Política

GOVERNO FEDERAL

Comandante da FAB desiste de adiantar saída do cargo e encerra crise

Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, desistiu de deixar o cargo no dia 23, antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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O comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, desistiu de deixar o cargo no dia 23, antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A passagem do comando ocorrerá no dia 2 de janeiro.

Com isso, está encerrado um princípio de crise que pressionou o presidente eleito em uma área sensível, a militar. Os três comandantes de Força haviam combinado deixar o cargo antes, em movimento acertado em uma reunião no Palácio da Alvorada com o recluso Jair Bolsonaro (PL).

Segundo oficiais-generais, o intuito dos militares era o de facilitar o trabalho do governo de transição, abrindo espaço para a escolha célere dos substitutos dos comandantes. O desconfiado entorno de Lula, contudo, não leu o movimento desta forma.

A medida foi vista na transição como um sinal de insubordinação, uma recusa dos comandantes de prestar continência a Lula -que, pela tradição, deverá participar das cerimônias de passagem de cargo.
Estratos inferiores da tropa poderiam, numa avaliação compartilhada por ex-ministos da Defesa, se sentir estimulados a fazer o mesmo.

A reportagem não conseguiu falar com o comandante.

Um colega de Baptista refuta essa leitura, lembrando que ele havia afirmado em janeiro deste ano que prestaria continência ao petista ou a qualquer outra pessoa que fosse eleita no pleito de outubro.

Ele também negou a fama de ser bolsonarista, decorrente de suas postagens em rede social.

O estrago, contudo, foi feito. Lula apressou a transição na área e, sem apontar um grupo de trabalho, escolheu o ex-ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro como ministro da Defesa, devolvendo o cargo a um civil após quase cinco anos.

Múcio, conhecido como habilidoso e principalmente por ter sua origem no PTB, distante do PT, foi bem recebido pela cúpula militar. Ato contínuo, o Alto-Comando do Exército e o Almirantado demoveram, respectivamente, o general Marco Antônio Freire Gomes e o almirante Almir Garnier, da ideia de deixar o cargo em dezembro.

Faltava Baptista, que passou a ser pressionado pelos colegas de Força até ceder. Seu sucessor será o mais antigo oficial-general da Aeronáutica, o atual número 2 da corporação, Marcelo Damasceno. Ele foi anunciado por Múcio juntamente com os chefes da Marinha e do Exército.

O brigadeiro foi então às redes sociais elogiar a escolha dos novos comandantes, o que foi visto com alívio pelo governo de transição: estava sinalizado o fim da crise confirmado pela mudança na data de passagem.

Resta agora um outro problema no setor, onde Lula enfrenta resistência devido ao antipetismo da classe e após anos de simbiose tumultuada entre Bolsonaro e os fardados.

Comandantes regionais do Exército já receberam a sinalização de que o petista deverá pedir que os militares dispersem os atos antidemocráticos de bolsonaristas que pedem um golpe contra Lula na frente de quartéis pelo Brasil.

Os atuais chefes militares refutam a ideia, tendo emitido nota conjunta considerando os atos legítimos por pacíficos, além de repetir questionamento bolsonarista sobre a rigidez do Judiciário contra os adversários do presidente.

O cenário mudou com a violência registrada em Brasília na segunda (12), quando radicais depredaram a sede da Polícia Federal, uma delegacia e diversos carros após a diplomação do petista.

Mas ainda há óbices a considerar acerca da ideia, como a ideia de que Lula colocará o Exército contra adversários políticos.

 

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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