Política

PRECATÓRIOS

Chantagem pode ter viabilizado aprovação de PEC dos Precatórios

Ameaça do governo e do Centrão fez com que o PDT fosse favorável e deputados da oposição se ausentassem

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O governo federal pode ter usado do artifício da chantagem para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios por margem apertada na madrugada de ontem na Câmara dos Deputados. 

A proposta, que permite o parcelamento das dívidas da União oriundas de condenações judiciais abre espaço no orçamento para que o governo, enfim, crie a sua versão do Bolsa Família, denominado Auxílio Brasil.  

O Correio do Estado apurou que os deputados que votaram contra a medida serão monitorados pelos aliados do governo e poderão ter a liberação de suas emendas parlamentares retida. Nos bastidores, a tática foi criticada e fez com que muitos deputados – alguns da oposição, que normalmente votam contra – se ausentassem da votação.

O governo conseguiu aprovar a PEC com 312 votos, apenas quatro a mais que os 308 necessários para se aprovar uma mudança na Constituição. A votação só terminou de madrugada porque o presidente da Câmara e líder do Centrão, Arthur Lira, só colocaria a matéria no Plenário depois que tivesse votos suficientes. Até deputado em viagem votou, o que gerou crítica.

Na bancada de Mato Grosso do Sul, só Fábio Trad (PSD) foi contra e três votos surpreenderam. O primeiro deles foi o do oposicionista Dagoberto Nogueira (PDT), que votou a favor da PEC, assim como outros 14 colegas de bancada do PDT. 

O posicionamento gerou reação do pré-candidato à presidência do partido, Ciro Gomes, que colocou suas pretensões em suspenso, depois da postura de seus correligionários.

Os deputados Vander Loubet (PT) e Beto Nogueira (PSDB) se ausentaram da votação, o que causou estranheza nas bases. Ultimamente, estes dois parlamentares vinham apresentando um posicionamento contrário a muitas pautas enviadas pelo governo ou de interesse do Centrão.

Os outros quatro deputados de Mato Grosso do Sul posicionaram-se à favor da PEC, assim como Dagoberto Nogueira. Apesar das críticas da cúpula do PSDB, Rose Modesto e Bia Cavassa votaram com o governo a favor da PEC. Rose Modesto, inclusive, tem sido a parlamentar de Mato Grosso do Sul mais fiel às pautas apresentadas pelo Centrão.

Os governistas do PSL (que devem deixar o partido após a criação do União Brasil) Luiz Ovando e Loester Trutis também foram favoráveis à PEC.  

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Como votaram os deputados federais de MS

CONTRA:

Fábio Trad (PSD).

FAVORÁVEIS:

Dagoberto Nogueira (PDT);

Rose Modesto (PSDB);

Bia Cavassa (PSDB);

Luiz Ovando (PSL);

Loester Trutis (PSL).

NÃO VOTARAM:

Vander Loubet (PT);

Beto Pereira (PSDB).

A PEC

Em uma vitória apertada do governo, a Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de ontem, em primeiro turno, o texto-base da PEC dos Precatórios, que permite a expansão de gastos públicos e viabiliza a ampliação do Auxílio Brasil prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em ano eleitoral.

O placar foi de 312 votos a favor da proposta, 144 contrários e 57 deputados não votaram. Eram necessários 308 votos para que a PEC recebesse o aval da Casa.

O plenário ainda precisa analisar os destaques, que são tentativas de mudança em pontos do texto. Isso deve ocorrer na próxima semana, assim como a votação do segundo turno.

Depois, o texto seguirá para o Senado, onde precisa do apoio de 49 dos 81 senadores em dois turnos.

Para aprovar a proposta que dribla o teto de gastos (regra que limita as despesas públicas), o governo teve de ceder à pressão de partidos políticos e modificar o texto e chegou a ameaçar retaliar as emendas de deputados que votassem contra o plano do Palácio do Planalto.

Bolsonaro determinou, em outubro, o aumento do Auxílio Brasil para R$ 400, deflagrando uma crise entre as alas política e econômica do governo.

A solução para atender à demanda do presidente foi driblar o teto de gastos, propondo alteração no cálculo da regra fiscal na PEC dos Precatórios.

Essa PEC, que já estava na Câmara, prevê um limite para pagamento de precatórios (dívidas da União reconhecidas pela Justiça), o que libera mais espaço no Orçamento.

As duas mudanças previstas na PEC – envolvendo o teto de gastos e os precatórios – têm potencial de abrir uma folga superior a R$ 90 bilhões no próximo ano, garantindo recursos para o Auxílio Brasil e um auxílio para caminhoneiros e compensar o aumento de despesas vinculadas à alta da inflação.

O aumento de gastos na área social é uma aposta de Bolsonaro e aliados para tentar fortalecer o presidente na disputa à reeleição de 2022.

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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