A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, disse que vê "com tristeza e preocupação" os últimos acontecimentos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve sua prisão domiciliar decretada na última segunda-feira (4).
Em sua postagem nas redes sociais, Adriane ainda afirmou que injustiças não trarão nenhuma solução.
"A prisão sem julgamento, mesmo domiciliar, evidencia o desequilíbrio que o Brasil atravessa neste momento. Presto aqui minha solidariedade à família da principal liderança conservadora do país neste momento tão grave", escreveu a prefeita.
Adriane ainda argumentou que os estados e municípios brasileiros "vivem problemas reais, que exigem da política maior unidade e menos conflitos para serem resolvidos".
Veja a publicação na íntegra:
Reprodução/FacebookAssembleia Legislativa
Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), na manhã de hoje (6), os deputados do PT Pedro Kemp e Gleice Jane criticaram as manifestações em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Eu não poderia deixar de comentar o que houve ontem no Congresso Nacional, um protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, deputados e senadores que o apoiam, ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, impedindo que as sessões fossem abertas e a votação de projetos importantes para o País, como o que isenta do pagamento do Imposto de Renda de Pessoa Física [IRPF] para quem ganha até R$ 5 mil e outros projetos importantes para a economia do País", registrou o deputado Pedro Kemp.
Kemp também comentou na sessão sobre o tarifaço imposto sobre as exportações brasileiras pelo presidente dos Estados Unidos que começa hoje.
"Hoje entra em vigor o tarifaço em cima de uma série de produtos, e vai prejudicar o agronegócio. Me causou estranheza a manifestação do ex-governador Reinaldo Azambuja e do governador Eduardo Riedel [PSDB] pelo que vem acontecendo no País. É lamentável quando os ataques à economia do Brasil e as afrontas ao Poder Judiciário não são condenados. Bolsonaro antecipou sua prisão porque deliberadamente não cumpriu as medidas cautelares".
Pedro Kemp e Gleice Jane afirmaram que o PT está em análise para sair do Governo do Estado imediatamente.
"Quero lembrar que é necessário fazer um grande debate nesse Estado e continuar nesse Governo não é saudável para a democracia, o País. Porque não é primeira vez que o Governo Riedel se manifesta dessa forma, mais que urgente que o Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras tome essa decisão. Bolsonaro está sendo condenado em prisão domiciliar para garantir que as investigações sejam feitas. Também me admirei com o movimento de domingo em que a bandeira americana esteve acima da brasileira, não podemos ser um país subserviente, temos que ter muita seriedade nesse processo", ressaltou Gleice Jane.
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, também saiu em defesa do ex-presidente na tarde de ontem (5). Em nota no Instagram, ele considerou a decisão de Moraes como "excessos judiciais".
"Prisão domiciliar, com restrição de direitos fundamentais e sem julgamento concluído são excessos judiciais que geram temerária escalada da tensão política e jurídica no País", disse o governador na postagem.
"Nada disso ajuda os brasileiros neste momento de grandes e graves incertezas e só compromete ainda mais a pacificação do País", acrescentou.
Riedel finalizou alegando que o Brasil precisa de voltar à normalidade institucional em busca de superar os desafios de um país "muito injusto e desigual".
Prisão de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou na última segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, busca e apreensão em sua residência e estabeleceu novas medidas contra Bolsonaro.
A medida foi determinada após o descumprimento da medida cautelar que impedia o ex-presidente de usar as redes sociais de terceiros.
No mês passado, Moraes determinou diversas medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e restrição ao uso de redes sociais, incluindo perfis de terceiros.
No entanto, no domingo (3), durante os atos de apoio realizados em todo o país, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou um vídeo em suas redes sociais com a manifestação do ex-presidente.
Em sua decisão, Moraes alegou que Flávio Bolsonaro e outros dois filhos do ex-presidente, Carlos e Eduardo, publicaram em suas redes sociais postagens de agradecimento de Bolsonaro aos apoiadores que compareceram aos atos realizados ontem. Dessa forma, segundo o ministro, houve descumprimento das restrições determinadas anteriormente.
"Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio, ostensivo, à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro", afirmou.
As medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é investigado pela sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.
Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política.
Nesse processo, o ex-presidente é investigado por mandar recursos, via pix, para bancar a estadia de seu filho no exterior. Bolsonaro também é réu na ação penal da trama golpista no Supremo, cujo julgamento deve ocorrer em setembro.
*Colaborou Glaucea Vaccari


