Política

CRISE

PSL tem dificuldades para se estruturar

De "onda Bolsonarista" a esfarelamento, partido enfrenta crise às vésperas de eleição

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O PSL-MS enfrenta uma crise existencial às vésperas da eleição para o Executivo e Legislativo de Campo Grande.

A legenda, que ganhou força em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República, e que na “onda Bolsonarista” conseguiu eleger em Mato Grosso do Sul uma senadora, dois deputados federais e dois deputados estaduais, além de arrematar vereadores, hoje sofre críticas de traições e baixa produtividade.

A crise mais recente estava sendo tratada internamente pelo PSL, mas veio à tona para a sociedade no debate realizado entre alguns dos pré-candidatos à Prefeitura de Campo Grande pelo blog de Alípio Neto, em 11 de julho.  

Marcelo Miglioli:

O pré-candidato Marcelo Miglioli (SD) afirmou que “depois do que ele [o vereador Vinícius Siqueira, pré-candidato ao Executivo pelo PSL] fez o que fez com o [deputado Estadual] Contar, do partido dele, não deveria criticar ninguém”.  

A fala faz referência ao que foi considerado uma traição pela ala do PSL-MS contra o deputado estadual Capitão Contar.

Capitão Contar:

Eleito o deputado estadual mais bem votado para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar (sem partido), na época, filiado ao PSL, foi aclamado por membros da sigla para disputar a Prefeitura de Campo Grande neste ano.  

Porém, o parlamentar teve seu nome vetado pela presidente estadual do PSL, senadora Soraya Thronicke, sem justificativa nenhuma, apenas por não fazer parte de sua base. Em seu lugar, o vereador Vinícius Siqueira, ex-DEM e recém-filiado ao PSL, assumiu a vaga para o pleito.

Além disso, o PSL afastou-se de Bolsonaro (sem partido) desde 2019 e passou, inclusive, a punir parlamentares que continuavam fiéis ao presidente.

Esta traição acarretou a saída do deputado Capitão Contar do PSL, deixando a legenda sem representatividade na Assembleia Legislativa. 

Partido dividido

O partido enfrenta crises deste 2018. Antes mesmo de ser empossada, a senadora Soraya Thronicke ajuizou ação contra o seu suplente e ex-presidente da sigla Rodolfo Nogueira

Soraya afirmou que teria sido vítima de ameaças e registrou boletim de ocorrência contra o aliado, mas perdeu a ação na Justiça Eleitoral por falta de provas.  

Na época, integrantes do partido entenderam a ação como uma tentativa de retirar Rodolfo Nogueira da suplência para privilegiar o segundo suplente, Danny Fabrício, mais próximo da senadora. Fabrício é sócio de Soraya em escritório de advocacia e já foi alvo de investigação por lavagem de dinheiro.

Outra polêmica envolvendo o PSL-MS foi a invasão de hackers ao celular do deputado estadual Coronel David (sem partido) em setembro de 2019. 

Maior aliado do presidente Bolsonaro em Mato Grosso do Sul e também destaque no PSL para concorrer à Prefeitura de Campo Grande, o parlamentar afirmou que teve o seu celular clonado e que hackers ligados ao diretório do PSL enviaram do seu aparelho e divulgaram conteúdo falso que o ligaria à esquerda.  

O ataque tornou insuportável a sua permanência no PSL e, em março de 2020, o deputado teve o aval do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS) para deixar a legenda.

Perdendo os principais líderes de votos e ainda querendo surfar na “onda Bolsonarista”, o PLS-MS entra na disputa pela Prefeitura de Campo Grande e para a Câmara Municipal com críticas de ineficiência e de poucas ações concretas de combate à corrupção, bandeira 

Gasto público

A senadora Soraya Thronicke foi eleita defendendo o combate à corrupção e a diminuição dos gastos públicos. 

Na prática, a parlamentar dispendeu, apenas em monitoramento das redes sociais, R$ 73,8 mil em um ano de mandato. Além desse gasto, já desembolsou R$ 28,7 mil com móveis para o escritório dela.

Política

Lewandowski agora apoia recriação do Ministério da Segurança Pública e cobra mais recursos

Ministro afirmou que a mudança só fará sentido se vier acompanhada de uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade

22/12/2025 22h00

Lewandowski

Lewandowski Agência Brasil

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, mudou de posição e passou a concordar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a recriação do Ministério da Segurança Pública, caso avance no Congresso a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do tema. A avaliação foi feita em entrevista ao Valor Econômico, publicada nesta segunda-feira, 22.

Ao defender a volta da pasta, Lewandowski afirmou que a mudança só fará sentido se vier acompanhada de uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade e de um reforço significativo de recursos federais. Segundo ele, sem "verbas substanciais", o novo ministério tende a ser ineficaz.

"Eu concordo com o presidente que essa divisão (Ministério da Justiça e Ministério da Segurança Pública) faria sentido, primeiro, se houvesse uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade. Em segundo lugar, se viessem verbas substanciais, porque hoje nós temos no nosso Fundo Nacional de Segurança Pública a verba irrisória de R$ 2 bilhões", afirmou.

Na entrevista, o ministro também criticou as mudanças promovidas pela Câmara dos Deputados no texto da PEC da Segurança enviado pelo governo. Embora tenha elogiado a disposição do relator, deputado Mendonça, para o diálogo, Lewandowski avaliou que a versão aprovada se distancia do eixo central da proposta do Executivo.

"A principal crítica que eu faço é que o texto está, de certa maneira, na contramão da proposta que nós apresentamos. O principal ponto da PEC era a coordenação de forças, e isso ficou de fora", disse. Para ele, ao priorizar a descentralização e o fortalecimento das forças locais, o texto pode representar um retrocesso em relação ao modelo de coordenação nacional previsto no Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado em 2018.

Lewandowski também comentou o Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado pela Câmara e pelo Senado. Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que a revisão da norma ainda passará por sua mesa. O presidente Lula já declarou que pretende vetar o texto, que reduz penas de condenados por tentativa de golpe de Estado.

"Na medida em que você ameniza as sanções contra esse tipo de atentado contra as instituições, que é gravíssimo, você pode estimular futuros atentados contra o Estado Democrático de Direito", comentou.

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Política

PGR defende progressão de regime do hacker Delgatti em caso que envolve Zambelli e Moraes

Walter está preso por ter invadido o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a mando da então deputada Carla Zambelli

22/12/2025 21h00

Hacker Walter Delgatti na CPMI dos atos de 8 de Janeiro

Hacker Walter Delgatti na CPMI dos atos de 8 de Janeiro Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou nesta segunda-feira, 22, de forma favorável à progressão de regime prisional de Walter Delgatti, conhecido como hacker de Araraquara (SP), condenado a oito anos e três meses de prisão.

Delgatti está preso por ter invadido o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a mando da então deputada Carla Zambelli (PL-SP) e por emitir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No parecer enviado ao ministro-relator Alexandre de Moraes, a PGR informou que, até 2 de julho deste ano, Delgatti havia cumprido um ano, 11 meses e cinco dias de pena - o equivalente a 20% do total. O documento também destaca que o atestado de conduta carcerária emitido pela unidade prisional aponta bom comportamento do detento, requisito previsto em lei para a concessão do benefício.

"Além disso, o atestado de conduta carcerária emitido pela unidade prisional atesta que o reeducando Walter Delgatti Neto apresenta bom comportamento carcerário. Dessa forma, estão atendidos os requisitos objetivos e subjetivos exigidos para a progressão de regime prisional", escreveu o PGR Paulo Gonet.

A manifestação da PGR foi solicitada pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo de execução penal e pelo pedido de progressão apresentado pela defesa. Não há prazo para decisão.

 

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