Política

Acordo judicial

Além de preparar delação, Olarte
já teria assinado carta de renúncia

Gilmar e Andréia estão presos desde o dia 15 de agosto

ZANA ZAIDAN

03/09/2016 - 09h58
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O prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido) começou a discutir delação premiada para entregar detalhes de esquema milionário de doações para irrigar a campanha eleitoral de candidato que disputou o Governo do Estado em 2014. Além de esmiuçar como funcionou o pagamento de valores ilícitos em troca de abrandar o peso das acusações contra Olarte e sua esposa, Andréia, estaria pronta e assinada carta-renúncia das funções de prefeito e vice-prefeito para ser entregue à Câmara Municipal.

A renúncia seria o “plano A” do prefeito afastado para acabar com o martírio de esperar, sem expectativa concreta, de reassumir o cargo. No dia em que foi preso, a primeira pergunta que Olarte teria feito foi “e seu renunciar?”. Suscinta e objetiva, a carta-renúncia teria apenas quatro linhas e se ateria a anunciar que ele abre mão dos cargos de prefeito e vice. 

Se o documento for entregue, as investigações em torno da Operação Pecúnia, que levaram ele e a esposa à prisão, e a denúncia da Coffee Break, deixam o âmbito do Tribunal de Justiça e retornam para o primeiro grau, dando aos envolvidos mais um grau de jurisdição para recurso. Na prática, significa uma oportunidade a mais para que os envolvidos possam recorrer de eventuais condenações. 

Aliados do prefeito afastado falam que a pressão para ele renunciar é fruto, principalmente, da denúncia da Coffee Break. A operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) terminou com 23 denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro, entre políticos, inclusive Olarte, empresários e vereadores.

Já a hipótese de delação premiada ganhou força diante dos apelos feitos por Andreia Olarte ao marido. Presa, a primeira dama afastada teria sido bastante explícita em bilhete enviado à Gilmar, lembrando-o que estaria “pagando o pato sozinho” e, por isso, deveria contar para todo mundo “o que aconteceu na campanha de 2014”.

O recado da esposa o teria feito considerar seriamente entregar o suposto esquema que permeou a sucessão estadual de 2014. Quem visita Olarte no Centro de Triagem da Máxima, onde está preso, afirma ser visível a diferença entre quando o prefeito afastado foi preso em outubro do ano passado, por causa da Coffee Break, e a situação atual. É que naquela vez, nenhum familiar de Olarte foi preso; agora, recai sobre ele o peso de saber que Andreia está vulnerável e exposta em decorrência da prisão.

Com crises de gastrite e pressão alta, ela chegou a passar mal, e precisou ser socorrida e levada às pressas para uma unidade de saúde. Recebeu atendimento médico e retornou porque a teve a prisão domiciliar negada pela Justiça.

Mas eventual delação premiada ainda estaria em fase preliminar. Antes, as esperanças do casal recaem sobre recurso que deve ser apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Até agora, não houve sucesso com a Justiça.

Ao serem presos, no dia 15, a defesa apresentou pedido de habeas corpus ao TJ, que foi negado. No mesmo dia, veio a notícia de que a prisão, inicialmente temporária (cinco dias), fora convertida em preventiva, por tempo indeterminado. Outro HC, desta vez impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) também foi negado na quarta-feira. Recursos interpostos no STF levam, em média, de sete a dez dias para serem julgados. 

É a partir desta decisão da mais alta corte brasileira que Olarte deverá escolher entre três caminhos: se renuncia, começa a concretizar a negociação de acordo de delação premiada ou faz as duas coisas ao mesmo tempo, abrindo mão das funções públicas e entregando o suposto esquema de propinas na campanha de 2014.

ENTENDA O CASO

Gilmar e Andréia Olarte foram presos no dia 15, em razão da Operação Pecúnia, deflagrada pelo Gaeco. O órgão, braço do Ministério Público, apura lavagem de dinheiro obtido supostamente por meio de corrupção, na época em que ele era prefeito e Andréia, primeira-dama.

Olarte já responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Adna, deflagrada em 2014, e por associação criminosa e corrupção ativa no processo resultante da Coffee Break, ambas também comandadas pelo Gaeco. 

Política

Isa Marcondes incomoda servidores ao expor suposta "zona" na saúde em Dourados

A fiscalização da vereadora eleita pelo Republicanos, em resposta a denúncias da população nas UPAs, acendeu alerta entre os funcionários da saúde

24/11/2024 08h30

Reprodução redes sociais

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A vereadora eleita Isa Marcondes (Republicanos), popularmente conhecida como Cavala, tem incomodado alguns servidores públicos, que expressaram preocupação em grupos de WhatsApp.

Após tirar alguns dias de descanso, Marcondes retornou a Dourados e, atendendo a denúncias da população, esteve fiscalizando o atendimento nas UPAs, o que tem gerado desconforto em parte dos servidores da saúde.

O teor das conversas chegou ao conhecimento de Isa, nas quais os profissionais chegaram a mencionar que ela estaria promovendo  “discurso de ódio”.

A vereadora eleita rebateu, alegando que estava apenas relatando a verdade sobre a situação da saúde oferecida aos munícipes de Dourados.

Na conta dela no Instagram diariamente recebe várias reclamações de pessoas falando desde falta de médicos a destrato por parte de alguns servidores no atendimento. 

As mensagens recebidas são publicadas no story, preservando a identidade de quem enviou. 

Durante a campanha, a principal bandeira defendida pela "Cavala do povo douradense" foi justamente a luta pela melhoria no atendimento da saúde pública do município.

Para pôr fim ao burburinho, Isa publicou um vídeo em suas redes sociais no qual afirmou que os servidores que destratam a população são uma minoria e que esses devem mudar de atitude. Ela ressaltou que, no próximo ano, em janeiro, será diplomada vereadora e seguirá com o trabalho de fiscalização.

"Servidores públicos, eu não sou contra vocês. Estou fazendo este vídeo para explicar certinho. Vocês estudaram, passaram no concurso para servir o povo", pontuou Marcondes, e completou:

"Porque é o povo que paga o salário de vocês. O ano que vem serei uma funcionária pública, servirei o povo. O que acontece com o povo de Dourados é muito triste."

Ela também frisou que a maioria dos funcionários públicos trabalha corretamente, enquanto uma minoria "faz o que quer" com a população.

"São esses aí que eu vou fiscalizar, porque é o povo que paga nosso salário. Então, vocês, minoria, que estão fazendo conversas em grupo, só precisam mudar [a forma] de atendimento ao povo. Vocês que estão preocupados, não estou perseguindo ninguém, não. Vocês que são a minoria, mudem porque vou fiscalizar e levar as denúncias ao prefeito e ao Ministério Público. Comecem a mudar."

Zona na saúde?

Com o slogan da campanha "Dourados está uma zona e de zona eu entendo", para demonstrar a insatisfação da população, Isa chegou a publicar outro vídeo com merendeiras que afirmaram já foram maltratadas ao procurar atendimento médico em Upas.

Incomodando muito antes da diplomação, Isa pontuou que, a partir de 2025, será uma “autoridade" e que aqueles que não se enquadrarem serão expostos nas mídias sociais.

Além disso, reforçou que tomará providências dentro do âmbito da lei.

 

 

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Biografia

Simone Tebet presenteia Lula com um exemplar de seu livro

O livro trata da história de vida de Simone em Mato Grosso do Sul, passeia por episódios emblemáticos da política, como a CPI da Covid e a disputa pela presidência, e é um convite para que as mulheres não se intimidem e sigam lutando

23/11/2024 13h30

Crédito: Ricardo Stuckert

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A Ministra do Planejamento, Simone Tebet, presenteou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o livro O Voo das Borboletas, no qual conta um pouco de sua infância e trajetória política.

Por meio do Instagram, Simone posou ao lado do presidente Lula, com quem, em 2022, após ficar em terceiro lugar na disputa pela presidência, compôs a frente ampla democrática para derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

“Tive o prazer de entregar um exemplar do meu livro O Voo das Borboletas (Ed. Amarylis) ao presidente Lula. O livro é um convite à coragem, numa tentativa de inspirar mulheres a lutarem pelo que acreditam e a não desistirem de lutar diante dos obstáculos da vida. Nele, revelo minhas lutas, de vitórias e derrotas, recorrendo à metáfora do ciclo de vida das borboletas. É um convite à participação feminina nos espaços de transformação social e de poder”, escreveu Simone.

Trajetória

Antes de chegar à disputa das eleições de 2022, a obra de Simone Tebet percorre sua vida e compartilha com o leitor fotos de sua infância em Três Lagoas, além de momentos vivenciados em Mato Grosso do Sul.

Já no Senado, Tebet fala sobre violência política, contando episódios de violência política que sofreu, conta o fato de ter sido a primeira mulher a disputar a presidência do Senado Federal.

Aborda situações que lhe deram projeção nacional com a CPI da Covid, no período em que comandava a Bancada Feminina no Senado Federal.

Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19, a bancada feminina ficou marcada pela participação das senadoras, que não tiveram nenhum nome indicado pelos partidos para compor a comissão.

Com o transcorrer da CPI da Covid-19, Simone Tebet ganhou destaque no noticiário nacional, e sua popularidade garantiu-lhe a disputa nas eleições presidenciais de 2022, na qual obteve a terceira colocação, desbancando figurinhas carimbadas como Ciro Gomes (PDT).

 

Imagem Reprodução

O Voo das Borboletas

O desejo da ministra é que o livro inspire mulheres a atuar mais ativamente na vida política e em suas comunidades. O prefácio foi escrito pela ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.

O livro pode ser adquido por R$ 49,90 em sites como Amazon, Editora Martin Fontes, entre outros.

O lançamento com sessão de autógrafos tem data em São Paulo (25/11), Brasília (27/11) e Rio de Janeiro (02/12). A ministra deve vir a Mato Grosso do Sul para a promoção do livro, entretanto a data ainda não foi definida. 

 

Detalhes


Editora: ‎ Amarilys Editora; 1ª edição (25 novembro 2024)
Idioma: ‎ Português
Capa comum: ‎ 178 páginas

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