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BNDES não compete com Fazenda em novo marco fiscal, diz Mercadante

A ideia, disse, é trazer reflexões em meio à promessa do governo de substituição do teto de gastos

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O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (13) que a instituição pretende debater política fiscal, mas negou que irá competir com o Ministério da Fazenda na elaboração do novo arcabouço para as contas públicas do país.

A declaração foi dada ao UOL Entrevista. Conforme Mercadante, o BNDES promoverá um seminário a partir do fim de março para analisar experiências internacionais em áreas como política fiscal.

A ideia, disse, é trazer reflexões em meio à promessa do governo de substituição do teto de gastos. Esse evento foi construído em "comum acordo" com o Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, disse Mercadante.

Segundo ele, até a realização do seminário, a pasta já deverá ter elaborado uma proposta de marco fiscal para substituir o teto.

"O seminário vai ser feito depois que o marco fiscal estiver pronto. Não tem como competir com o marco fiscal, porque ele vai estar pronto", disse. Em entrevista ao SBT na semana passada, Mercadante falou em debater a proposta com o governo.

Também disse na ocasião que o BNDES tem liberdade para apontar caminhos para o Brasil em diferentes assuntos.

As declarações levantaram discussão sobre uma eventual competição com o Ministério da Fazenda, responsável pelo novo arcabouço fiscal. Nesta segunda, Mercadante descartou essa concorrência. "Não tem concorrência. Não tem disputa. Cada dia é uma coisa.

Antes era: 'o Mercadante quer o cargo de ministro da Fazenda'. Ninguém mais do que o Haddad sabe o quanto eu o apoio, o quanto eu trabalhei e o quanto eu gostaria que ele estivesse na Fazenda. Estamos totalmente alinhados nessa direção", afirmou ao UOL Entrevista.

Segundo Mercadante, não haverá censura dentro do BNDES, e será permitida a discussão de diferentes assuntos.

"Eles [membros do ministério de Haddad] são responsáveis pelo marco da responsabilidade fiscal. Eles vão elaborar. O BNDES vai trazer experiências internacionais e ajudar a ancorar, a fundamentar, a sustentar a proposta da Fazenda. Foi isso que foi combinado e será feito [no seminário]", completou.

Há espaço para queda do juro, diz Mercadante Na entrevista ao UOL, Mercadante ainda considerou que há espaço para a queda da taxa de juros no Brasil. "É evidente que há espaço para redução da taxa de juros. Nós temos que discutir qual é o ritmo, qual é o prazo que isso vai acontecer", afirmou.

A atuação do BC (Banco Central) e o patamar da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, têm sido criticados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante a posse de Mercadante no BNDES, há uma semana, Lula chamou de "vergonha" o nível dos juros no Brasil.

O discurso do presidente, contudo, vem pressionando as expectativas de inflação e a curva de juros, o que causa um efeito reverso ao pretendido. Mercadante ainda indicou nesta segunda que o BNDES não planeja fazer novos empréstimos para a exportação de serviços brasileiros para obras na Venezuela. O país é um dos que atrasaram pagamentos de repasses feitos pelo banco durante os governos petistas.

"Você pode ter uma renegociação de dívida, mas você não faz um financiamento para quem está inadimplente. Isso não está na pauta", afirmou Mercadante, que chamou os atrasos de países como a Venezuela de um "problema completamente marginal" diante do tamanho da carteira do banco.

Em seu discurso de posse, o presidente do BNDES defendeu na semana passada uma posição "mais atuante" da instituição, com atenção especial à indústria e a empresas de menor porte. Na visão de Mercadante, o Brasil não pode ser só "a fazenda do mundo", deixando bens industriais para trás enquanto commodities agrícolas ganham cada vez mais espaço no exterior.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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