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Giba Um

"No Brasil, o então presidente Bolsonaro disse que haveria fraude na eleição"

[...] "Enquanto presidente, disse que, se perdesse, gritaria fraude", do ditador Nicolás Maduro, comparando a Venezuela ao que chamou de "extrema direita fascista".

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A propaganda obrigatória em rádio e TV já começou. Ricardo Nunes terá mais de 60% das inserções, mas assessores acreditam que não será suficiente para conter o avanço de Marçal, que não participa do programa obrigatório. Se perder a eleição, Nunes não terá a quem culpar – a não ser ele mesmo.

Mais: Nunes pediu ajuda ao ex-presidente só que seu grupo não abraçou suas bandeiras. Sua gestão flertou com o obscurantismo ao dificultar o acesso de mulheres ao aborto legal e outros pecadilhos. A cada dia, mais bolsonaristas se bandeiam para Pablo Marçal.

Nova Vilã

Fora das telinhas desde 2021, Adriana Esteves prepara-se para viver uma nova vilã, a Mércia, na próxima novela das 21h da Globo, Mania de Você, de João Emmanuel Carneiro estreia no dia 9 de setembro, sucessora do remake Renascer. “Tenho muita dificuldade em entender a Mércia. Para mim, é mais um trabalho e eu quero fazer bem feito, não posso ficar alimentando a expectativa das pessoas, eu faço o meu”. Em falar em criar expectativas, Adriana foi questionada de como se mantém com aparência jovem, aos 54 anos, e revela que não faz nada: “Acho que estou na fase mais vaidosa que já tive. Acho que estou mais cuidadosa com a saúde, e com a beleza de estar plena para as pessoas que convivo, com as pessoas com quem trabalho. Exige esse esforço. Mas não passo cremes”. A atriz também fala que gosta lutar conta o etarismo em conjunto. “Gosto muito de entrar em brigas coletivas, de ir contra o etarismo, a gente se posicionar contra ele me faz muito bem. É uma pressão que atravessa o tempo inteiro, mas, felizmente, isso está ficando bem menor, a gente está conseguindo combater”. Mais: Adriana não possui nenhuma conta em redes sociais e é direta sobre o assunto: “Não quero. Acho que me geraria muita ansiedade, e eu não posso ter mais ansiedade do que eu já tenho. Eu preciso focar no meu trabalho, focar nos meus amores, focar nas minhas atenções. Isso seria um gatilho para eu sair desse foco que eu preciso ter na minha vida”.

Vivo quer ser grande fintech

Os dois serviços de crédito pessoal anunciados pela Vivo – Pix parcelado e antecipação do saque aniversário do FGTS – são apenas a ponta de um iceberg. A operadora de telefonia pretende construir, tijolo por tijolo, um amplo ecossistema de produtos financeiros, nos moldes da estratégia desenvolvida pela Telefónica, sua controladora, na Espanha e em outros países. A empresa já solicitou ao Banco Central licença da Sociedade de Crédito Direto (SCD). Os ibéricos estão convictos de que têm uma jazida de ouro dentro de sua casa: sua carteira com mais de 110 milhões de clientes no Brasil, sendo 98 milhões na telefonia móvel. Difícil encontrar uma fintech que parte de uma base dessas. A Vivo já tem estudos para comercializar crédito direto ao consumidor, empréstimos consignados, seguros pessoais e soluções de pagamento digital. Começa com produtos para pessoa física; num segundo momento, oferece crédito e outros serviços para seus clientes corporativos.

Joio e trigo

A diretoria da Americanas discute o que fazer com as marcas Submarino e Shoptime – no início de julho, as duas plataformas de e-commerce foram extintas e suas operações, incorporadas a Americanas.com. A companhia já recebeu sondagens de interessados na aquisição dos brands, inclusive de marketplace chineses. A Americanas considera Submarino descartável. A dúvida maior é sobre a marca Shoptime. A brand ainda dá um caldo, por conta do recall conquistado pela TV Shoptime entre 1995 e 2023, quando encerrou suas operações. Uma das ideias seria usar a marca em novo formato de canal de vendas, exclusivamente nas redes sociais.

Novo rosto

A grife britânica Jimmy Choo tem um novo rosto para sua campanha de outono, Winona Ryder que encarna o estilo minimalista dos anos 90, que revisita os clássicos, da marca reafirmando os seus códigos e identidade. Entre tantos modelos revisitados estão o sapato Scarlett com cadarço e a bota de ciclista Brooklyn. Mas a nova coleção também traz modelos novos como Diamond Tote em pele oversized e a bolsa Cinch em novas variantes. Sandra Choi, diretora criativa, observou que “Winona é um ícone pelo seu estilo e pela sua interpretação. Seus filmes e sua estética simbolizam a década que moldou os primeiros anos de Jimmy Choo como marca. O talento de Winona combinado com sua individualidade e legado dos anos 90 nos pareceu perfeito para representar esta coleção” .

Pérola

“No Brasil, o então presidente Bolsonaro disse que haveria fraude na eleição. Enquanto presidente, disse que, se perdesse, gritaria fraude”,

do ditador Nicolás Maduro, comparando a Venezuela ao que chamou de “extrema direita fascista”.

Contra interferência

Enquanto a União Europeia volta a dizer que não reconhece a vitória de Nicolás Maduro na eleição de julho, o ditador venezuelano, que já recomendou chá a seu amigo brasileiro (sem citar o nome de Lula) voltou a citar num discurso a eleição brasileira, dizendo que ninguém se meteu com o Brasil quando Bolsonaro questionou o processo eleitoral. E emenda: “Os gringos não têm moral para se envolver em assuntos de Caracas”.

“Controle ambiental”

O Planalto não digeriu a decisão no ministro Flávio Dino (STF) de obrigar o governo (PT) a combater incêndios Brasil afora dentro de 15 dias. O “fogo amigo” deixou irritados ministros da Esplanada, notadamente Rui Costa (Casa Civil), chefe da força-tarefa ao fogo. Já foi lembrado até que a queda do investimento do Ministério da Justiça em “Controle e Fiscalização Ambiental” foi registrada durante a gestão do próprio Dino. O valor era de R$ 23,2 milhões em 2022, na gestão Bolsonaro e vem caindo. Em 2023, ainda sob o comando de Dino no Ministério o programa pagou apenas R$ 4,1 milhões. Este ano, nem um centavo ainda foi pago. Rui Costa não gosta de Flávio Dino.

Pior que Bolsonaro

Comentário do embaixador Jorio Dauster: “Pablo Marçal é bem pior do que Jair Bolsonaro. Marçal é muito mais inteligente do que aquele a quem chamava sarcasticamente de “capitão”. Marçal tem o domínio de técnicos que Bolsonaro nem sabe que existe. Tem as habilidades de Silvio Santos dirigidas a um novo meio, as redes sociais. Está convencido de que chegará à Presidência tendo como trampolim a prefeitura de São Paulo. Até lá, cuida de destruir a família Bolsonaro e já deu seu chefe como carta fora do baralho”.

Aliança com Marçal

Na semana passada, Pablo Marçal culpou Carlos Bolsonaro pela derrota do pai na corrida presidencial. E classificou: “Ele é um retardado mental, um estúpido”. Dois dias depois, os dois se falaram por telefone, Carluxo engoliu desaforos e elogiou o detrator. Guerrear o filho de Bolsonaro não é tarefa para qualquer um, mas a situação ficou clara, o clã mediu os riscos e desistir de ir à luta contra Marçal. Analistas acham que está aberta a aliança num segundo turno da eleição paulista. Ou no primeiro, dependendo da posição de Ricardo Nunes nas próximas semanas. Bolsonaristas já estão migrando: Marçal subiu de 29% para 44% entre os eleitores do ex-presidente; Nunes caiu de 38% para 30% no mesmo público.

“Qualquer candidato”

Não muito conformado, Jair Bolsonaro tentou conter o crescimento de Pablo Marçal. Agora, recua e diz, em vídeo divulgado na semana passada, que “qualquer candidato” poderá subir no seu palanque no 7 de setembro. Nunes vai, mas sabendo que poderá ser vaiado. O que Bolsonaro disse foi entendido como uma brecha a Marçal. No mesmo dia, Carluxo Bolsonaro se reconciliou com o candidato do PRTB. Nunes contra-atacou: “Bolsonaro tem palavra e ele não apoiará alguém ligado ao PCC”.

Deve ser mais

O presidente Lula tem se dedicado a melhorar a vida dos idosos e aposentados nesse terceiro governo, mas historicamente não é o que acontece com seus ministros. Nos dois primeiros mandatos, o ministro Ricardo Berzoini (Trabalho e Previdência Social) cismou de fazer um recenseamento sobre aposentados nonagenários, que deveriam ir comprovar que existiam em postos do INSS. Agora, Fernando Haddad (Fazenda) resolveu taxar em 25% benefícios de aposentados que decidiram sair do país e morar no exterior.

Mais suicidas

O suicídio de adolescentes na sua faixa etária é um ponto de alerta global, segundo a Organização Mundial da Saúde, correspondente à quarta principal causa de morte entre 15 e 29 anos, abaixo das lesões de trânsito, tuberculose e violências. No Brasil, o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde chega a ser a terceira causa de óbito entre 15 e 19 anos. Um estudo da Fiocruz Bahia mostrou que a taxa de suicídios entre 10 e 24 anos cresceu 6,14% a cada ano entre 2011 e 2022, média acima da população geral.

Mistura fina

A PREVIC (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) aprovou a criação de uma Comissão Disciplinar Permanente, que terá a missão de apurar e punir eventuais irregularidades internas. O reforço acontece no momento em que o governo discute o uso de fundos de pensão das estatais para alavancar investimento em infraestrutura, notadamente no âmbito do PAC. Pode ser mera coincidência ou não.

A PANDEMIA da covid-19 acabou e o número de óbitos é menor desde que o vírus fez parara o planeta em 2020. Mas, mesmo assim, a covid fez mais de 4,3 mil mortes até o momento em 2024. Dados do Ministério da Saúde do governo Lula registraram 83 óbitos decorrentes da doença apenas na última semana. O número de casos este ano superou os 656 mil até o último dia 17, data de atualização dos números.

MAIS covid: em 2023, foram registrados 1,8 milhão de casos em todo o país e 14,8 mil óbitos decorrentes do vírus. Segundo o Ministério da Saúde, foram aplicadas apenas 4 milhões de doses da vacina contra a Covid este ano. Foram aplicadas 78 doses da vacinas de reforço contra a covid em 2024 (equivalente a uma quarta dose), diz o ministério.

O PREFEITO do Rio, Eduardo Paes (PSD) está colecionando uma grande quantidade de “infiéis” de outros partidos que aderiram à sua campanha de reeleição. Líder disparado nas pesquisas, Paes atrai muitos dissidentes de siglas que têm outros postulantes na disputa ou compõem coligações adversárias, sobretudo de Alexandre Ramagem, candidato por escolha pessoal de Jair Bolsonaro. Há dissidência também nas lideranças como o senador Romário (PL) e o vice-governador Thiago Pampolha (MDB).

In - Muffin doce

Out - Muffin salgado

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Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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