Política

OPERAÇÃO TANQUE CHEIO

Após polêmica, PF investiga corrupção nas eleições de Ladário

Em novembro, um promotor de justiça pediu afastamento do prefeito Iranil de Lima Soares (PP) e da ex-secretária de Assistência Social do município Graziele Zório Franco, do qual só o dela foi deferido

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A Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão nos municípios de Ladário e Corumbá, na manhã desta quarta-feira (11), sob suspeita de corrupção nas eleições deste ano.

Segundo informações policiais, foram apreendidos mídias com conteúdo digital, documentos e objetos relevantes para a perícia. Todos os materiais passarão por uma análise e aprofundamento nas investigações para concluir se houve mesmo o crime eleitoral e identificar os integrantes da possível rede criminosa.

No mês passado, o Correio do Estado reportou que o promotor de Justiça Luciano Bordignon Conte, da comarca de Corumbá, pediu o imediato afastamento do prefeito Iranil de Lima Soares (PP) e da ex-secretária de Assistência Social (hoje superintendente na mesma pasta) Graziele Zório Franco, ambos de Ladário, por assédio moral e eleitoral, demissões e perseguição a servidores públicos durante e após o último pleito para sucessão municipal.

Depoimentos de servidores da secretaria e documentos, como mensagens ameaçadoras por aplicativo do celular, comprovaram os abusos praticados por Iranil e Graziela, incluindo demissões sumárias de funcionários da prefeitura por não apoiarem a ambos na campanha.

O caso foi denunciado ao MP pela servidora Rafaella Fernanda Sabetti Lengruber, que coordenou o Cras e sofreu retaliações por recusar-se a trabalhar na campanha da ex-secretária.

Rafaella perdeu o cargo e foi transferida repetidas vezes para outros setores da prefeitura, dentre os quais o Creas, onde cumpria expediente sem função, durante 8h por dia, sentada em uma cadeira de plástico. Por fim foi cedida ao Conselho Tutelar e perdeu a gratificação salarial.

Porém, no início deste mês, a Justiça determinou o afastamento cautelar apenas de Graziele e negou o afastamento do atual chefe do executivo do município

Nas eleições, Iranil não conseguiu eleger seu candidato nas eleições municipais deste ano, Luciano Cavalcante Jara (PP), que perdeu para o empresário Munir Sadeq Ramunieh (PSDB), eleito com 58,52%. Além disso, Graciele disputou uma vaga na Câmara de Vereadores e não se elegeu.

Farra de diárias

Investigações do MP concluíram que a ex-secretária, mesmo afastada do cargo para a disputa eleitoral, continuava dando ordens na secretária em benefício próprio, o que ocasionou a saída da substituta por não concordar com sua conduta.

Na ação, o promotor Luciano Bordignon Conte pede a condenação de Iranil e Graziela ao pagamento de indenização de R$ 1 milhão por danos morais, dinheiro a ser revertido ao Conselho de Segurança de Corumbá e Ladário.

O prefeito Iranil Soares já é réu em sentença proferida pela juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, da Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos da comarca de Corumbá, por improbidade administrativa, acusado de promover farra com pagamento de diárias quando era presidente da Câmara de Vereadores de Ladário.

Ele foi condenado a devolver parte dos R$ 497,5 mil aos cofres do legislativo municipal liberados de forma irregular entre 2011 e 2013.

Outra polêmica em Ladário

O candidato à prefeitura eleito este ano pela população de Ladário, Munir Sadeq Ramunieh, tem uma longa ficha na esfera criminal. O tucano já foi condenado por tráfico de drogas, ficou inelegível por oito anos (2012 a 2020) e foi réu por favorecimento à prostituição, sendo acusado de integrar grupo que praticava crime de exploração sexual e rufianismo, tanto na cidade de origem, quanto no município vizinho de Corumbá.

Ainda conforme denúncia recebida pelo Correio do Estado, em abril de 2014, quando ainda era vereador, foi condenado por improbidade administrativa pela prática de nepotismo na contratação de assessora jurídica, que era cunhada dele, em troca de apoio político para eleição da presidência da Casa de Leis, ficando inelegível por oito anos.

Além dos crimes na esfera política, Munir Sadeq também tem um longa ficha na esfera criminal, cumprindo pena, em regime fechado, por tráfico de drogas, em 1994, na Casa de Detenção de São Paulo, mais conhecida como “Carandiru”.

Depois de cumprir pena no Carandiru, que ficou nacionalmente famoso depois do massacre em 1992, conforme consta no processo judicial ao qual o Correio do Estado teve acesso, ele foi morar em Ladário.

Na cidade, ele abriu a Boate Babilônia Drink’s, o Motel Kalifa’s e a Vila Aeroporto, que era conhecida como “Carandiru”, em referência ao presídio onde cumpriu pena, e local para hospedar as “dançarinas” da boate.
Essas garotas eram na verdade prostitutas e ficavam presas na vila, ficando proibidas de saírem. Elas só podiam deixar o local quando iam para a boate para serem exploradas sexualmente.

Em razão disso, Munir Sadeq virou réu desde 2014 sob a acusação de comandar grupo que praticava crime de exploração d prostituição e rufianismo em Corumbá e em Ladário. Além disso, consta no processo que ele seria responsável por tráfico de pessoas. O MPMS chegou, na denúncia apresentada na ocasião, a classificá-lo como o “chefe da quadrilha”. O processo, que tramita em segredo de Justiça, conforme apuração do Correio do Estado, ainda não teve um desfecho.

Ainda, em 2017, após a “Operação Vulcano”, o Ministério Público Federal (MPF), em Corumbá, denunciou ele e mais 31 pessoas por envolvimento em um grande esquema de importações e exportações ilegais de produtos através da fronteira do Brasil com a Bolívia.

*Colaborou Silvio Andrade e Daniel Pedra

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Política

Lula fará procedimento endovascular nesta 5ª como complementação da cirurgia

Segundo a nota, Lula passou o dia bem, "sem intercorrências"

11/12/2024 16h44

Lula fará procedimento endovascular nesta 5ª (12) como complementação da cirurgia

Lula fará procedimento endovascular nesta 5ª (12) como complementação da cirurgia Gov

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará na manhã desta quinta-feira, 12, um novo procedimento como complementação da cirurgia realizada na cabeça na última terça-feira, 10. De acordo com boletim médico divulgado às 16h30 desta quarta-feira, 11, trata-se de uma embolização de artéria meníngea média.

Segundo a nota, Lula passou o dia bem, "sem intercorrências". Ele realizou fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares.

"Como parte da programação terapêutica, fará complementação de cirurgia com procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média) amanhã, pela manhã", informa a nota, sem detalhar o horário do novo procedimento.

O Hospital Sírio-Libanês, onde o presidente está internado, afirmou que outras atualizações sobre o estado de saúde do chefe do Executivo serão dadas em uma coletiva de imprensa amanhã às 10h.

"Presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece sob cuidados intensivos no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo", diz o texto. "O presidente segue sob acompanhamento da equipe médica, sob os cuidados do Prof. Dr. Roberto Kalil Filho e da Dra. Ana Helena Germoglio."

O petista está internado em São Paulo. Ele sentiu dores de cabeça na segunda-feira, 9, e foi até a unidade de Brasília do Sírio Libanês para fazer exames. O sangramento foi constatado, e Lula foi transferido de avião para a unidade de São Paulo, mais equipada, do mesmo hospital.

A operação foi na madrugada de segunda para terça-feira, 9 e 10. A expectativa é que ele volte para Brasília na próxima semana.
 

ALVO DE OPERAÇÃO

Prefeito eleito de Ladário afirma que foi acusado por funcionário fantasma da prefeitura

Ele foi alvo de operação da Polícia Federal, que apura suposta compra de voto nas últimas eleições

11/12/2024 16h20

Prefeito eleito de Ladário, Munir Sadeq (PSDB)

Prefeito eleito de Ladário, Munir Sadeq (PSDB) Foto: Reprodução

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Ao declarar que a ação da Polícia Federal em um posto de combustível da família em investigação que apura suposta compra de voto por abastecimento, na manhã desta quarta-feira (11), tem cunho político, o prefeito eleito de Ladário (cidade vizinha a Corumbá), Munir Sadeq Ramunieh (PSDB), divulgou que o denunciante, Jean Carlos Rodrigues de Freitas, é funcionário fantasma da prefeitura nomeado após a eleição municipal e ganha R$ 12 mil mensais.

“Que fundamentação teve essa denúncia para a Polícia Federal fazer toda essa operação? Eu me coloquei à disposição do delegado quando fui informado de que havia essa acusação contra a minha pessoa”, questionou o futuro prefeito, adiantando que pretende entrar com uma representação contra a decisão judicial de busca e apreensão em seu domicilio e na empresa. “Esse garoto (denunciante) vai ter que provar essas coisas que disse à polícia”. 

Segundo Munir, Jean Carlos foi um dos coordenadores da campanha do seu opositor na sucessão municipal, Luciano Jara, candidato do atual mandatário do município, Iranil de Lima Soares, e foi nomeado “superintendente” (cargo em comissão DGA-3) cinco dias após a eleição, com salário de R$ 4 mil e mais R$ 6 mil de gratificação.

“Ele como outros cabos eleitorais nomeados após a eleição é fantasma. Todos ganhando altos salários”, acusou. 

Munir explicou que a denúncia de Jean se baseia em um “print” de uma conversa sua com uma candidata a vereadora pelo celular, onde esta afirma que haveria combustível para participar de uma carreata.

“Nem cita meu nome, isso se trata de perseguição política da qual sou sempre vítima a cada eleição. Minha vida é um livro aberto, tenho uma vida transparente e estou muito tranquilo, e vou restabelecer a verdade”, manifestou-se.

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