Política

CÂMARA MUNICIPAL

A 4 dias da eleição, Beto Avelar não tem nomes suficientes para registrar chapa

Candidato do PP tem seis vereadores, faltando um para chegar ao número mínimo, enquanto Papy (PSDB) tenta tirar dois do Avante

Continue lendo...

A quatro dias da eleição para escolher a nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de Campo Grande para os dois primeiros anos da próxima legislatura, marcada para as 19h do dia 1º de janeiro de 2025, o vereador Beto Avelar (PP) ainda não tem nomes suficientes para registrar uma chapa para competir contra o vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o Papy.

Para registrar uma chapa, o que precisa ser feito até uma hora antes da eleição, o parlamentar precisa ter sete nomes – presidente, primeiro-secretário, segundo-secretário, terceiro-secretário, primeiro-vice-presidente, segundo-vice-presidente e terceiro-vice-presidente –, e Beto Avelar conta apenas com os colegas Professor Riverton (PP), Delei Pinheiro (PP), Maicon Nogueira (PP), Wilson Lands (Avante) e Leinha (Avante), totalizando seis parlamentares.

No entanto, conforme o vereador Papy, em vez de conseguir mais um para formar a chapa, é mais provável que o progressista perca os dois nomes do Avante – Wilson Lands e Leinha –, que já assinaram a lista do tucano e ainda não confirmaram se vão migrar para o grupo de Beto Avelar.

“As conversas de bastidores são de que o Beto está tentando aumentar o número de apoiadores para formar a chapa, mas, até agora, não conseguiu mais apoios. Além disso, dos seis, dois assinaram comigo e disseram que não vão tirar a assinatura”, assegurou Papy ao Correio do Estado, garantindo que, dos 29 vereadores, 23 já estão com ele, sem contar os dois do Avante, que ainda podem ficar realmente com o tucano e abandonar Beto Avelar. 

Os vereadores que estão com Papy são: Marquinhos Trad (PDT), Rafael Tavares (PL), Carlão (PSB), Silvio Pitu (PSDB), Veterinário Francisco (União Brasil), Fábio Rocha (União Brasil), Junior Coringa (MDB), Dr. Victor Rocha (PSDB), Professor Juari (PSDB), Flávio Cabo Almi (PSDB), Luiza Ribeiro (PT), André Salineiro (PL), Ana Portela (PL), Neto Santos (Republicanos), Herculano Borges (Republicanos), Dr. Jamal (MDB), Landmark (PT), Clodoilson Pires (Podemos), Jean Ferreira (PT), Dr. Lívio (União Brasil), Ronilço Guerreiro (Podemos) e Otávio Trad (PSD).

Apesar da ampla vantagem, o vereador do PSDB disse ao Correio do Estado que ainda espera que Beto Avelar reflita e desista da disputa.

“Sinceramente, estou cuidando mais da nossa turma aqui do que da dele lá, mas ainda torço por uma chapa só e que o consenso prevaleça”, assegurou.

SEM VAGA

O fato é que, caso o PP realmente resolva bater chapa com o PSDB e os tucanos tenham mesmo 23 votos, a prefeita Adriane Lopes (PP) correrá o risco de ficar de fora da nova Mesa Diretora da Casa de Leis no biênio 2025-2026. A esperança é de que o trabalho de “formiguinha” de Beto Avelar, que teria o apoio do deputado estadual Lidio Lopes (sem partido), consiga retirar boa parte dos 23 vereadores que já declararam voto em Papy.

No entanto, conforme apurou o Correio do Estado, a articulação de Beto Avelar não estaria dando resultado, primeiro, porque Papy e seu principal articulador, o atual presidente Carlão (PSB), não estão se opondo a Adriane, mas apenas pedindo, no máximo, a independência do Legislativo.

Em segundo lugar, nos bastidores, muitos dos vereadores que poderiam ser seduzidos por cargos e outros mimos sabem que a prefeita terá dias difíceis a partir do próximo ano, com um ajuste fiscal e de pessoal rondando o município. Dentro do PP, o sentimento dos colegas de bancada de Avelar é de que o partido poderá se dar mal, caso insista no líder da prefeita.

Afinal, Papy, acompanhado de Carlão, já organizou a próxima Mesa Diretora sem o PP e, no arranjo em curso, representando os tucanos – a maior bancada eleita da Câmara para a próxima legislatura –, ficaria com a presidência, Carlão com a Primeira-Secretaria, o PL, que elegeu três vereadores, com a vice-presidência, o PT, com a segunda-vice-presidência ou com a Segunda-Secretaria, e assim sucessivamente.

O PP, com seus quatro vereadores e a segunda maior bancada da Casa, ficaria sobrando no arranjo e de fora da Mesa Diretora, o que poderia ser um grande prejuízo. Há quem diga que o PP tem insistido na candidatura de Beto Avelar de modo a tentar ocupar a vice-presidência no lugar do PL, em uma chapa de consenso. 

SEM DIGITAL

Em entrevista ao Correio do Estado, a prefeita Adriane Lopes afirmou que, até o momento, não se manifestou sobre a eleição na Casa de Leis porque o pleito é de responsabilidade do Poder Legislativo, que é independente. 

“Já conversei com o vereador Papy, conversei com o Beto Avelar, com os outros três vereadores progressistas e com os dois do Avante, bem como com os dos outros partidos, mas eu dei a liberdade ao vereador reeleito Beto Avelar para ele trabalhar com independência. Se ele tem o posicionamento de buscar a presidência da Câmara e entende que pode ser [eleito], eu não vou barrar o sonho de ninguém”, declarou.

A gestora completou que não disse “a Papy e nem a Beto que eles não podem ser o presidente”.

“Dei liberdade para os quatro vereadores do Partido Progressista e aos dois do Avante de construírem as respectivas candidaturas. Agora, a construção é deles, não é da prefeita. Eu estou no partido, mas a construção não é minha. Eles têm que se viabilizar, ir atrás dos votos para colocar o nome para aprovação para a presidência da Câmara”, argumentou.

Ela também acrescentou que não deu prazo para Beto Avelar viabilizar a candidatura.

“Não dei porque não partiu de mim a candidatura, partiu do próprio vereador. Porém, pelo que eu ouvi, se o Beto tivesse só seis votos mesmo, talvez ele já teria retirado a candidatura dele. Porque, com esse negócio de ter uma lista prévia para a eleição de Câmara, a gente já conhece como termina a história”, ressaltou.

Adriane Lopes relatou que compartilha do ponto de vista do vereador do PP, ou seja, se Beto Avelar, chegando mais próximo da eleição, entender que deve ir para o embate ou recuar, terá total liberdade para tomar a decisão.

“No PP, eu não vou impor que ele seja candidato porque é a minha vontade o da vontade da senadora Tereza Cristina, já que, desde o primeiro momento, o Beto teve total liberdade para construir”, apontou.

A prefeita completou que, se Beto Avelar verificar que não vai conseguir disputar, tem de sentar com o outro grupo e alinhar uma chapa de consenso.

“Eu acredito que todas as eleições da Câmara Municipal acontecem assim. Na eleição da Assembleia Legislativa, cujo presidente é o deputado estadual Gerson Claro, do PP, os outros abriram mão da disputa para que ele fosse eleito. A composição acontece até na véspera, até no último dia, mas eu continuo dando liberdade para que tanto o Papy quanto o Beto possam disputar o cargo”, repetiu.

Para finalizar, a gestora lembrou que se dá muito bem tanto com Papy quanto com Beto Avelar.

“Inclusive, o Papy me apoiou na campanha eleitoral, não tenho nada contra ele, muito pelo contrário, professamos a mesma fé e ele me apoiou no segundo turno. Por isso, eu sou muito grata e deixo essa construção aberta entre ambos. Mas, não, a prefeita não tem sua digital nem na candidatura do Papy nem na do Beto. A partir do momento que for chegando na véspera, aí talvez sente e converse com ambos, mas não tenho nenhum preferido”, analisou.

Assine o Correio do Estado

Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Continue Lendo...

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).