Política

MEIO AMBIENTE

Com aproximação do carnaval, águas turvas dos rios de Bonito mobilizam deputados

A situação das águas foi tema de debate na tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira

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A uma semana do feriado de Carnaval, os constantes problemas de turvamento das águas dos rios de Bonito, principal destino do ecoturismo de Mato Grosso do Sul e do Brasil, preocupam os deputados estaduais, que temem, além do problema ambiental, que o problema afaste os turistas brasileiros e estrangeiros.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) chegou a apresentar, nesta quarta-feira (08/02), um requerimento solicitando informações ao secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Elias Verruck, sobre as medidas para coibir o desmatamento e práticas ilegais de manejo do solo em Bonito, entre outras informações requisitadas.

Já o deputado estadual Zeca do PT (PT) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para debater o problema em uma das regiões mais simbólicas para o Estado e o País, que é Bonito.

“Também recebi as mesmas denúncias que o deputado Pedro Kemp (PT) recebeu, sobre o prolongado tempo de turvamento das águas, e o desaparecimento dos peixes em algumas regiões”, explicou Zeca do PT.

O parlamentar considera que o que acontece em Bonito é consequência da agricultura mecanizada. “Esta Casa de Leis tem que se debruçar, indo de encontro ao requerimento apresentado”, alertou.

Zeca do PT acrescentou ainda que a taxa de contenção e a curva de nível podem diminuir o impacto da lavoura dentro de Bonito. “Faço um convite da Fundação Neotrópica para participar do Encontro Nacional de Natureza e Conservação, no próximo 7 de março, evento que permitirá a todos os interessados possam conhecer melhor a situação”, declarou.

Ele sugeriu ainda a possibilidade de ser formada uma comissão para participar desse evento de dimensão nacional.

“Conversei com o governador Eduardo Riedel [PSDB] e o secretário de Estado de Meio Ambiente, Jaime Verruck, e senti a mais absoluta vontade dos dois em esclarecer e interagir, e junção desses interesses positivos com a participação da Casa de Leis deve se somar para que a gente possa encaminhar uma solução”, concluiu.

O 1º secretário da Casa de Leis, deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), reforçou a importância do debate sobre o tema.

“É de suma importância debatermos este tema, e o prefeito Josmail Rodrigues é super interessado no assunto, em um Master Plan de Bonito voltado à conservação. Quero participar e ir ao encontro com o senhor da Neotrópica. A Lei dos Banhados foi apresentada nesta Casa. Vamos convidar o Governo, a Famasul, os atores envolvidos”, sugeriu. 

Denúncia

No início deste ano, o prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues, procurou a imprensa para denunciar o dono de uma rede de postos de combustíveis do interior de São Paulo como responsável pela poluição de parte do Rio Formoso, que faz parte de diversos circuitos e atrações turísticas do município e corre na Fazenda Sertanejo de Bonito, de propriedade do empresário.

Ele relatou que há meses a cor da água estava um pouco turva, mas agora ficou escura de vez, obrigando a comunicar o fato aos órgãos responsáveis.

“Já fui ao MPE [Ministério Público Estadual], PMA [Polícia Militar Ambiental], Imasul [Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul]. Não podemos deixar isso acontecer porque nossa luta é justamente para preservar nossos rios”, disse Josmail Rodrigues, revelando que o empresário estaria fazendo um açude para criação de tilápias.

Essa represa teria comportas que escoam a água para dentro do rio. O problema acontece justamente às vésperas do Ano Novo, quando a cidade está repleta de turistas, que buscam em Bonito opções de lazer que agreguem o contato com a natureza.

“A área fica para baixo de uma fazenda que já tem várias denúncias contra o dono e, nesta parte do rio, a água está turva”, afirmou o prefeito, dizendo que há outras partes do rio em que a água continua com o aspecto límpido.

“Por isso que eu tô apelando. Preciso de ajuda, sozinho eu não consigo combater tudo”, lamentou o gestor, lembrando que o Rio Formoso é conhecido por suas águas calcárias e cristalinas que chamam atenção de turistas de todas as partes do Brasil, que buscam o local por ter aspecto de aquário natural, onde é possível ver diversas espécies de peixes e outros animais que vivem no rio.

Embora não haja ainda apuração ligada ao Rio Formoso, de fato constam nos arquivos do MPE, pelo menos, três inquéritos sobre denúncias relacionadas diretamente à Fazenda Sertanejo. Dois deles resultaram em ação judicial e o último, relativo à construção irregular de empreendimento no espaço, foi arquivado.

O relator do caso, conselheiro Silas Neilton Gonçalves, analisou os autos e não encontrou elementos suficientes para comprovar o exercício da atividade hoteleira sem o devido licenciamento.

O primeiro processo gira em torno de um Termo Circunstanciado de novembro de 2021.

Nele o dono da fazenda responde por promover queimada mesmo em época de proibição. Na ocasião foi apresentada à equipe da PMA licença de supressão e queima controlada, no entanto, portaria do Imasul suspendia a prática por 180 dias.

Fato que configurou crime ambiental conforme Lei Federal 9.605/98. A penalidade, por se tratar de pessoa sem antecedentes criminais, foi o pagamento de três salários mínimos ao Asilo São João Bosco, entidade escolhida pela Justiça.

A segunda ação, também fruto de inquérito da polícia ambiental, é mais recente, foi ingressada em agosto deste ano, porém diz respeito a questões mais antigas.

Conforme os autos, houve prática de destruição de floresta de preservação permanente. Neste caso foram 20,8 hectares de vegetação nativa, destes, 8,43 não estavam em áreas licenciadas. 
Conforme consta no processo, foi realizada análise multitemporal na área da propriedade através de imagens de satélite entre maio de 2018 e novembro de 2019, quando “ficou confirmado cortes nas áreas nativas isoladas, por meio de alteração na cobertura do solo”.

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Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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