O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), um dos principais integrantes da “tropa de choque” do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no Congresso Nacional, é acusado de ameaçar a fonoaudióloga e empresária Larissa Carvalho de Oliveira Martins.
A ameaça, segundo ela, surgiu após a publicação de reportagem do Correio do Estado, informando que a Polícia Civil do Distrito Federal investiga o chefe de gabinete de Rodolfo Nogueira por estelionato, ao intermediar uma troca de dólares por reais para um empresário do setor náutico que estava com “medo do tarifaço”. Larissa conseguiu os reais para o empresário (aproximadamente R$ 24 mil), mas recebeu um comprovante falso da transação financeira.
“O deputado federal Rodolfo Nogueira telefonou afirmando que era do setor agropecuário, que possuía grande influência e recursos financeiros, e que acionaria seus advogados contra a vítima caso fosse divulgada a informação de que a pessoa envolvida no golpe financeiro é seu chefe de gabinete em Brasília”, afirma Larissa, em boletim de ocorrência por ameaça lavrado pela Polícia Civil do Distrito Federal.
Larissa informou, no documento policial, que deseja representar criminalmente contra Rodolfo Nogueira. Até a ameaça declarada por Larissa, Rodolfo Nogueira era parte indireta da trama. O alvo do boletim de ocorrência por estelionato é o chefe de gabinete do deputado federal sul-mato-grossense, Babington dos Santos.
“Fui procurada pelo Sr. Babington dos Santos, conhecido como Bob, assessor do deputado federal pelo Mato Grosso do Sul, Rodolfo Nogueira, dizendo que tinha um amigo chamado Ernani Parcionik, que era um empresário muito renomado e bem-quisto, e que queria fazer uma transação financeira. Essa transação seria a troca de uns dólares em reais, pois ele estava com medo do tarifaço e precisava de reais”, informou Larissa à Polícia Civil.
“Por toda a deferência do Bob, resolvi pegar o dinheiro que tinha para pagar minhas contas do mês e fiz a transação. Após feita, o Sr. Ernani me mandou um comprovante falso e sumiu. Entrei em contato com o Bob e este ‘lavou as mãos’”, complementou Larissa, ao pedir a abertura de investigação por estelionato contra Babington, com possíveis consequências para Ernani Parcionik.
O Correio do Estado teve acesso a uma mensagem de áudio enviada por Babington a Larissa, na qual ele primeiramente pede desculpas, pois estava trabalhando na coletiva de imprensa “por causa da prisão (domiciliar) do (Jair) Bolsonaro”.
“É um amigo nosso, muito conhecido, muito bem estruturado em todo o Brasil, de direita. Ele quem faz o Boat Show, uma feira de barcos, lanchas e iates”, descreveu o chefe de gabinete de Rodolfo.
O empresário, que Bob enfatizou ser “de direita”, disse estar muito preocupado “com a situação do tarifaço” — anunciado pelo presidente republicano dos Estados Unidos, Donald Trump, em 9 de julho do ano passado.
Em entrevista ao Correio do Estado, Larissa disse que ainda não recebeu, nem de Parcionik nem de Bob, os R$ 24 mil. “Dava quase US$ 5 mil”, disse.
Partes do boletim de ocorrência contra Rodolfo Nogueira


