para seguir certas tendências digitais”. Desde sua última aparição na TV aberta com a novela "Amor de Mãe" (2021), Nanda tem optado por trabalhos mais pontuais e curtos. Ela participou das segunda temporadas de "Cine Holliúdy" e "Justiça", além de investir em projetos cinematográficos como "O Auto da Boa Mentira" (2021), "Derrapada" (2023) e "Dona Lurdes — O Filme" (2024). Em breve, ela também estará em "O Diário de Pilar na Amazônia", previsto para estreia no início do próximo ano, onde interpreta Isabel, mãe da protagonista. Essa fase também trouxe novas frentes criativas.
Ao lado de sua companheira Lan Lanh e Orlando Ávila Kilesse, Nanda criou o canal infantil no YouTube Uki Kirê Ké, mostrando outra faceta artística e pessoal. Ela continua seguindo sua essência mesmo em meio ao turbilhão digital, sem perder seu compromisso com a arte e projetos autênticos.
Bolsonaro ganha até tornozeleira
Na quinta-feira passada (17), estimulado por tarifaço e pesquisas, o presidente Lula resolveu pegar carona na rejeição popular ao aumento do número de deputados, voltou a criticar Jair Bolsonaro e atacar Donald Trump, chamando o aumento de 50% de “chantagem inaceitável”.
Os políticos que apoiam a decisão de Trump foram chamados de “traidores da pátria”. Na sequência, Trump respondeu por carta, desta vez, endereçada a Bolsonaro, criticando o STF e insistindo que Lula “mude o rumo”. Também o ex-presidente resolveu fazer um pronunciamento, dizendo que “enfrentará a condenação” e que “tem certeza de que não será preso”.
O que Bolsonaro não contava foi a Polícia Federal batendo na porta de sua casa em Brasília, no bairro de Jardim Botânico (determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes) e avisando que ele passaria a usar tornozeleira. Deverá permanecer em casa à noite, não poderá se comunicar com o filho Eduardo e com diplomatas, bem como outros réus igualmente acusados de “tentativa de golpe de Estado”.
"Medidas restritivas"
Os advogados de Jair Bolsonaro foram igualmente surpreendidos com a operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente, alvo de medidas restritivas. As buscas ocorreram no âmbito de uma nova investigação aberta no STF na semana passada, dois dias depois do tarifaço nos EUA.
O processo apura crimes de coação no curso de ação, obstrução e ataque à soberania. Mandatos foram cumpridos em endereços ligados ao Partido Liberal, legenda da qual Bolsonaro é “presidente honorário”. Mais: ele também não poderá ter acesso às redes sociais.

Atacando de modelo
Grandes marcas frequentemente buscam figuras de destaque para representá-las, elegendo embaixadores locais ou, em alguns casos, globais, conforme o carisma e a visibilidade de cada indivíduo. Um nome de relevo nesse cenário é Emma Stone, que conquistou ampla notoriedade após seus papéis em filmes do Homem-Aranha e, especialmente, em “La La Land - Cantando Estações”, obra que lhe rendeu diversos prêmios.
Atualmente, a atriz e também produtora assume o papel de modelo na campanha outono/inverno da Louis Vuitton, ao lado de Hoyeon Jung. O objetivo da coleção é destacar a combinação entre conforto e elegância das peças.
Nos registros realizados pelo fotógrafo Ethan James Green, as duas atrizes são retratadas em ambientes sofisticados e boêmios, relaxando em luxuosos sofás, evocando um estilo refinado que vai além da simples associação com viagens. Já o designer Nicolas Ghesquière imprime na coleção sua estética característica, marcada por uma fusão de estampas xadrez vibrantes, florais e texturas opulentas.

“Não tenho mais”
Há tempos, Jair Bolsonaro anunciou que havia recebido, através de pix de seus admiradores, cerca de R$ 17 milhões, uma saída, segundo muitos, para não ser obrigado a revelar quaisquer outras fontes da dinheirama. Há alguns dias, o ex-presidente disse que estava mantendo o filho Eduardo nos Estados Unidos, para o qual enviava dinheiro regularmente.
Agora, garantindo que já mandou R$ 2 milhões, avisou que “não tem mais” recursos para mandar ao filho. O resto dos R$ 17 milhões deve ter tido outro destino. Ele acha que Eduardo “é mais útil lá fora do que cumprindo mandato” e tem de ficar lá.
Carta sem resposta
Lula havia sumido, reapareceu ameaçando até taxar big techs e assumindo na CNN Internacional uma ofensiva distante da ação do “comitê da crise”, comandado pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, que permanece aguardando resposta da carta que mandou ao governo norte-americano.
Na carta, Alckmin admite a derrota, cita “indignação” e pede uma negociação. O “comitê” nem sabia a quem mandar a carta, tamanha falta de diálogo com a gestão de Trump. Foram enviadas a funcionários do segundo escalão, segundo observadores.
“Nem trabalho com a hipótese da gente não superar esse negócio. Não faz sentido econômico. Qual é o sentido de taxar suco, café? Vão encarecer o café da manhã do americano. Os EUA deveriam é estar copiando o PIX”,
de Fernando Haddad, sobre o tarifaço de Trump.
Contra o mundo 1
Analistas mais lúcidos estão chamando a ofensiva de Donald Trump contra várias nações, usando de altos tarifaços, de “I Guerra Comercial Planetária”. É como definem essa guerra contra o mundo que pode ser interpretada sob vários ângulos: protecionismo, fortalecimento da extrema-esquerda, divisão geopolítica, intervenção na soberania de outros países, novas alianças e muito mais. O motivo principal pode estar na aurora do “Make America Great Again”, quando Trump justifica que a política tarifária estaria sendo usada para atrair de volta empresas americanas que se transferiram para outros países, com menor custo de manufatura. Ou pode ser um blefe.
Contra o mundo 2
Ainda a guerra de Trump: a reconcentração das exportações sendo originadas no próprio país, as sobretaxas seriam reduzidas ou até extintas para essas empresas. As empresas voltando serão isentas de taxas megalomaníacas e até incentivos. Valeria para companhias de outras nacionalidades que se instalarem na terra do Tio Sam. Existem, hoje, segundo a Apex, mais de 500 empresas brasileiras atuando nos Estados Unidos. A maioria é de empresas de serviços, escritórios comerciais e congêneres que não se enquadram no waiver das sobretaxas.
À margem do tarifaço
Os Estados Unidos consomem 80% dos pescados brasileiros e, como a carga leva 25 dias para chegar ao destino, tudo já está suspenso. Por outro lado, a falta do embaixador dos Estados Unidos reflete as difíceis relações do governo Lula com a Casa Branca. O encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, apenas anotou o que os exportadores reunidos por Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, lhe falaram - e mandou para seu chefe (antes, emitira nota de apoio às ações de Trump contra o Brasil). De quebra, o chanceler Mauro Vieira, quase aposentado, prefere bajular Lula do que fazer seu trabalho de diplomata. Nunca conseguiu falar com Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA.
25 de Março na mira
A abertura de uma “investigação” contra o Brasil pelo Escritório de Representantes do Comércio dos EUA por práticas comerciais que o país norte-americano considera “desleais”, também tem foco na Rua 25 de Março, em São Paulo.
O documento classifica a tradicional região comercial como um dos maiores polos de pirataria do mundo e critica a ineficácia das autoridades brasileiras no enfrentamento ao comércio de produtos falsificados. Ao todo, foram abertas seis frentes; entre elas, comércio digital, tarifas preferenciais e etanol, além de pirataria no centro da capital paulista.
Big business
A EMS, de Carlos Sanchez, é forte candidata à compra da Medley. A francesa Sanofi busca um comprador para o laboratório farmacêutico, adquirido junto à família Negrão há 15 anos. A pedida começou acima de US$ 1 bilhão, mas a multinacional já teria baixado o sarrafo para a casa dos US$ 800 milhões.
Com faturamento anual de R$ 2 bilhões, a Medley é um dos maiores fabricantes de medicamentos genéricos do país. Com a aquisição, a EMS ampliaria sua liderança nesse segmento, aumentando a vantagem sobre a Eurofarma (segunda) e Hypera (terceira). E pularia para R$ 12 bilhões anuais.
Coca: outra marca
A Coca-Cola quer lançar uma nova marca no Brasil. Seria um refrigerante meio associado ao verão, ao calor, que tivesse alguma substância ativa capaz de potencializar esses atributos. Seria voltado ao público jovem. O objetivo é tirar pontinhos da Pepsi e de concorrentes no segmento de energéticos.
Uma dúvida é se a “Coca-verão” não acabará se sobrepondo à Coca clássica. O que vai diferenciar é o leve gosto da Coca e, especialmente, o maremoto de marketing de lançamento. A Coca já teve insucessos: Tab, Zico, Coke Energy, Coca-Cola Life e Odwalla (foram descontinuadas).
Mistura Fina
Presidente do Senado e caçador de cargos para emplacar afilhados, Davi Alcolumbre (União-AP) marcou somente para agosto a análise de indicações de Lula para agências reguladoras. Do total, 11 estão na gaveta desde dezembro de 2024, mas nenhuma é de interesse do dono da pauta. As votações representam novos desafios do governo desde a derrota do IOF, cujo aumento o Senado derrubou com tanta facilidade que a votação chegou a ser simbólica (agora, Alexandre de Moraes deu ganho de causa ao governo).
Das três indicações de Lula este ano, também aguarda análise a do juiz Carlos Pires Brandão para o STJ, vaga aberta em 2023. O indicado para a Agência Nacional de Mineração é um ex-lobista da Vale ligado a Helder Barbalho (MDB), governador do Pará. Já o ex-deputado do PT, Wadih Damous, aguarda há sete meses a análise de seu nome para a Agência de Saúde Suplementar. Há cargos vagos em 9 agências reguladoras, entre elas a Agência Nacional de Águas, Aviação Civil, Segurança Nuclear e Vigilância Sanitária.
Funcionários da Usina Santa Elisa, da Raízen, em Sertãozinho, interior de São Paulo, foram surpreendidos com seu fechamento na presença da polícia para evitar supostamente depredações, após a usina registrar prejuízo de R$ 2,7 bilhões no 3º trimestre da safra 2024/25. Fechar “por tempo indeterminado” joga mais de dois mil trabalhadores na rua. A Raízen, joint venture entre Rubens Ometto e a Shell, chamou o fechamento de “estratégia de reciclagem de portfólio”.
A crise da Raízen (teve faturamento de R$ 114,6 bilhões em 2021) provou queda de mais de 20% em suas ações. Ela opera os postos Shell e revendedores pressionados a comprar volume para estancar a sangria, já trocam Shell por bandeira branca. A Raízen é a segunda maior distribuidora de combustível, com 15,71% do mercado. Perde apenas para a Vibra (BR Distribuidora) com 23,78%.
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