Política

MATO GROSSO DO SUL

Com maiores salários, Tribunal de Justiça poderá ter mais três desembargadores

Projeto para ampliação do número de vagas na Corte de Justiça de Mato Grosso do Sul passa por estudos e análises

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) poderá ter mais três desembargadores a partir deste ano, passando de 35 para 38 vagas. O projeto para ampliação do número de vagas na Corte de Justiça passa por estudos e análises, inclusive para definir a origem dos novos desembargadores. Uma vaga seria para o quinto constitucional, ocupada por integrantes do Ministério Público ou advogados, e duas para a magistratura, juízes de primeira instância que seriam promovidos por antiguidade e merecimento.

O salário-base de um desembargador é em torno de R$ 35 mil e cada gabinete pode ter de cinco a seis assessores. A previsão de aumento de vagas segue a Lei Orgânica da Magistratura (Loman), que prevê o número máximo de processos distribuídos a cada magistrado de segundo grau. No TJMS, cada desembargador recebe acima de 1,8 mil processos, superando o número previsto de 600.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o salário da magistratura estadual é o mais alto do País, com média de R$ 85.745. A média nacional é de R$ 45.426. O valor gasto com os juízes já foi maior no passado, quando se calculava o auxílio-moradia pago à magistratura.

O gasto do TJMS em 2018, ano do último levantamento do CNJ, foi de R$ 1,015 bilhão. Os magistrados também têm destaque em produtividade, com o 10º melhor índice nacional e a sexta melhor posição em congestionamento (38% dos processos parados) do País no segundo grau.

Outro tema que pode mexer com as despesas do tribunal neste ano é a criação do juiz de garantias, que graças ao Supremo Tribunal Federal (STF) está suspensa, e a nomeação de várias vagas do concurso, principalmente após a aposentadoria de vários servidores no ano passado, por conta da reforma da Previdência.

Composição

As três novas vagas ficariam divididas entre magistrados e o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS). Duas vagas para os juízes mais antigos, que seriam promovidos, e uma vaga para o MPE indicar um de seus quadros. De acordo com fontes do MP, o nome a ser indicado seria o da procuradora Jaceguara Dantas da Silva, que tem atuação no campo dos direitos humanos e é considerada progressista.

 De acordo com integrantes do Tribunal, a meta é a de apresentar o projeto de lei ainda neste semestre.

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Paschoal Leandro, explicou que a intenção do Tribunal é a de realizar um estudo sobre a necessidade de mais desembargadores “com calma”. “Vamos fazer um estudo e apresentar aos outros desembargadores. Com calma e, talvez, ainda este ano”, comentou.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Mansour Karmouche, comentou que não sabe dos planos do TJMS para aumentar o número de vagas. A entidade é responsável por indicar um dos nomes do quinto constitucional e chegou a brigar na Justiça por uma das vagas com o MPE, questão que foi pacificada em 2015. 

A próxima indicação é do MP e a da OAB deve ser em 2023, quando se aposenta o decano do Tribunal, desembargador Claudionor Abss Duarte. Mesmo assim, Mansour prefere esperar o desenrolar do projeto para a criação das três novas vagas. “Não foi mencionado conosco. Vamos aguardar”.

Custos

O TJMS tem os maiores custos proporcionais entre os tribunais estaduais, de acordo com o CNJ. O Tribunal de Justiça alcança resultados positivos em relação à produtividade. O índice de conciliação, que acelera os processos sem a necessidade de todo o rito processual, é de 22,5%, o maior do País.

O valor médio do salário dos juízes e desembargadores é 76,6 % maior do que o valor pago aos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Servidores

O valor recorde não é estendido a todas as classes do Poder Judiciário. Os servidores ocupam a nona colocação no ranking de salários dos judiciários estaduais no Brasil. A média salarial é 42% menor do que a do líder do ranking – os servidores do Judiciário do Distrito Federal, que recebem, em média, R$ 20.944

 

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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