A deputada estadual Gleice Jane, do PT, apresentou na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, hoje (22), um projeto que prevê a criação de um Fundo Estadual para Autonomia Econômica das Mulheres (FEAM) com a finalidade de apoiar financeiramente iniciativas tecnológicas, de inovação e de microcrédito lideradas por mulheres.
O plano da parlamentar visa promover a capacitação e autonomia financeira feminina, especialmente em territórios de maior vulnerabilidade e foi apresentado no contexto dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Conforme noticiou a assessoria de imprensa da deputada, o período faz alusão aos 16 dias de ativismo reconhecidos pela ONU, que no Brasil estão sendo acrescidos do intervalo entre o Dia da Consciência Negra até o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Ainda conforme a assessoria, dentro dos objetivos do FEAM, destacam-se iniciativas para fomentar a criação de renda, estabelecer programas de capacitação, apoiar projetos de tecnologia liderados por mulheres e oferecer microcrédito a mulheres do campo e da cidade, jovens, indígenas, negras e quilombolas, periféricas, ribeirinhas, pescadoras, extrativistas, catadoras de iscas, dentre outras, visando incentivar a autonomia financeira dessas mulheres.
Ativista do movimento feminista desde 2003, a deputada Gleice Jane, indicou a assessoria, enfatizou a importância do engajamento nessa militância como forma de combater a violência e o machismo.
FEMINISTAS
“A gente tem estado nessa luta já há muitos anos. E me lembro quando eu iniciei no movimento feminista, em 2003, ainda estudante, e fomos para o movimento nacional onde começamos a descobrir o que é a vida das mulheres. E isso em um momento em que falar de feminismo era muito difícil, na época dizer que éramos feministas parecia que estávamos ofendendo as pessoas”, sustentou a parlamentar.
“Desde então tivemos muitos avanços a partir da luta da sociedade civil, dos movimentos sociais, a gente percebeu que todos esses movimentos foram importantes na construção de políticas públicas. Tivemos a lei Maria da Penha, começamos a ter as secretarias, subsecretarias, Ministério das Mulheres, e a partir daí a gente começa a identificar as diversidades das mulheres. Porque não é só ser mulher, temos as necessidades das mulheres indígenas, das trans, negras, crianças, jovens, adultas, em envelhecimento, dentre várias outras, que por sua diversidade trazem a necessidade de política para cada uma delas”, enfatizou.
Para Gleice Jane, apesar dos avanços ainda há muitos desafios no combate ao aumento da violência e do machismo. "A gente precisa fazer essas avaliações para garantir realmente que as políticas sejam de Estado efetivas", completou a deputada. Na avaliação dela, apesar dos retrocessos a luta traz uma perspectiva positiva: "Quando a gente tiver um mundo melhor para as mulheres, o mundo vai ser melhor para todo mundo e esse PL protocolado hoje é um avanço em prol da igualdade e autonomia das mulheres em Mato Grosso do Sul”, finalizou. (com informações da assessoria de imprensa).