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Deputados bolsonarista e petista querem CPIs para investigar Missão Evangélica

Correio do Estado apurou que a ONG recebeu R$ 432 milhões para atuar na saúde indígena em MS, mas serviço é precário

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O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) e o deputado estadual José Orcírio Miranda dos Santos (PT) iniciaram a coleta de assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), respectivamente, para investigar as possíveis irregularidades cometidas pela organização não governamental (ONG) Missão Evangélica Caiuá, com sede em Dourados (MS).

A iniciativa dos parlamentares bolsonarista e petista foi motivada pela denúncia publicada pelo Correio do Estado apontando que a ONG recebeu, nos últimos nove anos, repasses de R$ 432 milhões para atuar na saúde indígena em Mato Grosso do Sul, mas, apesar desse montante milionário, não oferece o devido atendimento aos indígenas internados no Hospital e Maternidade Indígena Porta da Esperança.

À reportagem do Correio do Estado, Marcos Pollon informou que são necessárias 171 assinaturas para a abertura de uma CPI na Câmara dos Deputados e que, a partir do dia 1º de março (em decorrência do Carnaval, a Casa de Leis não terá sessões até terça-feira, dia 28), vai iniciar a coleta de assinaturas junto aos colegas deputados federais. 

“Nesta sexta-feira, vou até Dourados apurar in loco a denúncia feita pelo Correio do Estado. Já oficiei todos os órgãos federais responsáveis e, na próxima semana, vou alinhar com a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AC) qual a realidade do setor, uma vez que ela tem expertise no caso. Acredito que vale a pena checar pessoalmente a situação da referida missão”, declarou o parlamentar sul-mato-grossense.

O deputado federal já enviou ofícios ao Ministério da Saúde, requerendo ações emergenciais relacionadas à saúde dos indígenas em Mato Grosso do Sul, ao Ministério dos Povos Indígenas, solicitando medidas emergenciais relacionadas às condições precárias de saúde dos indígenas no Estado, e à Secretaria Especial de Saúde Indígena, cobrando medidas emergenciais e fiscalizatórias nos hospitais indígenas.

Além disso, Marcos Pollon fez um requerimento à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) solicitando informações relacionadas às medidas que estão sendo aplicadas diante da omissão das ONGs e da falta de acesso dos indígenas a direitos básicos.

Ele também encaminhou representação ao Ministério Público Federal (MPF), denunciando a omissão de ONGs que receberam recursos e não aplicaram de forma responsável. 

O deputado federal elaborou uma Proposta de Fiscalização e Controle (PFC) ao Tribunal de Contas da União (TCU) para requerer investigação sobre a destinação de recursos recebidos por ONGs para os hospitais indígenas em Mato Grosso do Sul e outras unidades da Federação.

Já o deputado estadual Zeca do PT anunciou ontem ao Correio do Estado que coletou seis das oito assinaturas necessárias para implantar uma CPI na Assembleia Legislativa de MS para investigar a ONG Missão Evangélica Caiuá, que é suspeita de desviar dinheiro, pois a instituição é alvo de denúncias e de queixas quanto à infraestrutura do Hospital e Maternidade Porta da Esperança.

“Eu tenho seis das oito assinaturas que preciso para, se possível, apresentar na semana que vem a proposta da implantação da CPI da Missão Caiuá. Ou seja, eu quero saber para onde está indo o dinheiro que vem da Secretaria Especial de Saúde Indígena [Sesai], do governo federal, para a Missão Caiuá cuidar dos índios, porque não está cuidando”, afirmou o parlamentar sul-mato-grossense.

Saiba: Confira o que é preciso para abrir uma CPI - Na Câmara dos Deputados, o pedido de abertura de uma CPI requer pelo menos 171 assinaturas, enquanto na Assembleia Legislativa são necessárias oito assinaturas. Em ambas as Casas de Leis, uma CPI tem prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, mediante aprovação da maioria absoluta de seus membros.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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