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O ser humano tem uma péssima tendência de colocar a culpa e encontrar desculpas para tudo o que acontece, coloca culpa nos outros, na situação, na família, no país, no chefe. E assim vai se escondendo atrás de cada fracasso e acreditando que não merece, que não pode, não consegue. Isso torna simples e fácil o “dar errado”, o “não progredir”, o “não ter sucesso”, o “não vencer”, o “não ganhar mais”.

Não estou aqui dizendo que não somos influenciados pelas ações dos outros, pelas oportunidades que os outros nos dão. Sim, isso influencia e muito! Mas como você se comporta, as suas competências, a sua autoridade em determinado assunto e a sua capacidade influenciam sim como os outros te veem!

Confuso? Mas o que vem antes? O ovo ou a galinha? Esse é o mesmo tipo de situação. O que estou sugerindo agora é que você tome as rédeas da sua vida, das suas atitudes! Seja você. Não podemos mudar nosso passado, não podemos mudar as ações dos outros, mas podemos mudar o nosso futuro, a nossa história, com o que fazemos agora.

O poder do agora está somente nas nossas mãos! E vou dizer mais uma coisa, do mesmo jeito que podemos deixar as desculpas justificarem nosso fracasso, nossa falta de resultados, também podemos treinar nossa mente para ser honesta conosco e buscar nossos objetivos, buscar aquilo que nos faz feliz, a ter sonhos que geram metas e objetivos que queremos cumprir, atingir e, com isso, ir em direção ao nosso sucesso.

Não devemos, jamais, deixar a nossa vida, o nosso sucesso, sob responsabilidade de outra pessoa. Precisamos ser protagonistas em nossas histórias. Protagonista é o personagem principal de um livro, filme, novela ou série. E para ser protagonista, você tem que ter uma história, a sua história. Cada um de nós tem uma história para viver, para transformar.

Alguns escolhem ficar sempre no mesmo lugar, da mesma forma. Outros preferem arregaçar as mangas e transformar a sua jornada. Daí vem o livre arbítrio, a escolha.

Nem tudo o que fizer vai trazer o resultado exato que você deseja, mas o resultado que você precisa. Seria fácil se conseguíssemos tudo o que queremos, da forma e na hora que queremos, mas só o simples fato de agir já é maravilhoso.

A vida não é sobre nunca errar ou sempre acertar, mas sobre o movimento constante, o aprendizado com cada experiência e a coragem de começar de novo sempre que necessário.

Ser protagonista é assumir que, mesmo diante dos desafios e incertezas, você tem o poder de transformar cada página em um relato de determinação, superação e realização. Seu futuro está esperando para ser escrito por você, com coragem, propósito e ação.

ARTIGOS

O mundo caótico das narrativas

10/12/2024 07h45

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Desde quando o mundo foi o mundo das realidades e da verdade em si? Tudo que nos chegou foi pelo processo de histórias mal engendradas, mal registradas e mal contadas. Toda a história da humanidade viajou no tempo por intermédio de narrativas, por intermédio de enunciadores que não a viveram. São elas que formaram o cerne de todas as entranhas culturais existentes no mundo. Toda nossa vida foi-nos traduzida pelos que nos precederam (lembranças são memórias atualizadas, nunca fiéis aos acontecimentos). Tudo o que deles sabemos, também o foi. Tenho insistido na tese de que a verdade, enquanto categórico universal, não nos seja acessível. 

Fatos são fenômenos irrecuperáveis na linha do espaço-tempo. Mesmo com o advento das novas mídias, “vê-se” o registro, mas não se pode recuperar a “realidade”, a “verdade” tal como se deu. Isso porque nossa capacidade de percepção do mundo é ínfima, parcial, individual: o que eu percebi, o que eu vi e o que eu inferi está absolutamente lincado a minha (in)capacidade de captar, deduzir, interpretar e enunciar o fato em si. O que vejo, creio, percebo, está contido no campo de minha potencialidade de perceber, interpretar e enunciar.

Vivemos, mesmo, mergulhados em um mundo caótico de narrativas. De enunciados e de enunciadores, a respeito da “verdade dos fatos” (inapreensíveis em si) vamos construindo narrativas possíveis dentro dos parâmetros que podemos ter. Nossas enunciações deixam nossas assinaturas, marcas e rastros de opinião, reescrevendo, diuturnamente, a história contada do nosso e único jeito de compreendê-la e transmiti-la. 

Tudo se apresenta como meras traduções. Metabolizamos o que capturamos de fora, por intermédio da filtragem do que temos por dentro. E nesse processo de captação e representação da realidade, a carregamos com pinceladas de uma cosmovisão personalíssima que constitui nossa lente de olhar o mundo. Tal como o observado vê o observador, o mundo traduzido, por recorrência de quem o captou, apresenta-se particularíssimo diante de nós.

Depois de Einstein e da física quântica, legaram um antecartesiano novo paradigma do encontro, no qual ambos (observador e observado) se auto modificam, todas as narrativas a respeito de tudo são possíveis.

Com isso, somos os que observam e os observados. Influímos e somos influenciados, modificamos o que captamos como realidade e verdade em si e as enunciamos conforme a capacidade que temos de interpretá-las e passá-las adiante. 

Somando-se ao conceito anterior, com relação à captação do mundo, a Semiótica (ciência dos signos, estudo de como lidamos com as representações) determinou que a apreensão da “realidade” se dá por intermédio de traduções sígnicas. O mundo que habitamos (e tudo que há nele) é único e individual. Vivemos a realidade que, potencialmente, podemos viver – “somos quem podemos ser” – por meio das significações que somos capazes de dar, seja com relação aos acontecimentos (aos fatos), às pessoas, à realidade, à “verdade”, à vida em si. 

Enunciadores-narradores de fatos e verdades – com nossos parcos recursos de captação, interpretação e compreensão – é o que somos. Tudo arrolado em um imenso caldeirão, no qual razão e emoção nos constituem enquanto humanos pensantes e sencientes. Somos, sim, complexidades (ainda ignorantes e narcísicas), as quais atribuímos uma capacidade que não temos. Tudo é e não é; existe e não existe, dependendo do filtro que temos e usamos. É a esse mundo de “enunciações”, “paradigmas”, “concepções” e “narrativas” que estamos todos subjugados e afetados.

Dotados da arrogante prerrogativa anacrônica de que somos capazes do que não temos condição de ser, ou seja, compreender o outro e o mundo que nos asfixia por si mesmo, tal como é, tal como somos, intérpretes do que nos chega – oriundo da esfera das significações – filtrado, de antemão, por nosso próprio lastro interpretativo. Reconhecer e conseguir vivenciar esse mundo de narrativas, talvez, seja a habilidade que precisamos reconhecer como de nossa natureza, para esse momento caótico de estar no mundo, que de toda forma é só nosso, visto que o real não existe.

A concepção que temos a respeito de tudo sempre será pessoal e intransferível. Enfim, tudo o que podemos acessar se dará, unicamente, por intermédio de traduções e de narrativas nossas e dos demais. A torre de babel não seria, assim, apenas um mito, talvez seja uma explicação.

ARTIGOS

O pacote fiscal e o Proagro

10/12/2024 07h30

Arquivo

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Em um país em que as desigualdades econômicas já são enormes, o governo federal insiste em propor pacotes que mais prejudicam do que corrigem. O discurso de corte de gastos na última semana é apenas uma fachada: enquanto o governo mantém privilégios intocados, como quinquênios retroativos e férias de 120 dias para o alto escalão, são os mais vulneráveis que acabam pagando a conta.

Entre as medidas mais polêmicas está a tentativa de limitar as despesas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), fundamental para o agronegócio, um dos setores mais resilientes da economia brasileira. Atualmente, as despesas do Proagro ficam na conta do Banco Central, porém, por conta dos elevados custos, o governo quer transferir essas despesas para o Orçamento, restringindo-as à previsão orçamentária. Essa mudança pode afetar diretamente a segurança e o planejamento de produtores rurais que enfrentam adversidades climáticas, colocando em risco não só a produção agrícola, mas também a segurança alimentar do País.

Ao mesmo tempo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), essencial para famílias em situação de extrema vulnerabilidade, é alvo de medidas que dificultam o acesso. Famílias que lidam com doenças raras muitas vezes não conseguem receber os benefícios aos quais têm direito, mesmo após decisões judiciais. Enquanto isso, os gastos bilionários com privilégios no alto escalão seguem intactos.

Mas o problema não é apenas social, e sim estrutural. O governo insiste em aumentar impostos sobre aqueles que já contribuem significativamente, como empresas que pagam 34% de imposto sobre lucros, além de tentar tributar dividendos. Essa estratégia não só desestimula o investimento como também alimenta uma narrativa de divisão social, em que os “ricos” são demonizados sem que os dados sejam apresentados com clareza. Uma verdadeira demagogia!

O reflexo dessa política equivocada pode ser visto na economia. A alta do dólar, que já ultrapassou R$ 6, afeta diretamente o custo de vida dos brasileiros. Não se trata apenas de viagens internacionais ou carros importados: 85% dos insumos para fertilizantes são importados, o que impacta diretamente o preço dos alimentos. Isso sem mencionar a indústria, que depende de produtos químicos e embalagens importadas, encarecendo a produção nacional.

O pacote anunciado pelo governo, que prometia economizar R$ 327 bilhões até 2030, não passa de um amadorismo. Até mesmo analistas alinhados com o governo admitem que será difícil alcançar uma economia de R$ 40 a R$ 50 bilhões nos próximos dois anos. E o deficit fiscal, que já chegou a R$ 105 bilhões até setembro, continua crescendo, mesmo com um aumento real de 9,77% na carga tributária até outubro.

O Brasil precisa de cortes reais, não de manobras que apenas aumentam o peso sobre os cidadãos e os setores produtivos. É hora de enfrentar os privilégios do alto escalão, reduzir os gastos desnecessários e priorizar quem realmente precisa. Sem essas mudanças, continuaremos a ver pacotes que prometem muito, mas entregam pouco, enquanto o País afunda em um mar de injustiças e desconfiança.

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