Política

TIRO PELA CULATRA?

Deputado estadual que atirou durante sessão entra na mira da Corregedoria

Agora, o caso pode seguir para a Comissão de Ética, que pode advertir ou até mesmo cassar João Henrique Catan, do PL

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A Corregedoria Parlamentar da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebeu, nesta sexta-feira (20), a representação contra o deputado estadual João Henrique Catan (PL), que disparou tiros em uma sessão remota ao votar pela aprovação do projeto que legitima os CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) como atividade de risco.

 Com a anuência do parlamento estadual, integrantes da sigla têm direito ao porte de arma.

Na petição, os deputados estaduais Amarildo Cruz (PT), Pedro Kemp (PT) e Paulo Duarte (PSB) questionam se Henrique Catan supostamente cometeu quebra de decoro parlamentar.  

Depois da análise, a Corregedoria, se ficar segura de que houve quebra de decoro, manda o caso para Comissão de Ética, colegiado que pode exigir punição ao parlamentar com uma simples advertência ou, então, pedir a cassação de Henrique Catan.

Em caso de decisão extrema, é o plenário que define se o deputado deve ou não perder o mandato.

O polêmico episódio ocorreu na sessão de terça-feira (17). Na hora do voto de Catan, de um stande de tiros, ele, já supostamente armado, disse: 

“Senhor presidente, a aprovação deste projeto visa ajudar a armar o cidadão de bem. O armamento acaba com as invasões ilegais, diminui a criminalidade, prevalecendo o nosso direito de propriedade, lembrando que o povo armado jamais será escravizado. Este projeto é um tiro de advertência no comunismo e na mão leve que assaltou o País. Por isso, senhor presidente, uma salva de tiros, uma salva de sim”.

Como cita a representação dos parlamentares, “em ato contínuo à conclusão da fala, o deputado apontou uma arma para um alvo com o símbolo da foice e do martelo, alusivo ao comunismo, e disparou diversos tiros”.

QUEIXA DOS DEPUTADOS

Pedro Kemp disse que a “representação é para a Corregedoria abrir sindicância e apurar se houve comportamento incompatível com o decoro parlamentar. Se concluir que houve, vai para a comissão de ética, que decide pela punição, podendo ser uma advertência ou mesmo a cassação do mandato”.

Segundo Paulo Duarte, “mesmo on-line [a sessão remota], qualquer local de onde o deputado participa da sessão é uma extensão do plenário, e o regimento deve ser respeitado, não fazendo sentido manifestações daquele tipo [os tiros]”.

Já o petista Amarildo Cruz questionou: “O que significa o ato concretamente de descarregar uma arma para advertir o comunismo? É isso o que quero saber e nós todos merecemos essa resposta. Porque um ato como esse só pode ter sido praticado para intimidar. E não devemos varrer para baixo do tapete, nós temos que discutir aqui com mais profundidade do que só na tribuna. Providências têm de ser tomadas, para que a Casa possa se manifestar”.  

Completou Amarildo: “Entendo que o limite da democracia, do bom senso e da natureza da nossa função é fundamental para nós preservarmos o debate e o direito ao contraditório”.

O QUE DIZ CATAN

O deputado Catan, por meio de sua assessoria de imprensa, prometeu o troco aos parlamentares que protocolaram a representação contra ele na Corregedoria.

“Para mim, é uma honra poder discutir com o PT, mais uma vez desmascará-los e também protocolando uma representação de verdadeiras infrações éticas que aconteceram. Acusações levianas só merecem ser enfrentadas com a verdade. Só não vou me manifestar mais especificamente agora porque ainda não fui notificado. No mais, continuo aqui, trabalhando em meus projetos normalmente”.

QUEBRA DE DECORO

E o que significa quebra de decoro parlamentar? Eis algumas transgressões que acusam a quebra: abuso de poder, recebimento de vantagens indevidas, prática de ato irregular grave quando no desempenho de suas funções, revelação do conteúdo de debates considerados secretos pela Assembleia Legislativa, entre outros.

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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