Política

DUPLA IDEAL

Agro nacional e de MS pedem Tereza como vice de Tarcísio em 2026

O nome da senadora sul-mato-grossense é unanimidade no setor agropecuário desde quando foi ministra

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Os principais representantes do agronegócio em nível nacional e estadual querem a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP) como a pré-candidata a vice-presidente em uma possível chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para o jornal O Globo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), foi o primeiro a declarar apoio à parlamentar, colega de partido em nível nacional, enquanto, em nível estadual, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, e o presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrissul), Guilherme Bumlai, também fizeram coro em entrevista ao Correio do Estado.

“Estaremos com o Tarcísio, caso ele seja o candidato apoiado pelo Bolsonaro. É provável que o vice seja da federação União Progressista, formada pelo União Brasil e PP, e a Tereza é um nome mais do que perfeito para nós do agronegócio. É ponderada, de confiança, entende nossas bandeiras. Mas, até o momento, não temos candidatura definida, muito menos o vice. Outros nomes ótimos ainda vão surgir, certamente”, projetou Pedro Lupion.

Já Marcelo Bertoni disse que a senadora Tereza Cristina seria um apoio significativo para qualquer político de direita que se candidate à Presidência da República. “A senadora Tereza Cristina ajudaria, sim, se o Tarcísio for o candidato a presidente, e não só o Tarcísio, mas qualquer outro político de direita”, afirmou.

Na visão dele, a presença feminina da senadora sul-mato-grossense seria de grande valia na abordagem de questões relacionadas às mulheres durante a campanha eleitoral do próximo ano.

“Além disso, ela tem alta credibilidade e uma calma notável para resolver conflitos, sendo capaz de mediar entre diferentes lados. Enfim, a Tereza é um excelente nome para tal papel”, reforçou.

Para Guilherme Bumlai, ainda não há uma definição de candidaturas para a próxima eleição presidencial e muito se discute em torno dos nomes que podem compor as futuras chapas. “Nesse cenário, a senadora Tereza Cristina reúne todas as credenciais para ser considerada, em uma eventual composição, como vice-presidente da República”, assegurou.

O presidente da Acrissul completou que Tereza Cristina “representa, de forma legítima, os anseios do agronegócio brasileiro, conhece a realidade das diferentes regiões produtoras e foi protagonista em abrir mercados e consolidar o Brasil como potência mundial nas exportações do setor”. “Trata-se de um nome capaz de garantir representatividade e voz qualificada ao agro”, argumentou.

EX-MINISTRA

O fato de Tereza Cristina ter sido ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento durante o governo de Bolsonaro faz com que o seu nome seja visto como capaz de atrair o eleitorado feminino e conservador. Além disso, ela integra a federação entre União Brasil e PP, de onde deve sair o vice para a chapa de centro-direita.

O nome dela já foi aventado para integrar a chapa em 2022, mas Bolsonaro optou pelo general do Exército Walter Braga Netto para o posto. Vista no Congresso como nome ponderado do bolsonarismo, a parlamentar manteve interlocução recente com a base do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a relatoria do projeto da Reciprocidade Econômica, e foi elogiada pelos colegas governistas.

Meses depois, ao ver o Brasil ser taxado pelo governo dos Estados Unidos, disse que a Lei da Reciprocidade Econômica só deveria ser usada “como último recurso” e quando “todos os caminhos diplomáticos” fossem esgotados, embora o agronegócio estivesse entre os setores mais afetados pelo tarifaço. Posicionamentos como estes a reforçam como um nome “mais ao centro”, não associado ao radicalismo.

O nome dela já foi colocado por membros do agro a Bolsonaro e ao filho mais velho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que não apresentaram resistência inicial. Tarcísio, que foi colega de Esplanada de Tereza, também teria simpatia à ideia.

A concorrência, porém, pode vir de dentro do próprio partido, já que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) não esconde a vontade de compor a chapa. Ao jornal O Globo, no mês passado, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, definiu Ciro como “um ótimo nome” para o posto.

A ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, também é cotada, embora seja mais provável que concorra ao Senado pelo Distrito Federal.

Procurada pelo Correio do Estado, Tereza Cristina disse que preferia não comentar, pois considera que seja tudo especulação. Já ao jornal O Globo, a senadora, por meio da sua assessoria de imprensa, disse que “ninguém é candidato a vice” e negou ter tido qualquer conversa sobre o tema até o momento.

Na segunda-feira, depois do primeiro encontro com Bolsonaro desde que o ex-presidente foi condenado a mais de 27 anos de prisão, Tarcísio reafirmou que será candidato à reeleição para o governo de São Paulo. A insistência na reeleição é lida por aliados como uma forma de dar uma “acalmada” nas especulações e ganhar tempo.

Valdemar Costa Neto afirmou que, caso Tarcísio seja candidato ao Planalto, será pelo PL. 

“Quem vai escolher o candidato a presidente e a vice é o Bolsonaro, na hora certa. É por isso que ele [Tarcísio] ainda não veio para o PL. Se ele for candidato à Presidência, com o aval de Bolsonaro, será pelo nosso partido. Se tentar a reeleição por São Paulo, será pelo Republicanos. Então, sem esta decisão feita, ainda não faz sentido ele vir. O Republicanos sempre foi e sempre será parceiro nosso”, comentou Valdemar Costa Neto.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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