Política

GOVERNO FEDERAL

Alckmin atua para aproximar Igreja Católica do governo e prevê agendas com líderes religiosos

Vice afirmou a interlocutores que pretende fazer encontros mensais no Palácio do Jaburu para reunir líderes religiosos, empresariais e políticos a fim de fortalecer o governo

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), atua para aproximar a Igreja Católica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Alckmin já se reuniu com o arcebispo emérito de Aparecida, Raymundo Damasceno, e planeja ter uma agenda periódica com representantes religiosos a fim de quebrar resistências à gestão petista devido a pautas progressistas defendidas pelo partido.

O vice afirmou a interlocutores que pretende fazer encontros mensais no Palácio do Jaburu para reunir líderes religiosos, empresariais e políticos a fim de fortalecer o governo.
A ideia é fazer um café da manhã com parlamentares e demais lideranças e, ao final, realizar uma missa ou uma palestra menos formal em que integrantes das mais distintas religiões possam passar uma mensagem de paz e união.

A reunião com Damasceno no final de dezembro é um sinal nesse sentido. Hoje, o arcebispo é considerado a pessoa mais próxima ao Papa Francisco no Brasil. Além disso, Aparecida tornou-se um dos palcos de disputa política no ápice da eleição, no segundo turno, quando o então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) decidiu participar da missa de Nossa Senhora Aparecida, no feriado de 12 de outubro.

Na ocasião, militantes bolsonaristas causaram confusão em frente à basílica no dia da celebração da padroeira do país e, um dia antes da visita presidencial à cidade, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lamentou "a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno".

Lula vê com bons olhos o movimento de Alckmin em direção ao mundo religioso. Ele diz a aliados que foi justamente para isso que convidou o ex-tucano para sua chapa.

A filiação de Alckmin ao PSB e a formação da parceria com Lula foi pensada para quebrar a resistência do campo conservador ao petista.

A meta é agora que o vice-presidente mantenha as articulações para impedir que o governo fique isolado na esquerda e amplie o diálogo com o centro e a centro-direita.

Alckmin foi governador de São Paulo por 16 anos e sempre manteve proximidade com o catolicismo. Ele conhece o funcionamento da igreja e, por isso, a aposta é que tenha facilidade na missão de aproximar Lula dos católicos.

O PT historicamente tinha uma forte base eclesiástica. Nos últimos anos, no entanto, principalmente após o surgimento de Jair Bolsonaro como força política e da ascensão da ultradireita no país, o discurso de rivais de que o partido não preza pelos valores da família e é a favor de pautas progressistas distanciou a sigla da fatia do eleitorado mais religiosa.

Agora, caberá a Alckmin tentar reaproximar a igreja da gestão petista. O vice-presidente também planeja unir essa atribuição à missão de aproximar o setor produtivo do Palácio do Planalto.

À frente da pasta que mantém mais interlocução com o empresariado, o vice-presidente manterá diálogo frequente com entidades empresariais, como a CNI (Confederação Nacional da Indústria), que é composta em sua maioria por empresários católicos.

O protagonismo de Alckmin na relação com líderes religiosos começou antes mesmo do período eleitoral. Ainda como pré-candidato, ele entrou em campo para reduzir a rejeição a Lula entre evangélicos, fatia do eleitorado majoritariamente bolsonarista.

Alckmin manteve contato com diversos pastores para atrair apoios ao PT. Além de líderes de grandes segmentos da religião, ele também procurou pastores de pequenas e médias igrejas evangélicas e gravou vídeos reforçando a crença de Lula e dele mesmo em Deus e nos valores cristãos.

Depois do pleito, Alckmin manteve o ritmo. No fim de novembro, quando era coordenador do governo de transição, o ex-tucano convidou para uma reunião o deputado federal Antonio Cezar Correia Freire (PSD-SP), o Cezinha de Madureira, que apoiou Bolsonaro nas eleições.

Um dos expoentes da bancada evangélica, ele foi vice-líder do governo no Congresso e pegou carona, inclusive, com o Bolsonaro na motociata Acelera para Cristo, em junho de 2021. Cezinha aceitou o convite e se enontrou com Alckmin em São Paulo.

O deputado, que também é pastor, diz que Alckmin busca uma interlocução com o segmento evangélico.
"A igreja esteve muito próxima do presidente Bolsonaro. E todos sabem que o presidente Lula foi eleito aí com uma pauta bem difícil com os evangélicos. O doutor Geraldo é um cara conciliador", disse o deputado, após encontro com Alckmin.

Na ocasião, ele afirmou que tinha sido sondado para ocupar um ministério do governo Lula, o que acabou não se concretizando. "Tinha sido sondado por algumas pessoas próximas do presidente Lula se toparia assumir alguma pasta para fazer essa interlocução com evangélicos, e hoje fui surpreendido com esse convite do doutor Geraldo", afirma.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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