Política

Campo Grande

Com fim da janela partidária, prefeita passa a ter maior bancada da Câmara

O PP desbancou o PSD e passou a contar com oito vereadores, enquanto o ninho tucano ficou com sete parlamentares

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Com o fim da janela partidária, período em que é possível a desfiliação para mudança de legenda por vereadores sem que sejam punidos por infidelidade, 16 dos 29 parlamentares da Câmara Municipal de Campo Grande trocaram de partido, e o PP da prefeita Adriane Lopes passou a ter a maior bancada da Casa de Leis.


Desses 16 vereadores, 7 ingressaram no PP – Beto Avelar (ex-PSD), Delei Pinheiro (ex-PSD), Professor Riverton (ex-PSD), Valdir Gomes (ex-PSD), Tabosa (ex-PDT), Sandro Benites (ex-Patriota) e Tiago Vargas (ex-PSD) –, e, contando com João Rocha (PP), a legenda passou a ter 8 parlamentares, tornando-se a maior bancada.


Já dos outros nove, cinco foram para o PSDB – Papy (ex-Solidariedade), Dr. Victor Rocha (ex-PP), Zé da Farmácia (ex-Podemos), William Maksoud (ex-PTB) e Silvio Pitu (ex-PSD) –, e, contado com Professor Juari (PSDB) e Claudinho Serra (PSDB), o partido passou a ter sete parlamentares e ficou como a segunda maior bancada.


No caso dos outros quatro vereadores restantes, Junior Coringa trocou o PSD pelo MDB, Gilmar da Cruz trocou o Republicanos pelo PSD, Professor André Luis trocou o Rede pelo PRD e Edu Miranda trocou o extinto Patriota pelo Avante.


Dessa forma, o MDB passou a contar com três vereadores (Junior Coringa, Dr. Jamal e Dr. Loester), o PSD ficou com dois (Otávio Trad e Gilmar da Cruz), o Podemos ficou com dois (Clodoilson Pires e Ronilço Guerreiro), o PT com dois (Luiza Ribeiro e Ayrton Araújo), o PSB só com um (Carlão), o União Brasil com um (Coronel Villasanti), o PDR também só com um (Professor André Luis), o Avante com um (Edu Miranda) e o Republicanos com um (Betinho).


 
ANÁLISE


Na avaliação do cientista político Daniel Miranda, em tese, com a maior bancada, a prefeita Adriane Lopes terá “céu de brigadeiro” na Câmara Municipal durante a campanha eleitoral, mas não obrigatoriamente.


“Todo mundo está querendo se reeleger. A princípio, espera-se que os vereadores façam ‘dobradinha’, isto é, peçam votos para si e para a prefeita em seus eventos e comícios. Mas isso depende de dois fatores: a capacidade da campanha dela de distribuir recursos para essas candidaturas e, ao mesmo tempo, de compensar fazer campanha para ela”, pontuou.


Daniel Miranda completou supondo um cenário em que certo vereador em busca da reeleição esteja com Adriane oficialmente, mas, em sua base eleitoral, a rejeição à prefeita seja grande. “O que ele vai fazer? Muito provavelmente vai optar pela sua própria reeleição, mesmo que isso implique abandoná-la no meio do caminho, se preciso for”, alertou.


O cientista político acrescentou que, por isso, ter muitos vereadores trabalhando, cada um para si mesmo e ao mesmo tempo para a prefeita, é bom, obviamente. “Porém, tudo depende desses dois fatores principais, acesso a recursos e quanto o apoio dela agrega – ou pelo menos não prejudica – ao potencial do parlamentar na reeleição”, argumentou.


Ele ressaltou ainda que ter maioria na Casa de Leis poderá neutralizar os ataques da oposição. “Ter bancada grande na Câmara pode, é claro, ajudar a levar adiante pautas de interesse do Executivo e barrar aquelas que são prejudiciais. Mas campanha é na rua e nas redes sociais. É aí que vai fazer diferença ter vereador contra ou a favor”, apontou.


Daniel Miranda disse também que a população já não acompanha muito o que ocorre na Câmara Municipal e, com a campanha eleitoral nas ruas, ninguém vai prestar atenção mesmo, exceto se isso for levado para a publicidade eleitoral.


A respeito do enfraquecimento do PSD e do fortalecimento do PP e do PSDB na Casa de Leis, o cientista político declarou que essas movimentações são básicas na política. “O PSDB e o PP ganharam porque estão no poder [governos estadual e municipal, respectivamente], enquanto o PSD não tem muito a oferecer atualmente”, concluiu.


 
NOVO PANORAMA


Para o cientista político Tércio Albuquerque, fica evidente que o fim da janela partidária já deu um outro panorama à situação política de Campo Grande.


“Com essa nova composição da Câmara Municipal, em que o PP tem a maioria dos vereadores, a gente não pode esquecer que, além da prefeita, o partido conta com a senadora Tereza Cristina, que é bastante influente e vai procurar consolidar essa influência para que os partidos menores possam se aglutinar aos progressistas, fortalecendo ainda mais a base de Adriane Lopes, obviamente, pensando nas eleições que se avizinham”, analisou.


Ele disse que é muito importante lembrar que o PSDB, com seus sete vereadores, tem um apoio bastante relevante por parte do governo estadual, que ainda está articulando em conjunto com todos os municípios, em uma aparente normalidade, mas que, na verdade, vai tender a apoiar mais aqueles que estão vinculados ao PSDB.


“No momento em que for dado a largada para a campanha eleitoral, vai ficar muito evidente que o governador Eduardo Riedel não vai dar tanto apoio aos prefeitos de partidos adversários e, no caso específico de Campo Grande, ele vai tentar apoiar iniciativas dos vereadores do PSDB. É muito importante que isso seja lembrado lá na frente”, argumentou.


Tércio Albuquerque afirmou ainda que a bancada estruturada pela prefeita, por si só, não vai conseguir neutralizar os ataques que a chefe do Executivo municipal vai sofrer por parte do PSDB.


“Porque o PSDB tem uma força muito grande, não só política, por ter o ex-governador Reinaldo Azambuja e o atual governador, mas também por aglutinar muitos partidos nanicos, que, muito provavelmente, vão sentir o caminho que a campanha vai tomar, como a tendência do eleitorado, para fincar pé nas posições que mais lhes favoreçam”, disse.


 O cientista político ressaltou que, a partir de agora, o tempo está curto e não vai ser nada ameno para a prefeita, mesmo tendo a maioria na Câmara Municipal.


“Nós vemos que ela não tem ainda o suficiente para ter um apoio integral. Então, vamos aguardar como vai ser o desenvolvimento desse momento após janela, porque, aí sim, definir-se-ão quais serão os apoios efetivos e abertos, pois muitos daqueles apoios são fechados. É esperar para mais à frente, após a realização das convenções, para termos mais clara a definição e a acomodação no município”, finalizou.

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RECONHECIMENTO

Prefeitura de Costa Rica alcança excelência na gestão pública nacional

Com 100% de asfalto, transporte gratuito e infraestrutura escolar, município conquistou o Prêmio Band Cidades Excelentes pela quarta vez

04/12/2025 13h47

O prefeito de Costa Rica, Delegado Cleverson Alves dos Santos (PP), durante a entrega do prêmio

O prefeito de Costa Rica, Delegado Cleverson Alves dos Santos (PP), durante a entrega do prêmio Reprodução

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Localizada no extremo norte de Mato Grosso do Sul, o município de Costa Rica, que tem pouco mais de 30 mil habitantes, desafia a lógica tradicional da administração pública brasileira e, além de participar, domina o cenário de reconhecimento governamental: foi contemplada com o Prêmio Band Cidades Excelentes nas edições de 2021, 2022, 2023 e 2025.

Considerado o "Oscar da Gestão Pública", a premiação validou o modelo implementado pelo prefeito Delegado Cleverson Alves dos Santos (PP) e fundamentado em três pilares estratégicos: infraestrutura urbana universal, revolução educacional e investimento social.

Segundo o gestor, o reconhecimento não é obra do acaso, mas resultado de um planejamento técnico que trata serviços públicos essenciais como direitos inegociáveis. "A política não é profissão, é missão", afirmou, resumindo a filosofia que transformou a cidade em um canteiro de obras e programas sociais.

Pioneirismo no Transporte

Enquanto muitas cidades brasileiras ainda lutam para pavimentar vias centrais, Costa Rica atingiu uma meta ambiciosa: 100% de asfalto na zona urbana. A universalização da pavimentação veio acompanhada de uma modernização estética e funcional, com a substituição da iluminação pública por tecnologia LED, garantindo mais segurança e economia aos cofres públicos.

Contudo, o maior divisor de águas na mobilidade urbana foi a implementação do transporte coletivo gratuito. Inaugurado em dezembro de 2021, o sistema "Tarifa Zero" posicionou Costa Rica como pioneira no estado de Mato Grosso do Sul.

“O transporte público percorre cerca de 300 quilômetros por dia, passando por 50 pontos, garantindo que o trabalhador e o estudante cheguem ao seu destino sem custo", destacou o Delegado Cleverson.

Recentemente, o programa foi expandido para atender comunidades rurais, como a da Lage, integrando o campo à cidade e fomentando o comércio local.

Educação

O pilar da educação foi o grande responsável por garantir a Costa Rica o 1º lugar na premiação estadual. A receita do sucesso combina infraestrutura de ponta com valorização humana.

Quem visita as escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) depara-se com uma estrutura raramente vista em escolas públicas: piscinas semiolímpicas, cobertas e aquecidas em todas as unidades de ensino fundamental. O esporte é tratado como política de saúde e inclusão, com festivais de natação integrados ao currículo escolar.

Paralelamente às obras, a prefeitura investiu pesado nas pessoas. A gestão implementou uma política de melhoria salarial para os professores, buscando colocar a remuneração da categoria entre as melhores do estado. Além disso, a equidade é garantida na ponta do lápis: todos os mais de 5 mil alunos recebem kits escolares completos, mochilas e uniformes, um investimento que ultrapassa a cifra de R$ 900 mil anuais, aliviando o orçamento das famílias.

Habitação

No setor social, a gestão atacou duas frentes cruciais: o déficit habitacional e a produtividade rural. O município ostenta o título de realizar a "maior entrega de habitação de MS" proporcionalmente ao seu porte. Através de parcerias com o Governo do Estado e a Caixa Econômica Federal (programa Minha Casa, Minha Vida), centenas de moradias foram entregues em loteamentos como o Residencial Flor do Cerrado.

"Cada chave entregue representa a dignidade de uma família que deixa o aluguel para trás", afirmou o prefeito, completando que, no campo, o programa AgroRica revolucionou a agricultura familiar.

Fugindo do assistencialismo básico, a prefeitura criou um sistema de microcrédito subsidiado onde o pequeno produtor pode acessar até R$ 20 mil para investir, com o município pagando 50% da conta e o produtor quitando o restante em parcelas facilitadas. 

O programa ainda inclui o "Cinturão Verde", cedendo terras e máquinas da Patrulha Mecanizada para garantir que o alimento chegue da terra à mesa da merenda escolar.

“A conquista dos três prêmios neste ano no Band Cidades Excelentes valida que o modelo de Costa Rica funciona. Ao integrar asfalto na porta, ônibus de graça, escola de tempo integral com natação e casa própria, o município não apenas melhora seus índices, mas reescreve o que o cidadão pode esperar do poder público", comentou.
 

FÉRIAS

Assembleia autoriza Riedel a tirar recesso de 18 dias no fim do ano

Governador de MS vai se ausentar das atividades de 29 de dezembro de 2025 a 16 de janeiro de 2026

04/12/2025 12h12

Riedel, na PréCOP30

Riedel, na PréCOP30 MARCELO VICTOR

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Assembleia Legislativa (ALEMS) autorizou o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), a se ausentar das atividades de 29 de dezembro de 2025 a 16 de janeiro de 2026.

Com isso, o chefe do executivo estadual terá "férias" de 18 dias neste fim de ano. Quem deve assumir o comando é o vice-governador, José Carlos Barbosa, mais conhecido como Barbosinha.

Em 18 de novembro, Riedel encaminhou mensagem aos deputados da Assembleia Legislativa pedindo autorização para se licenciar do cargo por 18 dias, entre dezembro e janeiro.

Na manhã desta quinta-feira (4), os deputados estaduais votaram a favor e autorizaram as "miniférias" do governador. 

OUTRAS LICENÇAS

Entre o fim do ano passado e ano, o governador já pediu três autorizações para se licenciar das funções.

A primeira licença foi de 23 de dezembro de 2024 a 14 de janeiro de 2025. Na ocasião, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Gerson Claro (PP), exerceu a função de governador interino de 23 de dezembro de 2024 a 1º de janeiro de 2025. Em seguida, Barbosinha assumiu o governo de 1º a 14 de janeiro de 2025.

A segunda licença de Riedel foi de 13 a 20 de abril de 2025, quando deputados estaduais o autorizaram a se ausentar do Estado e do País. Barbosinha também ficou a frente do governo neste período. Na ocasião, Riedel viajou, junto com a esposa Mônica Riedel, para a Alemanha, para visitar o filho.

A última licença foi de 9 a 12 de outubro, quando o governador acompanhou a primeira-dama, Mônica Riedel, que participou da Maratona de Chicago, nos Estados Unidos.

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