Colunistas

Cláudio Humberto

"Você que fez o L, a partir de segunda-feira pagara já mais R$0,70 por litro na gasolina"

Ex-deputado Eduardo Cunha (PTB) sobre o fim da redução de impostos de Bolsonaro

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‘Bolsonarista’ presa apoiou futuro ministro de Lula

O futuro ministro Márcio França (Portos e Aeroportos), do PSB, escolhido pelo presidente eleito Lula, contou com apoio da suposta bolsonarista Klio Hinaro, presa nesta quinta (29) na Operação Nero, deflagrada pela Polícia Federal e Polícia Civil do DF. Klio esteve em evento com França, então candidato socialista ao Governo de São Paulo, e fez questão de registrar o momento e chamar o socialista de “nosso futuro governador”.

Estranho no ninho

O caso Klio, que era do QG em Brasília, ligou o alerta nos movimentos pró-bolsonaro. Suspeita-se de infiltrados esquerdistas e baderneiros.

Lanterninha eleitoral

Klio Hinaro é conhecida na política: disputou a prefeitura de Tupã (SP) em 2020. Com 1,17% do total, ficou em última com apenas 364 votos.

Pai famoso

O pai da manifestante é Eizi Hirano, um dos mais importantes e influentes empresários da fotografia do Brasil. Morreu em 2019. 

Operação Nero

A operação deflagrada ontem foi para prender envolvidos na noite de vandalismo e tentativa de invasão da sede da PF, em Brasília, no dia 12.

Lula e PT fazem ‘conta de somar’ no Congresso

O presidente eleito Lula não terá vida fácil no Congresso, ano que vem. Se o futuro governo conquistar todos os votos de partidos presentes na Esplanada dos Ministérios, o petista terá pouco mais da metade dos votos no Senado (45) e na Câmara (265). Vai precisar muito dos partidos do centrão, que já foi quase todo “contemplado” com ministérios apenas para PSD, MDB e União Brasil. Ainda sem cargos no futuro governo, PL e PP continuarão a ser determinantes nas votações a partir de 2023.

Difícil de ignorar

Os dois maiores partidos que estarão fora da Esplanada a partir de 2023 são PL e PP. Republicanos, que apoia Bolsonaro, também está fora.

Sem conversa?

O PL de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, será o maior partido em 2023. Hospeda boa parte da oposição: 99 deputados e 14 senadores.

No aguardo

O PP do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, será a 4ª bancada da Câmara: 47 votos.

Gente besta

Alegações idiotas como “Pelé era de direita” foram ouvidas ontem, quando se discutiu no PT o eventual cancelamento das festas de arromba da posse de Lula, dia 1º. A tendência é não cancelar.

Acerto com União

Tem digitais de Luciano Bivar, presidente do União Brasil, o movimento que garantiu o partido no ministério de Lula. Reuniu-se cedo com Lula para dissipar rebeldes no União e garantir votos na sigla para o petista.

Justiça seja feita

A escolha de José Múcio para ministro da Defesa virou uma unanimidade em Brasília. Ninguém a critica. Apesar de político talentoso, ele não é produto de indicação partidária, mas tem aval quase suprapartidário.

Conta fechada

O rateio ministerial de Lula rendeu boquinhas para nove partidos: PT liderando com 10 pastas; MDB, PSB, PSD e União Brasil, três pastas cada; e PDT, PSOL, Rede e PCdoB com uma cadeira ministerial.

Pior para o País

Uma espécie de “comitê da vingança” do PT não poupa aliados. Caso de Kátia Abreu (PP-TO), citada para a diretoria de agricultura do Banco do Brasil. Ela era ministra da pasta onde foi constatada a pedalada que resultou no impeachment de Dilma. Pior para o agro, pior para o País.

Há três governos

Quando deixou a presidência, em 2011, o então ex-presidente Lula e família passaram férias de duas semanas no Forte dos Andradas, no Guarujá. Com custos bancados pelos cofres públicos.

Terreno na Lua

Dono do PDT, Carlos Lupi avisou ao presidente eleito Lula que “aceita” o Ministério da Previdência, já que o Ministério do Trabalho foi (também) para o PT. Por enquanto, ambos ainda não existem.

Cores proibidas

O verde e o amarelo da bandeira estão mesmo banidas. Uma associação de docentes da Universidade de Brasília, aparelhada pelo PT, distribui camisetas para quem vai à posse de Lula, dia 1º. Vermelhas, claro.

Meio-presidente

Ao hostilizar quem não votou nele, dizendo que “fiquem quietinhos”, Lula mostra que pretende governar apenas para a outra metade do País.

PODER SEM PUDOR

Coerência oblíqua

Homem culto e orador brilhante, o general e deputado gaúcho Flores da Cunha discursava da tribuna da Câmara quando um deputado, Teixeira Coelho, resolveu corrigir uma frase dele iniciada com pronome oblíquo.

A resposta de Flores da Cunha entrou para os anais das melhores reações de improviso de que se tem notícia: “O senhor não tem muita autoridade para me corrigir, pois, para ser coerente, o seu próprio nome deveria ser Cheira-te Coelho!”

Artigos

A América impacta o mundo

Por Gaudêncio Torquato, escritor, jornalista, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e consultor político

12/11/2024 07h30

Arquivo

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O mundo abre os olhos na direção do horizonte e tenta enxergar as retas e as curvas do caminho. Quer ver se consegue descobrir o porquê os nossos irmãos do Norte escolheram para liderá-los um empresário conhecido por sua expressão misógina. Eis que seu retorno ao assento no Salão Oval da Casa Branca pode ser considerado o mais retumbante da história norte-americana.

O impacto da vitória de Donald Trump abre expectativas no centro e nos fundões do planeta. Conseguirá ele abrir uma era de ouro na terra americana como anunciou em seu discurso de vitória? Conseguirá ele fechar as fronteiras do país e fazer voltar para seus países milhões de imigrantes que buscaram realizar seus sonhos na terra de Abraham Lincoln?

Esse escriba tem lá suas dúvidas. Puxo um fio da história. Há 193 anos, em abril de 1831, Alexis de Tocqueville e seu amigo Gustavo Beaumont embarcaram no Havre (França) com destino à nação do norte. Os dois jovens magistrados se investiam de uma missão: conhecer e examinar a solidez das instituições penitenciárias. Cumpriram a tarefa. Tocqueville produziu o clássico

“A Democracia na América”, em que pontuava sobre o que viu na jovem nação: “Existe um amor à pátria que tem a sua fonte principal naquele sentimento irrefletido, desinteressado e indefinível que liga o coração do homem aos lugares onde o homem nasceu. Confunde-se esse amor instintivo com o gosto pelos costumes antigos, com o respeito aos mais velhos e a lembrança do passado; aqueles que o experimentam estimam o seu país com o amor que se tem à casa paterna”.

Entremos nos dias de hoje. Espraia-se por todos os lados o desencanto. A desesperança. O país que elegeu, no dia 5 de novembro, seu presidente está coberto por uma camada de ódio, violência e medo. Pergunta-se: qual o motivo da vitória de alguém que expressa posições misóginas, racistas, disposto a expulsar do território milhões de imigrantes?

O sonho americano é uma utopia. Ontem, ouvíamos o lamento de Simon Bolívar, o grande timoneiro, ao retratar a sofrida América Latina: “Não há boa fé na América, nem entre os homens nem entre as nações; os tratados são papéis, as constituições não passam de livros, as eleições são batalhas, a liberdade é anarquia e a vida um tormento. A única coisa que se pode fazer na América é emigrar”.

Hoje, vemos a ameaça de uma espada sobre a cabeça daqueles que se abrigaram na “terra dos sonhos”. Emigrar foi a opção de massas carentes de regiões do planeta que escolheram a grande nação para viver. Muitos pensam em retornar à antiga casa sob medo de o braço de um comandante que transpira vingança cair sobre suas cabeças.

O planeta vive uma era de dissonâncias. Guerras explodem em regiões. Os povos olham para os céus e não encontram faróis.

As multidões continuam a querer se embalar com os sonhos de outrora. O gosto suave de passear pelas ruas, andar à noite, conversar com os vizinhos, reforçando os vínculos de solidariedade, destruídos pela explosão populacional das grandes e médias cidades e pela deterioração da infraestrutura de serviços.

As desigualdades afloram com força. As doenças se tornam pandêmicas. E assim, a chama telúrica se apaga sob o violento sopro da expansão desordenada das margens sociais. Os governos se tornam entes ineficientes. Novos e imensos grotões de miséria se abrem. Tristes tempos.

A cosmética das ruas ganha enfeites esquisitos. A imagem mais parece a de um jogo de futebol, disputado com a melhor bola da Fifa e os uniformes mais bonitos. Mas o campo é esburacado. Até os jogadores exibem sua moderna estética em cabeças trabalhadas por tesouras que fazem veredas no cabelo. Tudo parece um festival de assombração.

Nas prateleiras do poder, chegam reclamações sobre a eficiência dos serviços públicos, tocados por burocracias lentas e paquidérmicas, quadros funcionais ineptos e desmotivados. Explodem denúncias sobre negligências, malhas de corrupção. A realidade é amarga.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Duas coisas que deveriam deixar de existir"

Presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, sobre emendas parlamentares e ONGs que vivem delas

12/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Custos do STF rivalizam com a realeza britânica

Voltou a viralizar nas redes o paralelo de custos da família real britânica aos da “realeza” dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2022, a realeza de verdade custava, na cotação da época, R$601 milhões, um quarto de bilhão de reais menos que os R$851,7 milhões dos “monarcas” do STF. Esse valor foi para R$897 milhões em 2024 no Brasil e R$648 milhões no Reino Unido. Em 2025, o STF irá arrebentar com R$953,8 milhões rivalizando aos R$980 milhões da turma do rei.

Retorno gera retorno

A família do Rei Charles ganhou “aumento” de 53% para 2025 porque os bens e investimentos tiveram retorno recorde entre 2023 e 2024.

Sem comparação

O STF custa quase dez vezes mais que o Supremo do Reino Unido, que tem orçamento anual de R$97 milhões (13 milhões de libras).

Outro Estado

Custos do Supremo britânico caíram mais de um milhão de libras (R$7,4 milhões) entre 2022 e 2023. No Brasil esse tipo de gasto só aumenta.

Só segurança

Se forem considerados os gastos com a segurança da realeza, é preciso somar 150 milhões de libras anuais do orçamento da Família Real.

Panamá julga ex-presidentes acusados na Lava Jato

O Brasil vive a expectativa de um novo vexame internacional. Enquanto os brasileiros convivem com a rotina de descondenação de políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores enrolados em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, outros países punem seus ladrões denunciados pela Lava Jato. Nesta quarta-feira (13), o Panamá irá julgar dois ex-presidentes do país, Ricardo Martinelli e Juan Carlos Varela, e mais 34 acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.

Suborno onipresente

As acusações na justiça panamenha se referem a negócios envolvendo a brasileira Odebrecht, empreiteira que mudou de nome após o escândalo.

Peru não perdoa

Recentemente, o Peru condenou o ex-presidente Alejandro Toledo a 22 anos de prisão por crimes denunciados na versão peruana da Lava Jato.

Cadeia nos EUA

Nos Estados Unidos já são vários os condenados que cumprem pena por crimes denunciados na Lava Jato, operação desmantelada no Brasil.

Plena campanha

Pelo tempo que consumiu na tarde ontem (11), perambulando no Shopping Brasília, até parece que o deputado Elmar Nascimento (União-BA) não está em plena disputa pela presidência da Câmara.

Mão única

Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar lembrou ontem que o país não retirou seu embaixador do Brasil e que foi Lula, declarado persona non grata, que removeu o embaixador brasileiro de Tel Aviv.

Ideia fixa

Senadores devem analisar nesta terça o projeto que cria o mercado do carbono no Brasil, que estava na pauta da semana passada e foi adiado. Mas atenções estão com a regulamentação das emendas parlamentares.

Cripto dispara

O Bitcoin superou pela primeira vez na História a marca dos US$87 mil (R$500 mil). Decorre da euforia pela vitória de Donald Trump. O valor da principal criptomoeda tem disparado e batido recordes diários.

Insaciável

Após a derrota nos EUA, a bilionária campanha de Kamala Harris voltou a entrar em contato com os eleitores democratas pedindo mais doações para pegar despensas “pendentes”, que superam os US$20 milhões.

Perdedores

Ao longo do ano, nas redes de TV ABC, NBC e CBS, foram positivas 86% das notícias sobre Kamala Harris e negativas 89% das notícias sobre Donald Trump. Tomaram uma surra do povo norte-americano.

Prefeitos e prefeitas

Será lançado no dia 20 o livro "Prefeitos, Prefeitas e seus Desafios", do gestor público Saulo Monteiro, na Livraria Drummond, em São Paulo, espécie de manual para os novos prefeitos, da formação da equipe à influência de parentes, limitações de recursos e pressões políticas.

Até isso

O FBI entrou em contato com as big tech nos EUA para avisar que hackers estão roubando dados dessas empresas não pelo computador, mas fraudando ordens emergenciais judiciais e policiais.

Pensando bem...

...PEC para encurtar a semana não basta para apagar surra eleitoral.

PODER SEM PUDOR

Tiquinho de presidente

Ao saber que um certo marechal Castelo Branco fora indicado presidente, após a derrubada de João Goulart, o deputado Padre Godinho descobriu seu endereço (rua Nascimento e Silva, Ipanema, Rio) e foi lá apresentar cumprimentos. Ficou na portaria, com um amigo, até aparecerem algumas pessoas. “Cadê o homem, o Castelo?” Um baixinho se apresentou: “Sou eu.” Padre Godinho se apresentou e foi embora. E cutucou o amigo, referindo-se ao ao presidente: “Só isso?”

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