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Os cinco principais protagonistas

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No Brasil, é assim. Acaba uma eleição e já começa outra. Não é de admirar, portanto, que a um ano e sete meses do pleito de outubro de 2026 candidatos à Presidência da República comecem a perambular pelo País, abrindo o ciclo da pré-campanha. Vejamos.

Lula cumpre uma agenda intensa de visitas aos estados, devendo diminuir seu périplo internacional. Neste mês, fará viagens para o Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. As visitas ocorrem em um cenário de baixa popularidade do presidente. A última pesquisa Quaest mostra que 56% da população desaprova o governo. Nunca um índice negativo de 50% foi registrado nos três mandatos do presidente. Hoje, perderia para Jair Bolsonaro, por 28,6% contra 33,3%.

Para reverter a queda nas pesquisas, Lula ordena que seus ministros saiam dos gabinetes para percorrer o País, anunciando ações do governo em todas as áreas. Os ministros passarão a tocar o trombone de Sidônio Palmeira, o ministro da Comunicação, que sugeriu ao presidente a formação de um grupo de porta-vozes, indicando para tanto os titulares das pastas ministeriais. A ideia é uniformizar a linguagem governamental. É sabido, porém, que não será a comunicação a única ferramenta para melhorar a imagem de Lula. A publicidade de Palmeira, um marqueteiro de campanhas, não será suficiente para mudar a tendência de queda na avaliação do governo.

Jair Bolsonaro está com agenda intensa nos estados. Inelegível até 1930, corre o País como protagonista principal da oposição. Combina eventos nas capitais com incursões no interior, acompanhado de ex-ministros, deputados e senadores, sob a crença de que o apoio popular o ajude a reverter a punição que recebeu da Justiça. Se o STF, que o tornou réu, condená-lo à cadeia por suposta tentativa de golpe de Estado – decisão a ser tomada mais para os meados do segundo semestre –, é provável que se faça de vítima. Essa condição puxaria seu eleitorado para as ruas.

Lembrete: a campanha de Donald Trump esteve ameaçada por vezes ao longo de 2024, com a possibilidade de o então candidato ser preso. Ganhou a imagem de vítima. Venceu o pleito. A meta de Bolsonaro, portanto, é acender a chama da polarização para continuar a ser o candidato ideal da oposição em 2026. Aliás, a polarização beneficiaria não só o capitão, mas outros protagonistas que já começam a se apresentar com identidade oposicionista, como Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO).

Bolsonaro, não sendo candidato, abrirá campo para Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, hoje bem avaliado pela população. Tem demonstrado ser leal ao capitão, comparecendo às mobilizações organizadas pelo PL. Tarcísio teria uma reeleição tranquila em SP, mas começa a ouvir os apelos de amigos para enfrentar maiores riscos. Ao seu lado, conta com Gilberto Kassab, secretário da Casa Civil, considerado um hábil articulador político.

Pano de fundo. São Paulo tem o maior eleitorado do País: 36 milhões de votos. Seu eleitorado foi fiel ao PSDB por décadas, elegendo quadros progressistas (Franco Montoro, José Serra, Mário Covas e o recordista de mandatos governamentais, Geraldo Alckmin), defensores do ideário da social-democracia. Mas o tucanato, após o último governo Alckmin, bateu em retirada. Perdeu a hegemonia em São Paulo.

Nas eleições de 2024, o PSD de Gilberto Kassab, o Republicanos do governador Tarcísio de Freitas, e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro assumiram o protagonismo no estado. Portanto, se esses três partidos fecharem posição a favor de Tarcísio, a direita e a centro-direita teriam um representante de peso, capaz de vencer qualquer candidato petista, mesmo que seja Fernando Haddad, um dos melhores perfis do PT. Tal hipótese dependerá do desempenho de Haddad no comando da economia. 

No campo da direita, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) abre sua agenda de viagens nacionais com uma visita à Bahia. O governador, que já foi candidato à Presidência em 1989, tem boa avaliação do eleitorado goiano (5,5 milhões), pode exibir o melhor desempenho, entre os governadores, na área da segurança pública – problema número um do Brasil –, mas é pouco conhecido. Como político, sempre esteve ligado ao agronegócio. É fluido e com bom conhecimento das temáticas nacionais.

O governador Romeu Zema (Novo-MG) tem alguns trunfos no baralho presidencial. Bem avaliado, é um defensor do ideário liberal, empresário bem-sucedido e sem escândalos em sua ficha política. Ocupa boa posição nas pesquisas, chegando, hoje, a alcançar 16,1%, o 3º  lugar em recente pesquisa do Instituto Paraná, após Bolsonaro (1º) e Lula (2º). A mineirice pode fechar com ele. Minas Gerais soma o segundo maior eleitorado do País, com cerca de 17 milhões de eleitores.

Na moldura dos pré-candidatos, aparecem, ainda, Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro. É pouco provável que o capitão endosse os nomes familiares, quando a alternativa para os dois é a esfera senatorial (a mulher como candidata ao Senado pelo DF e o filho como candidato ao Senado em SP). O nome do governador Ratinho Jr., do Paraná, também é lembrado. Sem condições de prosperar. Ciro Gomes, por sua vez, não será candidato, segundo suas próprias palavras.

A viabilidade desse elenco de protagonistas esbarra na seguinte questão: como estará o País nos meados de 2026? Pior ou melhor? A economia estará saudável ou Fernando Haddad não conseguirá alcançar as metas de dominar a inflação e cumprir o arcabouço fiscal? Pelo andar da carruagem, fica cada vez mais difícil sustentar o otimismo do ministro. O Banco Central revisa para baixo (de 2,1% para 1,9%) o crescimento do PIB em 2025, sinalizando um cenário pouco animador. 

Em suma, o termômetro eleitoral será, como sempre foi, a economia (mesmo que o problema número um do País, de acordo com as pesquisas, seja insegurança pública). Se Lula for candidato (há de se considerar o peso dos 80 anos em 2026), suas chances de vitória vão depender da equação que descrevo sempre em minhas análises: BO+BA+CO+CA= Bolso cheio, Barriga satisfeita, Coração agradecido, Cabeça aprova o voto ao candidato que proporcionou o bem-estar do eleitor. A recíproca é verdadeira. Ou seja, se o eleitor não conseguir encher a geladeira, o bolsonarismo tem chances.

P.S.: Na política, tudo é possível. E o imponderável costuma nos visitar.

ARTIGOS

Caminhos da vida

19/04/2025 07h30

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Para quem tem fé, após o sofrimento, virá a recompensa. Para os cristãos, após o calvário, virá a ressurreição. Esse será o caminho a ser seguido por todos quantos alimentarem a chama da esperança. Caminham sempre na certeza de que alguém estará de braços abertos e vai comemorar a vitória final.

Assim aconteceu com o Mestre dos mestres. E assim acontecerá com seus seguidores e seguidoras. Assim acontecerá com quem souber, enquanto estiver neste mundo, semear a harmonia entre os povos. E de todos os povos que o seguirem fielmente.

Uma figura que poderá esclarecer essas situações encontrará nas ricas páginas da Bíblia Sagrada. E mais precisamente no Evangelho de João (Jo 9.2º,7-9). Após uma longa caminhada evangelizadora, o Mestre toma a decisão de ir ao encontro desse mesmo que fora agraciado com tantos milagres, no intuito de bendizer ao Pai.

E é surpreendido pelos poderosos, é preso, condenado e morto na cruz. A morte mais cruel que alguém poderia sofrer. E ele sofreu silenciosamente. Deixa ao mundo a rica lição de quem supera toda a dor e terá o coração sempre disponível para salvar.

Essa lição deverá permanecer gravada na memória e no coração. Deverá deixar permanecer sempre viva para toda a humanidade e sua história. As mulheres, que nem sempre tiveram presença marcante na vida e nas atividades do Mestre, tornaram-se agora figuras marcantes nos demais passos. São elas que, no primeiro dia da semana, tornam-se protagonistas de uma história fantástica.

Querem ver o Mestre. Levar algumas flores, querem despedir e agradecer a tão rica generosidade nos milagres realizados. Afinal, querem retribuir, ao menos algo, pelo tanto. Querem demonstrar que têm coração generoso.

Mas vem a surpresa. O túmulo está vazio. A sensação seria de que levaram o corpo do Senhor. A angústia era geral, pois alguém teria praticado um ato de vandalismo, esqueceram tudo aquilo que, em várias ocasiões, o Senhor havia comunicado que um dia seria preso, torturado e morto. E que, após três dias, haveria de ressuscitar.

Esqueceram. Faltou-lhes fé nas palavras e nas atitudes do Mestre. Quando os interesses pessoais são colocados acima das necessidades comunitárias, a comunidade desmorona. Faltou olhar a vida com os olhos de Deus. Duvidar, nem sempre traz felicidade, uma experiência pode auxiliar. Crer no Senhor ressuscitado. Crer no Deus vivo.

Esses são alguns entre tantos desafios que ferem a inteligência humana. São realidades que fogem da realidade espiritual. E no entanto, essa realidade espiritual será sempre uma incógnita a quem busca saciar sua sede de infinito e sua fome de Deus.

Não esqueça, estamos celebrando a Páscoa do Senhor. Estamos celebrando a Páscoa com o Senhor. Viva alegre quanto o Senhor está alegre. Cante o hino da vitória, pois ele é vitorioso e glorioso. E com Ele todos nós celebraremos a perene alegria da paz.

EDITORIAL

Volta dos radares e o bom senso nas estradas

Que o foco da volta dos radares à BR-163 não seja apenas a fiscalização, mas também a educação e a melhoria na sinalização e na qualidade do asfalto

19/04/2025 07h15

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Os radares estão voltando à BR-163 em Mato Grosso do Sul. E, como quase tudo na vida pública brasileira, isso pode ser encarado sob duas óticas distintas: uma boa e uma má notícia. Para os que trafegam pela rodovia respeitando as regras, é uma medida esperada. Para os que insistem em fazer da pressa um estilo de direção, é mais um obstáculo a sua imprudência. Ainda assim, o ponto central está no equilíbrio que deve nortear essa reinstalação.

É preciso deixar claro: radares, quando bem instalados, com sinalização adequada e objetivos transparentes, não são vilões. Ao contrário, são instrumentos de segurança e prevenção. A BR-163 é uma das mais importantes vias do Estado, e também uma das mais perigosas. O excesso de velocidade é um dos principais fatores de risco nas estradas brasileiras, e limitar esse comportamento é preservar vidas. O retorno dos equipamentos, nesse contexto, é bem-vindo.

Contudo, também é preciso dizer com todas as letras: radares não podem ser armadilhas. Quando mal posicionados, escondidos ou sem qualquer lógica aparente, deixam de cumprir sua função educativa e preventiva e se tornam mecanismos arrecadatórios. Não faltam exemplos no Brasil de motoristas que são surpreendidos por radares mal sinalizados, em trechos sem qualquer histórico de acidentes. Esse tipo de uso precisa ser combatido com rigor.

Cabe ao governo federal e à concessionária CCR MSVia o compromisso de que os equipamentos serão instalados com critério, embasamento técnico e, sobretudo, transparência. A população precisa confiar que os radares estão ali para salvar vidas, e não para punir motoristas descuidados por puro capricho burocrático. Transparência na gestão do trânsito também é uma forma de educação.

Ao mesmo tempo, é preciso evitar o outro extremo. Radares extremamente visíveis, em locais já conhecidos, podem levar motoristas a frear bruscamente antes do ponto e acelerar novamente em seguida. Esse tipo de comportamento, além de ineficaz na prevenção, pode ser igualmente perigoso. Por isso, bom senso é a palavra de ordem na configuração e localização desses equipamentos.

Viajar com responsabilidade ainda é a melhor solução para qualquer problema de trânsito. Revisar o veículo, utilizar os itens de segurança e respeitar os limites de velocidade são atitudes que não custam caro e podem evitar tragédias. A velocidade, como se sabe, é uma das maiores inimigas da segurança. E nenhuma viagem compensa a perda de uma vida no asfalto.

Por fim, que a volta dos radares à BR-163 sirva como ponto de partida para uma política mais séria e eficiente de segurança nas estradas. Que o foco não seja apenas a fiscalização, mas também a educação e a melhoria na sinalização e na qualidade do asfalto. O trânsito é reflexo da nossa sociedade, e qualquer esforço por mais segurança merece apoio. Desde que venha acompanhado de respeito, responsabilidade e, principalmente, coerência.

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