Política

A ÚLTIMA CEIA

De saída do PSDB, Azambuja e Riedel têm encontro com Perillo na Capital

Presidente do diretório nacional tucano tenta convencer caciques de MS a ficarem no partido; encontro terá ares de despedida

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Pela segunda vez neste ano – e provavelmente última –, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, vem a Campo Grande hoje para tentar convencer o governador, Eduardo Riedel, e o ex-governador Reinaldo Azambuja a não deixarem o ninho tucano para ingressarem no PP e PL, respectivamente, com o objetivo de disputarem as eleições gerais do próximo ano.

A tentativa de Perillo, contudo, tem tudo para ser infrutífera, pois os destinos de Riedel e Azambuja já estão definidos. O encontro tem tudo para ser uma despedida de correligionários, a “última ceia” enquanto ainda são tucanos.

O Correio do Estado apurou que a visita terá, ainda, a participação dos deputados federais e estaduais tucanos e que, após a reunião fechada com os detentores de mandatos pelo PSDB em Mato Grosso do Sul, por volta das 12h, eles vão almoçar no Churrascaria Bezerro de Ouro, o que muitos parlamentares do partido já estão chamando de “última ceia”, antes do fim da legenda no Estado.

Oficialmente, conforme a reportagem foi informada, será mais um encontro para definir o futuro da legenda para as eleições de 2026, porém, na verdade, é a última cartada de Marconi Perillo para não deixar o PSDB perder o único governador da legenda e, consequentemente, ser praticamente extinto em Mato Grosso do Sul, com as saídas de Riedel e Azambuja.

Se, na primeira reunião realizada em fevereiro deste ano, o presidente nacional do PSDB deixou bem claro que o legado da legenda não poderia desaparecer, o que aconteceria em uma incorporação com o PSD, e por isso foi descartada, agora, neste segundo encontro, Marconi Perillo chega em momento mais desesperador, pois, conforme apurado pelo Correio do Estado, as saídas do governador e do ex-governador para PP e PL são irreversíveis.

O ex-governador de Goiás sabe que o fim das negociações para fazer uma fusão ou até uma federação partidária com Podemos, Republicanos e MDB colocaram o PSDB em um cadafalso, e que dificilmente a sigla conseguirá descer, decretando praticamente o fim de uma legenda, que foi uma das mais poderosas do Brasil, chegando à Presidência do País por meio de Fernando Henrique Cardoso.

A reunião de hoje com os dois principais caciques dos tucanos em Mato Grosso do Sul, e com os deputados federais e estaduais do partido, será mais em tom de despedida do que em tom de reconciliação, para que possam caminhar próximos em mais uma eleição.

Azambuja já está extraoficialmente no comando do PL no Estado, inclusive definindo os integrantes das possíveis chapas para disputar as oitos vagas na Câmara dos Deputados, e para concorrer às 24 cadeiras da Assembleia Legislativa, pois ao Senado a vaga será dele mesmo e para governador a nova legenda vai apoiar a reeleição de Riedel, que embarcará no PP da senadora Tereza Cristina.

Uma fonte do Correio do Estado informou que a “prepotência” do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) em não deixar que o partido fosse incorporado pelo poderoso PSD, de Gilberto Kassab, ou fizesse uma fusão com o Podemos, deixou a missão de Marconi Perillo hoje, em Campo Grande, inócua, pois a atitude do neto do saudoso político Tancredo Neves acabou por minar de vez as últimas chances de sobrevivência dos tucanos.

Sem os governadores de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Pernambuco, o outrora interessante PSDB virou um partido nanico que não atrai mais nenhum interesse das legendas mais articuladas e, em decorrência disso, caminha para ficar às margens das grandes decisões políticas no Brasil.

Afinal, partido sem deputados federais fica sem Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, mais conhecido como Fundo Partidário, e também sem Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o famoso Fundo Eleitoral.

No caso do governador de Mato Grosso do Sul, que pretende buscar a reeleição em 2026, ficaria muito difícil fazer a campanha política sem Fundo Eleitoral, algo que o PSDB já sentiu na pele nas eleições municipais do ano passado, quando a aliança com o PL garantiu os recursos necessários para a campanha do então candidato a prefeito de Campo Grande pelos tucanos, o deputado federal Beto Pereira.

O mesmo acontece com o ex-governador Reinaldo Azambuja, que vai tentar uma das duas cadeiras do Senado e também necessita de um partido forte para ter uma campanha eleitoral tranquila. Diante desse quadro e com as eleições gerais se aproximando, o futuro político do PSDB é o desaparecimento.

*SAIBA

O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o atual governador, Eduardo Riedel (PSDB), escolheram PL e PP como seus destinos, visando as próximas eleições. A oficialização da saída deles deve ocorrer ainda este mês.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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