Fim da gotinha encarece vacina e alegra indústria
Levanta suspeitas na Câmara a troca da gotinha contra poliomielite pela vacina injetável. “É muito mais fácil disseminar vacina que é uma gotinha do que por meio de injeção”, observa o deputado, médico e ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul Osmar Terra (MDB-RS). Ele lembra que a injeção é muito mais cara porque exige a compra de milhões de seringas, agulhas etc., o que gerou suspeitas de interesse econômico por trás da medida do Ministério da Saúde. Adotada há 35 anos, a gotinha sempre foi eficaz e sem registro da doença em pessoas imunizadas.
Faltam explicações
Osmar Terra disse esperar que o Ministério da Saúde, diferente de todas as outras vezes que mexeu com vacina, explique melhor essa mudança.
Deputada estranha
A deputada Roseana Sarney (MDB-MA) cobrou explicações da ministra Nísia Trindade (Saúde), nesta terça-feira (5), sobre a estranha mudança.
Rincões do Brasil
“Preocupações financeiras e logísticas precisam ser abordadas”, justifica a deputada ao destacar regiões com limitações ao acesso à saúde.
Zé Gotinha mudo
A coluna procurou o Ministério da Saúde para que justificasse a troca no tipo de imunizante, mas não houve resposta. O espaço segue aberto.
Homem da ‘ética publica’ tenta melar acordo da Vale
Após afirmar que a presidência da Comissão de Ética da Presidência da República não impede suas atividades, “desde que não gere situação caracterizadora de conflito de interesses”, o advogado Manoel Caetano assinou petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), a serviço da banca inglesa de advocacia Pogust Goodhead (PG), contra acordo avalizado pelo governo federal para indenizar as vítimas do desastre de Mariana. Caetano tenta barrar no STF o Programa Indenizatório Definitivo, que prevê a maior indenização da História para os afetados: R$170 bilhões.
Fundos abutres
O PG tem histórico de ajuizar ações em Londres para fundos abutres caçadores de desastres, em busca comissões obesas de indenizações.
Perdeu, Mané
O acordo da Vale e BHP com as vitimas permitiu a solução do caso no Brasil, frustrando o pretendido faturamento dos fundos abutres.
Tentativa de ‘melar’
A petição de Manoel Caetano ao STF tenta preservar os interesses dos clientes da PG supostamente representando novas “vítimas” do desastre.
Suicídio de defunto
Foi até engraçado: filiado ao Psol, que não elegeu um só prefeito em 5.570 municípios, Guilherme Boulos (SP) disse que “seria suicídio” a esquerda (que elegeu só 12% do total) se aliar a forças de centro.
Só jogar parado
Se houver fidelidade dos colegas, Hugo Motta (Rep-PB) já pode estourar o champagne. Somados, os partidos que o apoiam para presidir a Câmara já somam 355 deputados. Ele precisa de 257 para se eleger.
Vergonha, OAB
A deputada Carol de Toni (PL-SC) cobrou: “Onde estava a OAB quando os direitos dos cidadãos foram pisoteados?”, referindo-se ao processo absurdo contra o jurista Ives Gandra por suposta “incitação a golpe”.
Apenas um rolê
Badalaram o “pedido” de Lula para o ministro da Fazenda não viajar, mas ninguém perguntou o que Haddad faria de tão importante na Europa. A resposta: nada de relevante. Nem sequer tinha agenda definida.
Só pensam em taxar
Avança na Câmara a criação de fundo para “manutenção do carnaval”, taxando bebidas alcoólicas em mais 0,5% ou 1%. Recebeu parecer favorável do deputado Alfredinho (PT-SP) na Comissão de Cultura.
Eles amam Bolsonaro
Faz sentido muitos acharem que Lula se alimenta de Bolsonaro: dois anos depois, o petista ainda não fez entregas. Resta-lhe acionar seus cães contra o inimigo, mesmo que o vitimize. Afinal, o amor venceu.
De mau gosto
“Só pode ser piada”, diz Deltan Dallagnol, custando acreditar na fala do ministro Renan Filho (Transportes) de que traficantes preferem rotas no Brasil porque “nossos portos e aeroportos são melhores”.
Brasil machista
Levantamento Nexus/FSB mostra que 23.138 mulheres receberam apenas de zero e 10 votos, nas eleições municiais deste ano. Esse total representa 14,5% das candidaturas femininas.
Pensando bem...
...as guerras pareceram sumir por um dia.
PODER SEM PUDOR
A loucura de Benedito
Às vésperas da escolha do interventor de Minas Gerais, em 1934, Benedito Valadares se encontrou no Rio de Janeiro com José Maria Alkmin: “Se você for o escolhido, me convida para secretário?” Alkmin respondeu, divertido: “Você está louco, Benedito?” Dias depois, Getúlio Vargas anunciaria a escolha de Valadares, que logo recebeu um telegrama: “Parabéns. Retiro a expressão. Ass., Zé Maria”. A raposa política seria nomeado secretário do Interior.