Política

ASSEMBLEIA

Avança projeto que dá gratificação de R$ 7,9 mil a juízes, mais que o teto do INSS

Projeto de lei dá gratificação de 33% a magistrados, que já ganham mais de R$ 30 mil

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Projeto de lei encaminhado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) à Assembleia Legislativa, que prevê aumento de, aproximadamente, R$ 7.900, aos 210 juízes e desembargadores foi aprovado em primeira votação e terá os trâmites normais para segunda votação. Se o aumento for sancionado, o salário dos juízes poderá saltar de R$30 mil para R$ 39,293 mil. A gratificação é maior que o teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que está no valor de R$ R$ 5.839,45. O projeto já passou em primeira votação, e será votado novamente nas próximas sessões. 

O Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul (Sindijus) protocolou pedido na Assembleia Legislativa apelando para que os deputados estaduais não aprovem a proposta antes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se manifestar sobre a matéria. “Desconfiamos que eles não consultaram o CNJ. Queremos o pronunciamento do CNJ”, afirmou o presidente do Sindicato. O representante do Sindijus alegou que o aumento dos salários não vai resolver o problema da morosidade do judiciário. “Nesse primeiro momento, viemos pedir o apoio para segurar o projeto. Semana que vem vamos ter protesto com a base, com a categoria. Essa gratificação de até 33% vai ser para todos os juízes, indistintamente, e eles vão dizer que todos os juízes tem excesso de processo”, afirmou Lacerda, anteriormente.

Porém, em contrapartida, o líder do Governo na Casa de Leis, deputado José Carlos Barbosa (DEM), o Barbosinha, declarou que não vão atender o pedido do Sindijus de esperar o CNJ se manifestar e a gratificação dos juízes tramitará normalmente. “Não está pautado ainda, mas pode entrar nas próximas sessões e ser aprovado em segunda votação”, afirmou o democratas.

Outra reivindicação do sindicato é sobre o chamamento para novos juízes. “Vai faltar dinheiro para repor servidor, para repor os juízes. Vai ficar mais moroso, vai acumular mais serviços ainda para os servidores”, completou.

REAJUSTE 

Lacerda apontou ainda que os reajustes dos magistrados concedidos no fim do ano passado, no índice de 16,37%, poderá resultar em um aumento de 50% no salário da classe, no período de um ano. “O judiciário diz que está em crise, com dificuldade financeira para investir em pessoal e estrutura. Queremos que o TJ retire o projeto”, completou Lacerda.
Em contrapartida, os demais servidores do tribunal, somando montante de quatro mil, que contemplam os menores salários (R$ 2 mil), tiveram apenas 2,1% de reajuste. O aumento foi aprovado em junho deste ano. 

De acordo com a determinação do CNJ, só pode criar benefícios para os juízes se pedir autorização antes. A determinação é para impedir excessos e filtrar as irregularidades. Os juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul são um dos mais caros do Brasil. De acordo com o CNJ, o TJMS tem o custo mensal de R$ 85,7 mil por magistrado. 

GRATIFICAÇÃO

Conforme tabela encaminha pelo TJ à Assembleia Legislativa, a gratificação de até 33% é para atender os juízes de primeira instância. O salário deles saltará de R$ 30.471 para R$ 35.471,82 caso o projeto seja aprovado. O salário dos desembargadores, um dos maiores da categoria, saltaria de R$ 37.383 para R$ 39.293,32. Isso porque o valor adicional garantido pela gratificação, seria cortado no teto do serviço público, que é o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal: R$ 39,2 mil. . 

JUSTIFICATIVA

No projeto encaminhado pelo Poder Judiciário à Assembleia, o presidente do TJ, desembargador Paschoal Carmello Leandro justificou a matéria alegando que a proposta tem adequação orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária Anual e compatibilidade com o orçamento de 2019. O presidente do TJ justificou também que respeita os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

CAMPO GRANDE

Aval do governo Lula garante R$ 156 milhões em obras para gestão Adriane

O dinheiro será investido em pavimentação asfáltica, drenagem de águas pluviais, implantação de calçadas acessíveis, sinalização, moderação de tráfego e corredores de ônibus.

09/12/2025 16h32

Município poderá contratar operações de crédito para investimentos em infraestrutura e na melhoria dos serviços prestados à população

Município poderá contratar operações de crédito para investimentos em infraestrutura e na melhoria dos serviços prestados à população Foto: Washington Costa/Ascom MPO

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Na manhã desta terça-feira (9), a Câmara Municipal aprovou dois projetos que autorizam a Prefeitura a contratar operação de crédito que somam R$ 156 milhões em investimentos, destinados para obras de infraestrutura em Campo Grande. Os recursos são provenientes do Governo do presidente Lula, junto à Caixa Econômica Federal.

A aprovação também foi celebrada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que oficializaram, em Brasília, a adesão do Município ao Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF).

O primeiro a ser aprovado foi o Projeto de Lei 12.185/25, que prevê R$ 136 milhões por meio do Programa Avançar Cidades – Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades. O dinheiro será investido em pavimentação asfáltica, drenagem de águas pluviais, implantação de calçadas acessíveis, sinalização, moderação de tráfego e corredores de ônibus.

O segundo a ser aprovado foi o Projeto de Lei 12.184/25, o qual autoriza que R$ 20 milhões sejam destinados à execução de obras públicas que atendem demandas estruturais da Capital, para melhorar a mobilidade, reduzir alagamentos e ampliar a qualidade de vida nos bairros.

Ao Correio do Estado, a ministra Simone Tebet ressaltou que este é um programa do Governo Federal feito para ajudar municípios e estados que estão em situações econômicas e fiscais ruins. Ela acredita que algumas obras devem estar licitadas e iniciadas a partir de abril de 2026.

"Campo Grande não tinha Capacidade de Pagamento (CAPAG) e, portanto, de financiamento. E toda vez que você pega dinheiro emprestado, os bancos só emprestam se tiver capacidade. Então, como Campo Grande assumiu uma série de compromissos, melhorar os indicadores da sua poupança corrente, adesão ao programa de acompanhamento, por exemplo, transparência fiscal, observar os limites constitucionais de despesas com o pessoal, etc., a União aceitou, dentro dessas condições, ser avalista. Quando a União entra como avalista, todo mundo empresta com juros mais baixos, e se torna possível esse crédito. É um presente de Natal, de Ano Novo, e de Páscoa para Campo Grande, uma vez que, a partir já da Semana Santa, provavelmente algumas dessas obras já vão estar licitadas e iniciadas na Cidade Morena", disse a ministra.

As propostas receberam 24 votos favoráveis, enquanto Marquinhos Trad (PDT) e Luíza Ribeiro (PT) votaram contra. Outros dois vereadores não registraram voto.

Pacote de obras

Em novembro, a Prefeitura de Campo Grande já havia anunciado um pacote de obras no valor de R$ 544 milhões, com foco na drenagem e asfalto para pelo menos 33 bairros ao longo dos próximos anos. Tal investimento é oriundo de um empréstimo com a Caixa Econômica Federal, em decorrência da aprovação do Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF). A primeira parte do valor é, justamente, estes R$ 156 milhões aprovados, hoje, na Casa de Leis.

O PEF é um programa do Governo Federal que permite a estados e municípios reorganizarem suas contas públicas, reunindo ações e ajustes para garantir equilíbrio financeiro, controle de despesas, maior eficiência na gestão e capacidade de pagamento.

Bairros que devem receber os investimentos

  • Vila Nª Sª Aparecida
  • Bosque da Saúde
  • Noroeste
  • Vilas Boas
  • Jardim Auxiliadora
  • Nova Tirandentes
  • Jardim Vitória
  • Anhembi
  • Jardim Los Angeles
  • Parque Residencial Lisboa
  • Porto Galo
  • Aero Rancho
  • Vila Nogueira
  • Vila Amapá
  • Jardim das Nações
  • Guanandi II
  • Tarumã
  • Coophavila II
  • Batistão
  • Jardim Santa Emília
  • Jardim São Conrado
  • Parque dos Girassóis
  • Oliveira
  • Residencial Flores

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ULTIMA RATIO

CNJ mantém afastamento de desembargadores de MS suspeitos de venda de sentença

Os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Vladimir Abreu e Alexandre Aguiar estão afastados do cargo por suspeita de venda de sentenças

09/12/2025 15h50

Desembargadores são investigados por venda de sentenças

Desembargadores são investigados por venda de sentenças Montagem Correio do Estado

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A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) votou em sessão ordinária na tarde desta terça-feira (9) a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) em desfavor dos desembargadores Vladimir Abreu da Silva e Alexandre Aguiar Bastos, bem como o mantimento do afastamento dos cargos. 

Eles são investigados pela Operação Última Ratio por esquema de venda de sentenças e formação de esquema criminoso. 

A decisão foi votada de forma unânime pelo CNJ, na presidência do ministro Edson Facchin, após o relatório do ministro Mauro Campbell Marques. 

A defesa de Vladimir Abreu da Silva, representado pelo advogado Vinicius Menezes dos Santos, alegou que as provas produzidas nos autos da reclamação decorrem de uma ação cautelar nominal e que os fundamentos utilizados derivam “exclusivamente de notícias e informações extraídas das investigações”. 

O advogado afirmou, ainda, que não foram encontradas provas de troca de mensagens do desembargador com os demais investigados, nem prova de qualquer venda de decisão apontada pela Polícia Federal, além de não existir mensagens ou referências suspeitas em nome de Vladimir. 

Também citou que no que tange às denúncias pela atuação de seus filhos, que todos possuem vidas independentes, pedindo que ele fosse julgado através de provas de sua vida, não “de terceiros”. 

O relator do caso, ministro Mauro Campbell alegou em seu relatório que foram encontrados  indícios contundentes do recebimento de vantagem indevida para burlar decisões judiciais com desvio funcionais, patrocinados por filhos de desembargadores e advogados lobistas. 

Essa investigação indica possível prática de corrupção passiva, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, na modalidade de dissimulação. 

Além disso, os filhos de Vladimir mantém seu escritório de advocacia no mesmo endereço onde funciona o escritório Mochi & Bento Associados, pertencentes aos filhos do desembargador Sideni Pimentel, também investigado na Operação. 

“A proximidade dos desembargadores se traduziu na proximidade em seus filhos. Tais coincidências ultrapassaram a esfera que delimita a atuação lícita da advocacia, para assumir relevância correcional e criminal”, afirmou Campbell. 

O relator também citou que Vladmir já foi citado em outras operações, como na Lama Asfáltica, pela obtenção da antecipação de resultados. Além disso, o conselheiro Osmar Jeronymo também citou o referido desembargador em um contexto que sugeria a obtenção de decisões judiciais mediante o recebimento de propina.

Em feitos como o julgamento de reintegração de posse da fazenda Brasão, revisão criminal que eliminou antecedentes criminais do ex-prefeito de Bodoquena, Jun Iti Hada e o inventário de Darci Guilherme Barzanela, houve citação do desembargador. 

“Em todos os feitos, o alinhamento de Vladmir e Sidenir Pimentel nos julgamentos da 4ª câmara cível asseguraram resultado possivelmente negociado por advogados lobistas”, argumentou Campbell. 

Já a defesa do desembargador Alexandre Aguiar Bastos, representado pelo advogado João Ribeiro Sampaio, sustentou que o desembargador se tornou parte da investigação “por um azar do destino”. 

O envolvimento de Alexandre começou a ser investigado quando Danilo Moya Jeronimo, sobrinho do conselheiro Osmar Jeronymo, enviou uma mensagem ao tio com a imagem da composição do julgamento da Operação, afirmando que “Alexandre é o terceiro”. 

De acordo com Sampaio, o envolvimento do nome de Alexandre teria causando “espanto” em Osmar, o que, para a defesa, configura uma prova do não envolvimento do desembargador, já que “quem se estranha com a composição de um julgamento não tem esquema com o desembargador”.

A defesa alegou ainda que a Polícia Federal tentou encontrar provas do envolvimento de Alexandre, bem como a investigação de todas as transações financeiras do desembargador, e que todas as transações financeiras realizadas em espécie foram declaradas em imposto de renda.  

“Os fatos da operação são gravíssimos e os responsáveis devem ser penalizados, mas Alexandre não pode ser punido por fatos alheios a ele. Por cautela ele está afastado, mas nunca interferiu na investigação. Essa cautela é sofrimento e para sua família, é pena”, sustentou o advogado. 

Campbell rebateu os argumentos ao indiciar que foram encontrados indícios da atuação de Aguair mediante ao “desvio funcional em julgamento que se discutia a rigidez de uma permuta envolvendo a fazenda Vai Quem Quer e da fazenda Paulicéia, que foram interceptadas mensagens que indicavam a negociação de decisões proferidas”.

Segundo o relator, o processo foi adiado por duas vezes. Além disso, Alexandre, na condição de relator, modificiou por completo seu julgamento inicial, julgando procedente a apelação de Lydio de Souza e Neiva Rodrigues, denunciados por estelionato. 

“A decisão proferida, assim como as estranheza seguida pela abrupta mudança de entendimento, precedida duas retiradas de pauta, ponto modal, substanciam indício de possível recebimento de propina mediante o exercício da função”, afirmou. 

Este ponto, das duas retiradas de pauta, para Campbell configuram o ponto modal para o pedido de instauração de PAD, para aprofundamento das investigações e entendimento das ações. 

O relator ainda explanou que, na vistoria dos bens de Aguiar, foi constatado a aquisição de um imóvel na cidade de Aparecida do Taboado pago a vista, sem registro de transferência bancária; a compra de um terreno no condomínio Alphaville em Campo Grande, no valor de R$ 250 mil, tendo sido pago R$105 mil a vista sem justificativa plausível; um veículo Jaguar I-PACE no valor de R$269 mil reais; e uma Amarok V6 no montante de R$281 mil sem que houvesse transferencia bancaria correspondente. 

Além disso, foram encontradas inconsistências na compra de um Fiat Argo, de um Cherry Tigo e de uma moto aquática, adquiridos mediante emprego de recursos em espécie de origem desconhecida. 

Assim, após os autos relatados, o Conselho Nacional de Justiça votou, de forma unânime, pela instauração do PAD e manutenção dos afastamentos dos desembargadores do cargo. 
 

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