Política

REVISTA ÉPOCA

Delator diz que Renan e Jader receberam
R$ 5,5 milhões em propina

Trechos da delação de Felipe Parente foram divulgados pela Revista Época

EXTRA

22/10/2016 - 09h45
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Em delação premiada, o “homem da mala do PMDB” Felipe Parente, afirma ter repassado R$ 5,5 milhões em propina ao atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA) entre 2004 e 2006, referentes ao esquema de corrupção da Petrobras, apelidado de “Petrolão”. Os trechos da delação premiada foram obtidos com exclusividade pela revista “Época”. Parente era responsável pela entrega de dinheiro em espécie de propinas da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

Parente é ligado ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que tornou-se delator da Lava-Jato e expôs gravações de conversas telefônicas com Renan Calheiros, nas quais o presidente do Senado falava em mudanças na lei de delação premiada de modo a evitar que alguém preso se tornasse delator. O relato de Parente, obtido pela “Época”, afirma que os R$ 5,5 milhões destinados a Renan e Jader tinham como origem as empreiteiras Queiroz Galvão e UTC, além da empresa de fretamento de navios Teekay Norway que, segundo a reportagem, teve até sete embarcações de transporte de petróleo em alto mar contratadas pela Transpetro.

As revelações de Parente já tinham vindo à tona em reportagem da revista “Veja” no início deste mês, em que ele aparecia caracterizado como “homem da mala do PMDB”. A reportagem, que também teve acesso a trechos da delação, detalhava entregas de dinheiro ao senador Jader Barbalho e também a Renan Calheiros, que teria recebido um total de R$ 32 milhões entre 2004 e 2014. O dinheiro referia a propinas obtidas através da Transpetro.

De acordo com a reportagem da “Época” desta sexta-feira, a delação de Felipe Parente afirma que os R$ 5,5 milhões foram entregues em encontros no Rio e em São Paulo com Iara Jonas, funcionária do gabinete de Jader Barbalho no Senado. Parente alega que as entregas destinavam-se não apenas a Jader, mas também a Renan Calheiros, e que os repasses ocorreram entre 2004 e 2006.

Em relação à Queiroz Galvão, que teria desembolsado R$ 3,5 milhões em espécie, o delator afirma que as tratativas para recebimento do dinheiro ocorreram, por orientação de Machado, com o próprio presidente da empresa, Ildefonso Colares, atualmente em prisão domiciliar por ter sido diagnosticado com câncer. De acordo com a delação de Parente, Ildefonso lhe instruiu a dizer a palavra “lua” como senha para receber o dinheiro em um escritório no Centro do Rio. Depois, Parente afirma ter repassado a propina a Iara em encontros nos bairros do Leblon e de Ipanema, na Zona Sul da cidade.

Jader disse à “Época” que não conhece Felipe Parente e que não recebeu remessas de dinheiro de empresas através do delator. O presidente do Senado Renan Calheiros também negou conhecer Parente e disse não ter recebido vantagens “de quem quer que seja”.

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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