Colunistas

Eles matam cavalos, não matam?

Os velhos e desumanos concursos de danças lembram a maratona do nosso futebol

Confira a coluna de Juca Kfouri deste domingo (18)

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O calendário do futebol brasileiro deixou de privilegiar o futebol para realçar a importância da resistência.

Sobreviver à maratona vale mais que jogar bem.

E Tite agora reclama, como reclamava antes de ser funcionário da CBF.

Quando foi, calou.

Nada fez para influir na mudança imprescindível.

Que permaneça calado, porque a credibilidade foi para o espaço.

Ou, ao menos, faça autocrítica, peça desculpas pelo silêncio cúmplice durante os seis anos em que esteve lá no dia a dia com o presidente da CBF em quem até beijo deu, mesmo depois de ter assinado manifesto exigindo a renúncia dele.

Em fins dos anos 1960, um filme americano com Jane Fonda fez sucesso mundo afora: "They shoot horses, don’t they?", (Eles matam cavalos, não matam?) — "A noite dos desesperados", no Brasil. Recebeu uma porção de indicações para os festivais de cinema, para o Oscar, inclusive.

Tratava de um concurso feito no período da Grande Depressão, nos Estados Unidos, em 1930, que consistia em dançar até ficar apenas um casal.

O prêmio era de cinco salários mínimos e era proibido parar de "dançar" por um minuto que fosse, exceção feita ao pouco tempo concedido para dormir ou ida ao banheiro.

Dançar mesmo ninguém dançava, mas os casais se movimentavam, até à exaustão, ou até morrer em alguns casos.

O filme se baseia em livro apoiado em caso real acontecido em Chicago, quando o casal vencedor permaneceu durante mais de 1.600 horas, 70 dias se mexendo como se dançasse.

A TV Record, nas décadas de 1950/60, fazia o chamado Concurso de Resistência Carnavalesca por três dias, no Ibirapuera, tão desumano quanto.

Voltemos ao futebol.

Quem viu o 0 a 0 entre Nacional de Montevidéu e São Paulo não pode dizer que ficou satisfeito, por mais que empatar fora de casa seja do manual de sobrevivência da Libertadores.

Contentar-se com o resultado do time visitante, que não deu nem sequer um mísero chute ao gol, é apoiar o fim do futebol como manifestação artística, é desonrar o reinado do Rei Pelé, é pisotear o túmulo de Telê Santana, é cuspir na razoavelmente recente história escrita por Raí no Morumbi.

Definitivamente, futebol não é isso.

O empobrecimento é de tal ordem, a resignação à mediocridade é tamanha, que nem mesmo se ouviu referências ao péssimo estado do gramado no Gran Parque Central, o estádio do Nacional, justificativa eventual para a estonteante quantidade de passes errados na saída de bola tricolor, a ponto de botar em risco o maldito empate sem gols, sem emoções, sem vergonha na cara.

No que Tite tem razão em sua indignação — aliás, tem razão em tudo, só perdeu autoridade para protestar — diz respeito à covardia, à resignação dos jogadores, submetidos às lesões recorrentes sem dar um pio, sem um movimento para dar fim ao suplício a que são submetidos, semanalmente, há anos e anos.

Recorra-se aos números do PVC: o Palmeiras poderia chegar aos 80 jogos neste ano; o Real Madrid chegaria aos 59 caso tivesse disputado a final da Copa do Rey na temporada passada.

É o caso de voltar ao já escrito um milhão de vezes: fosse feito com cachorros e a Associação de Proteção aos Animais tomaria providências.

Os sindicatos dos atletas são cúmplices da barbárie, seus dirigentes são sócios da exploração, o presidente da CBF é vampiro da saúde alheia e os dos clubes também.
 

ARTIGOS

Caminhos da vida

23/11/2024 07h30

Arquivo

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A humanidade foi criada em meio a forças provisórias, buscando possíveis maneiras de construir ambiente favorável a seus anseios de eterno. Sempre haverá pela frente um início, um meio e um fim. E tudo leva a um novo construir e a um reiniciar rumo ao eterno.

Enquanto caminha, descobre sempre novas possibilidades tanto para si quanto para a história que vai acrescentando valores às suas conquistas. Essa história vai se concretizando na medida em que cada qual aceitar doar um pouco do que seja seu e contribua na perfeição de todos os sonhos dessa mesma humanidade.

Mesmo com o avanço progressivo da ciência, sempre permanecerão interrogações buscando respostas e explicações que satisfaçam tantas inquietudes e tantas dúvidas. Querendo desvendar certos mistérios. Entre eles buscam saber para onde caminharia essa humanidade. Caminhará para um possível fim ou a um eterno recomeço?

Analisando os últimos capítulos do Evangelho de São João (Jo. 18:33-37), certas sentenças proferidas pelo Mestre dos mestres exigem atitudes de grande confiança e profunda fé. Dando atenção ao Rei Herodes como representante das dúvidas do povo que se sentia incomodado pela presença do Mestre, ele profere uma pergunta ousada: “Então, tu és rei?”. Prontamente respondeu “sim” decidido a qualquer consequência.

Contudo, advertiu que era Rei, não como os reis do mundo. Era e é um Rei diferente. Assumiu o título de tantos que, ou por herança ou por proclamação do povo, constituiria um tipo de governar. E tal personagem levava consigo muitos troféus, muito ouro e muitos escravos.

Esses reis eram respeitados por seus súditos e temidos por seus inimigos. Criavam invejas pelas perdas e pelos sonhos de novas conquistas. Nada satisfazia. A busca de novas conquistas estava no sangue desses reinados. Buscavam sempre mais e mais terras e riquezas. A inveja gerava novas guerras. E as guerras geravam novos inimigos.

O Mestre, mais do que ninguém, conhecia em profundidade essa realidade. Sabia e conhecia o seu sofrimento. Por isso, não permitiu que observassem a composição do seu reinado como os demais. Sua declaração revelaria que o seu Reino não se igualaria com os demais. Os reinos comuns tinham seus exércitos defendendo seus patrimônios, suas armas para combater os seus inimigos.

Os reinos desse mundo são governados pela ganância do poder e do permanente enriquecimento, não importando com a guerra, com as injustiças, com as violências que forem necessárias, com a finalidade de domínio. Felicidade dependerá do tanto de bens e posses a conquistar.

O Reino que o Mestre vem anunciar não tem nada disso. O reino do mundo luta pelo ter, enquanto o reino de Deus luta para ser. O mundo quer ter sempre mais, e Deus quer ser sempre mais. Com o querer mais, o ser humano se escraviza mais aos bens materiais. Já os irmãos do Reino dos céus se fazem mais solidários partilhando tudo entre si.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Delinquentes eram os seus amigos"

Senador Sérgio Moro (União-PR) trocando farpas com o prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ)

23/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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‘Rival’ de Musk que Lula arrumou não tem internet

Para concorrer no Brasil com a Starlink, empresa de Elon Musk de acesso à internet de alta velocidade via satélite, o governo Lula arrumou acordo com suposta “rival” chinesa chamada SpaceSail. Mas é tudo fake: a chinesa nem sequer dispõe de serviço de internet. Não tem nem site na internet. Para piorar, a SpaceSail não é empresa, é só projeto da China Great Wall Industry Corporation, “organização comercial” autorizada pelo governo chinês a oferecer o serviço que ainda não disponibiliza.

Sem comparação

A Starlink tem 7.062 satélites, mais da metade de todos os satélites existentes na órbita na Terra. O SpaceSail tem apenas 36.

Apurar é preciso

SpaceSail é “rival” de Musk só em manchetes brasileiras. Não é páreo para a Starlink, que opera com 250 mil clientes só no Brasil.

Tudo do governo

A CGWIC é subsidiária da China Aerospace Science and Technology Corporation, estatal que constrói os foguetes chineses.

Concorrência desleal

O SpaceSail começou testes em agosto, com 18 satélites, e outros 18 lançados em outubro. Internet talvez em 2026 ou 2027.

Sobrou para Lewandowski explicar jogada no Cade 

Deputados do partido Novo notificaram o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a explicar a exótica decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), cujo chefe Alexandre Barreto, a pedido da J&F dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proibiu a empresa Paper Excellence de exercer os direitos de sócios da Eldorado Celulose. É mais uma jogada dos Batista, após derrotas na Justiça e em tribunais arbitrais, brigando para não entregar o controle da empresa vendida a Paper.

Todo cuidado é pouco

Conhecendo a reputação dos beneficiados, que andaram presos como corruptores, os deputados suspeitam de qualquer favor oficial à dupla.

Lorota oficializada

A Paper sequer atua no Brasil, mas o burocrata do Cade alegou, como quis a J&F, que a empresa pode “causar prejuízos” à concorrência.

Instrumentalização

Barreto foi indicado ao cargo pelo presidente do TCU, Bruno Dantas, genro do dono de empresa de eventos parceira dos irmãos Batista.

Crime e castigo

O Ministério Público do DF denunciou o dirigente petista Wilmar Lacerda, preso em 24 de outubro passado, por fazer sexo com menores. Segundo a denúncia, meninas de 12 ou 13 anos estão entre as vitimas.

Reino da hipocrisia

Os petistas dizem respeitar mulheres, mas na ONU, esta semana, negou apoio a resolução (aprovada) contra perseguição e matança de mulheres no Irã. Preferiu se unir a ditaduras reais ou disfarçadas para passar pano. 

Boicote ao Carrefour

O ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugeriu ao agro não fornecer carne para o Carrefour e Atacadão venderem no Brasil, como resposta à demagogia francesa. Para fazer média com os ineficientes produtores da França, a rede anunciou boicote à carne do Brasil e Mercosul.

Voto auditável

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Carol De Toni (PL-SC) convocou para quinta (28), às 10h, audiência pública sobre voto impresso, que desmascarou a fraude eleitoral na Venezuela.

Norte e Sul

Dois estados brasileiros registraram alta na taxa de trabalhadores na informalidade, comparando o último trimestre com o mesmo período de 2023: Roraima (alta de 3,6%) e Rio Grande do Sul (1,4%).

A língua de Malddad

Marca R$2 bilhões ao ano na calculadora de Fernando Haddad (Fazenda) o que o ministro espera economizar com o arrocho que sobrou para os militares. Malddad chama de “ajuste fiscal”, mas é corte mesmo.

Barraco

Uma publicação do juiz Marcelo Bretas causou um barraco entre o prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ) e o senador Sérgio Moro (União-PR). No meio da baixaria, insultos como “lixo” e “delinquente”.

Cadê a vacina?

Enquanto o Ministério da Saúde insiste em dizer que há vacinas suficientes, 11 estados registram falta de algum imunizante: AL, MG, MS, MT, PB, PE, PI, RS, SC, SE e TO.

Pensando bem...

...empresa de internet sem internet não precisa importar da China.

PODER SEM PUDOR

O deputado que falava japonês

Deputado estadual do PTB de Minas, Saulo Diniz queria abrir a Usiminas a investidores japoneses. O governador Bias Fortes condicionou seu apoio à ida de uma delegação japonesa a Minas. No dia da audiência, Saulo Diniz traduzia a conversa dos japoneses. Bias ficou admirado: “Sabia de suas qualidades, mas não imaginava que falasse japonês...”
Não falava. Ele juntou três japoneses no cinturão verde de Belo Horizonte, vestiu-os de paletó e gravata e levou-os à audiência. Mas manteve a pose: “Meu irmão comunista, muito culto, sabe idiomas e me ensinou alguns...”

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