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Deputados de MS abasteceram mais de mil litros de combustível em 1 só dia

"Tanqueadas" do Gordinho do Bolsonaro e de Geraldo Resende custaram, cada uma, mais de R$ 7 mil aos cofres públicos

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Os deputados federais de Mato Grosso do Sul gastaram R$ 383.705,64 da cota parlamentar em combustíveis no ano passado, conforme levantamento feito pelo Correio do Estado com dados fornecidos pela Câmara dos Deputados. A maior “tanqueada” de 2023 ocorreu no dia 12 de dezembro e foi realizada pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), o Gordinho do Bolsonaro.

Em um só dia, Nogueira abasteceu 1.222,87 litros de gasolina comum no Posto Patrícia Eireli, localizado na Av. Marcelino Pires, em Dourados, cidade distante 230 km de Campo Grande e que é base do deputado federal. O custo da “tanqueada” aos cofres públicos foi de R$ 7.324,99. O gasto por litro, conforme consta na nota fiscal enviada por Nogueira à Câmara, foi de R$ 5,99. 

A segunda maior “tanqueada” do ano também foi de outro deputado federal de Dourados: Geraldo Resende (PSDB). O abastecimento, porém, foi efetuado em Campo Grande, no Auto Posto Afonso Pena.
Em 29 de setembro de 2023, no referido posto de combustível, Resende abasteceu nada menos que 1.164,03 litros de gasolina aditivada Ipimax, a R$ 6,09 o litro. A “tanqueada” custou R$ 7.088,94 aos cofres da Câmara dos Deputados.

A nota fiscal, porém, tem um valor um pouco maior, de R$ 7.756,82. É que nela constam abastecimentos menores, em litros e valores, realizados no mesmo posto e até de outros combustíveis, como etanol e gasolina comum.

Aliás, esses parlamentares não são os campeões de gastos com combustíveis em Mato Grosso do Sul, mas sim na prática de abastecer uma grande quantia em apenas um só posto de combustível.

Os outros deputados, segundo apurou o Correio do Estado, justificam seus gastos com dezenas de notas fiscais de valores próximos a de abastecimentos reais, entre R$ 100 e R$ 400, conforme o combustível e a capacidade do tanque do automóvel.

Os que mais gastam

E por falar em ranking, entre os integrantes da bancada federal de Mato Grosso do Sul, 
o deputado do PP Dr. Luiz Ovando foi quem mais gastou com combustível no ano passado.

De janeiro a dezembro, Ovando desembolsou R$ 56.285,06 em postos de combustíveis. Reeleito para mais um mandato, ele só superou o Gordinho do Bolsonaro porque o deputado douradense do PL começou a usar 
a cota parlamentar em fevereiro, quando tomou posse.

Em todo o ano passado, Nogueira gastou nada menos que R$ 55.941,97 nos postos. Caso os R$ 1.987,88 de janeiro de 2023 fossem computados, certamente o parlamentar do PL ficaria no topo do ranking.

Quem também usa muito de sua cota parlamentar para despesas com combustível é o deputado federal Beto Pereira (PSDB), que também tem se colocado como pré-candidato a prefeito de Campo Grande. No ano passado, ele e sua equipe usaram R$ 54.537,80 do dinheiro público para bancar idas e vindas com os automóveis do gabinete.

O quarto que mais gasta com combustível em Mato Grosso do Sul é Resende. O tucano de Dourados gastou, no ano passado, R$ 53.015,88 nos postos usando dinheiro da Câmara.

Os econômicos

Os demais deputados desembolsaram menos de R$ 50 mil em 2023. Os petistas foram os que menos gastaram: Vander Loubet gastou R$ 36.862,63 da sua cota para abastecimentos, e Camila Jara, R$ 38.825,82.

Já Marcos Pollon, que também é presidente do PL em Mato Grosso do Sul, destoa de seu correligionário: no ano passado, ele gastou R$ 40.218,92 em “tanqueadas”.

Por fim, o quinto que mais gastou com abastecimentos de combustíveis – na coluna do meio ou, talvez, no meio da pista – é Dagoberto Nogueira (PSDB), com a soma de R$ 48.017,56 durante o ano passado.

SAIBA

A soma dos gastos dos deputados federais de Mato Grosso do Sul com combustível no ano passado chegou a mais de R$ 383 mil. Os que mais gastaram foram Dr. Luiz Ovando (PP) e Rodolfo Nogueira (PL), o Gordinho do Bolsonaro.

 

Com a palavra, Geraldo Resende:

A assessoria do deputado federal Geraldo Resende enviou a nota abaixo, quanto ao deputado federal Rodolfo Nogueira, o espaço segue aberto.

A equipe do deputado, inclusive, contesta as informações obtidas no site da transparência da Câmara, e alega que os abastecimentos foram fracionados, e não todos de uma vez só, como aparece na nota em que o Correio teve acesso.  

NOTA AO CORREIO DO ESTADO


 

Em relação à matéria veiculada na coluna do jornalista Eduardo Miranda sobre os gastos de quota parlamentar de combustível, a assessoria do deputado federal Geraldo Resende (PSDB/MS) reitera o compromisso do mandato com a transparência e a responsabilidade no uso dos recursos públicos.

É importante ressaltar que a nota fiscal lançada no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados, objeto da reportagem, refere-se ao período do mês de setembro de 2023, abrangendo múltiplos abastecimentos necessários para o desempenho das atividades parlamentares ao longo desse período.

O documento apresentado pelo parlamentar no Portal da Transparência é claro em sua descrição, indicando o número de vezes que o deputado realizou abastecimentos durante o referido mês. Todos esses abastecimentos foram efetuados exclusivamente para fins relacionados às atividades parlamentares.

Acreditamos na seriedade e compromisso do jornal Correio do Estado em fornecer informações precisas aos seus leitores. Destacamos a importância de considerar as informações complementares presentes nas notas fiscais para uma análise mais abrangente e precisa dos fatos.

Reiteramos a disposição para prestar esclarecimentos adicionais, assegurando a transparência e a integridade de nossas ações parlamentares.
 

 

 

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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