Política

REFLEXO

Analistas veem direita de MS frágil com inelegibilidade de Jair Bolsonaro

O sociólogo Paulo Cabral e o cientista político Daniel Miranda acreditam que só Tereza e Coronel David passam incólumes

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A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de condenar, por 5 votos a 2, o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) à inelegibilidade pelo período de oito anos por ter atacado o sistema eletrônico de votação durante reunião com embaixadores em julho do ano passado deve fragilizar a direita em Mato Grosso do Sul.

A análise é do sociólogo e historiador Paulo Cabral e do cientista político Daniel Miranda, feita a pedido do Correio do Estado. Na opinião deles, apenas a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e o deputado estadual Coronel David (PL) devem passar incólumes politicamente diante de todo esse processo.

"Me parece que a direita em Mato Grosso do Sul ficará na mesma, mas, obviamente, perderá um pouco do seu brilho, do seu protagonismo", declarou Paulo Cabral.

No entanto, o analista político frisou que no Estado a direita ganhou, sem dúvida, a eleição majoritária no ano passado.

"Bolsonaro, embora tenha perdido a possibilidade de se eleger, deverá, conforme forem as suas potencialidades, continuar a desempenhar esse papel de propagandista", projetou, reforçando que os "direitistas" de Mato Grosso do Sul continuarão "direitistas".

Sobre o presidente do PL no Estado, deputado federal Marcos Pollon, o sociólogo ressaltou que, apesar da grande votação para a Câmara dos Deputados, deverá repensar a tentativa de ser candidato a prefeito de Campo Grande em 2024.

"Se persistir na ideia, será muito infeliz, porque todo o apoio político que ele tem está em Dourados, e a votação entre deputado federal e prefeito é extremamente diferente, principalmente em Campo Grande. Então, sair candidato a prefeito é uma decisão que terá de ser muito bem pensada e acredito que Pollon não terá condições", analisou Paulo Cabral.

A respeito da senadora Tereza Cristina, o analista político argumentou que a parlamentar tem o seu lugar garantido, em razão da atuação que teve como ministra no governo de Bolsonaro.
"Veja que eu não estou dizendo ministra do Bolsonaro, porque ela tinha toda a força do mandato dela derivada do agronegócio, independentemente do ex-presidente", reforçou.

Para o sociólogo, o deputado Coronel David também já tinha garantido o seu lugar ao sol, enquanto os outros políticos da direita, como o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), o deputado estadual João Henrique Catan (PL) e o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), "tendem a perder um pouco, porque toda a função deles era em cima de Bolsonaro".

PAPEL SIMBÓLICO

Na análise do cientista político Daniel Miranda, o ex-presidente Jair Bolsonaro não é e nunca foi um organizador de partidos ou grupos políticos. 

"Nunca fez questão de tomar as rédeas dos grupos que o apoiam ou o apoiaram. Ele foi um grande cabo eleitoral. Logo, estar ou não inelegível não muda o papel dele, que é mais simbólico do que de liderança", afirmou.

Ele completou que, obviamente, "ser cabo eleitoral disputando uma eleição presidencial o colocaria em outra dimensão". 

"O efeito principal da inelegibilidade será o de antecipar a escolha do candidato da extrema direita para 2026, com repercussão, talvez, nas eleições municipais do próximo ano", acrescentou.

Para Daniel Miranda, a senadora Tereza Cristina tem força própria, pouco depende de Bolsonaro.

"Ela ganhou muito com ele, mas não foi sua cria. Assim como o deputado estadual Coronel David, que também já tinha carreira política antes de Bolsonaro ser presidente, mas, diferentemente da senadora Tereza Cristina, permaneceu do mesmo tamanho e não será afetado politicamente pela inelegibilidade do ex-presidente da República", garantiu.

Já os demais, conforme o cientista político, dependem muito mais da figura do ex-presidente Jair Bolsonaro e, por isso, podem sentir algum reflexo em suas carreiras políticas.

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Política

Moraes exige que a PF encontre e notifique usuários do X que abusaram após bloqueio

Investigadores devem comunicar usuários sobre suspensão da plataforma pelo STF e sobre aplicação de multa em caso de reincidência.

19/09/2024 23h00

Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes

Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Divulgação/ Agência Brasil

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 O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Polícia Federal monitore quem tem feito o "uso extremado" do X (ex-Twitter) no Brasil desde que a plataforma foi bloqueada no país, em 30 de agosto.

Segundo a decisão do magistrado, a PF deve identificar o usuário e notificá-lo de que o uso da rede social foi proibido pelo Supremo. Este seria o primeiro passo. Na ordem, o ministro escreve que, se for mantido ou reiterado o comportamento, caberá a aplicação de multa de R$ 50 mil.

Além de ter mandado suspender o X, Moraes já havia estabelecido o pagamento de R$ 50 mil a quem usasse o VPN (rede virtual privada) para conseguir acesso à plataforma. A decisão foi confirmada pela Primeira Turma do Supremo no início deste mês.

Segundo investigadores, a nova decisão de Moraes não especifica o que seria o uso extremado da plataforma, mas integrantes da PF imaginam que isso se refira a acessos ou publicações constantes na rede social.

Alguns políticos, sobretudo críticos ao ministro do STF, têm usado a plataforma e deixado isso claro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, fez um post no X em português e inglês no qual convocou seguidores para os atos de 7 de Setembro.

"Se estou fazendo este post, assumindo todos os riscos, é porque acredito que vale a pena lutar pela nossa liberdade e a de nossos filhos", disse. E deixou claro: "Estou postando no X, escrevendo do Brasil".

Foi o mesmo tom da também deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). "Postando aqui, direto do X", para anunciar a própria presença no ato do próximo sábado em São Paulo", escreveu ela.
 

*Informações da Folhapress 

ELEIÇÕES 2024

Pesquisa Correio do Estado/IPR dá vitória a André Bueno em Nioaque

O levantamento aponta ainda que o concorrente, Dr. Juliano, tem a maior rejeição entre os entrevistados, com 20,46%

19/09/2024 08h00

Foto: Nioaque / Online

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A primeira pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) e Correio do Estado, no período de 12 a 15 de setembro deste ano, junto a 303 moradores de Nioaque (MS) com 16 anos ou mais de idade, revela que, se as eleições municipais fossem hoje, o candidato a prefeito pelo PP, advogado André Bueno Guimarães, seria o novo gestor do município.

Na pesquisa espontânea, quando não são oferecidas opções de nomes aos entrevistados, André Bueno lidera, com 43,23% das intenções de voto, enquanto o seu adversário, o candidato do PSDB e médico Juliano Rodrigo Marcheti, o Dr. Juliano, tem 36,63%, e 20,13% ainda estão indecisos.

Já no levantamento estimulado, quando são oferecidas opções de nomes aos entrevistados, André Bueno continua à frente, com 46,53% dos votos, enquanto o Dr. Juliano vem logo atrás, com 38,61%. Outros 1,32% vão votar em branco ou anular o voto, e 13,53% estão indecisos.

 

REJEIÇÃO

O IPR/Correio do Estado ainda levantou a rejeição dos dois candidatos a prefeito de Nioaque. Nesse quesito, 20,46% dos entrevistados responderam que, se as eleições fossem hoje, não votariam de jeito nenhum em Dr. Juliano.

Outros 12,21% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum em André Bueno, enquanto 58,75% não rejeitam nenhum dos dois, 1,32% rejeitam os dois e 7,26% estão indecisos.

QUEM GANHA

O IPR/Correio do Estado também perguntou aos 303 entrevistados sobre quem será eleito prefeito de Nioaque na eleição deste ano, independentemente dos seus respectivos votos, e há um empate.
Tanto o candidato do PP, André Bueno, quanto o candidato do PSDB, Dr. Juliano, obtiveram 39,27% dos votos dos entrevistados, enquanto 21,45% disseram não saber ou não quiseram responder.

O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o nº MS 08728/2024, tendo margem de erro de 5,6 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.

ANÁLISE

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, na pesquisa espontânea, o candidato André Bueno está quase sete pontos porcentuais à frente do candidato Dr. Juliano, enquanto os indecisos somam 20,13%. Já na estimulada, o cenário muda pouco, ou seja, a maioria das pessoas ainda está decidindo o voto.

“O André de 43,23% vai para 46,53%, sobe mais de três pontos porcentuais, enquanto o Dr. Juliano sobe dois, de 36,63% para 38,61%, mas ainda tem 13,53% de indecisos. Esse porcentual de indecisos pode definir eleição, ressaltando que, como só tem duas candidaturas, quem fizer 50% mais um voto estará eleito”, analisou.

Para Aruaque Barbosa, André Bueno está mais próximo desse índice. “Lembrando que a pesquisa tem uma margem de erro de 5,6 pontos porcentuais para mais ou para menos, então tem que ficar atento a isso”, pontuou.

Outro fator apontado pelo diretor do IPR é a rejeição, pois a do Dr. Juliano é um pouco maior do que a de André Bueno, embora as duas rejeições sejam pequenas. A do candidato tucano está em torno de 20%, e a de André, de 12%.

“Isso mostra uma limitação um pouco maior de crescimento para o Dr. Juliano, pois quanto maior a rejeição, maior a dificuldade para crescimento. Só que ainda temos duas semanas, praticamente, para a eleição, e nessa reta final muita coisa pode acontecer. A pesquisa retrata o momento, e, agora, o André Bueno está com essa vantagem em relação ao adversário”, concluiu.

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