Política

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Discoteca digital

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Redação

25/01/2010 - 07h28
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Não se pode catalogar como uma guerra de gerações, porém, é fácil verificar as diferenças entre as gerações mais novas e mais antigas quando o assunto é ouvir suas canções prediletas. Enquanto a primeira deixou para trás hábitos como colecionar discos e CDs, a outra transita, até com certa desenvoltura, entre passado e presente, não abandonando antigas coleções e aderindo à facilidade das novidades tecnológicas. O advogado, professor universitário e músico Silvio Lobo, 61 anos, é um daqueles que n ão se desfazem da coleção de vinil e, ao mesmo tempo, se beneficiam com as oportunidades oferecidas pela internet. “Somente agora estou colocando em CD alguns dos vinis que tenho. Tive uma coleção bem maior de discos, somando mais de 400; hoje, devo ter cerca de 120. São discos de Roberto Carlos, Ângela Maria, Agnaldo Timóteo...”, conta um dos mais atuantes seresteiros da Capital. “Não sou avesso à tecnologia, até gosto da internet, por meio dela é possível encontrar músicas que, normalmente, são difíceis de achar. Recentemente, precisei de algumas músicas do cantor Carlos José e consegui na internet. Mesmo com essa facilidade desse novo meio, guardo e coleciono com carinho os antigos discos”. Eclético O músico e produtor Leo Copetti, 32 anos, diz que “joga para todos os lados” quando se refere à forma de apreciar música. Mantém acervo de CD – cerca de 400 – e vinil – cerca de 200. “Gosto de ter o CD original, sou um colecionador, aprecio o aspecto físico. Visito as lojas e compro com frequência. O mais recente que adquiri foi o CD do New Order, com os singles da banda”. Ainda cita álbuns de chorinho e outros ritmos brasileiros como parte da sua coleção. Ao mesmo tempo em que aprecia a maneira antiga de armazenar música, não descarta a internet como recurso para ampliar o conhecimento na área. “Tem muita coisa que não chega no Brasil e é somente por meio dos blogs que temos acesso, como os artistas independentes. Por causa disso tenho muitos exemplares em MP3”. Leo acha que se encontra entre duas gerações. “Gosto muito da forma antiga de colecionar música e estou atento às novidades que surgem. Ao OSCAR ROCHA Durante quase todo o século 20, o vinil foi soberano. O mais comum era o apreciador de música reunir acervo com vários exemplares de LPs e compactos. Mesmo com o surgimento das fitas cassete, os discos foram companheiros mais constantes dos apreciadores de diversos estilos. Até que, em meados da década de 1980, com a chegada do CD, a forma de se colecionar e armazenar música constatou nova alteração. Com a internet, a música ganhou canal de divulgação inimaginável. A situação, se por um lado democratizou o acesso à produção ampla, também estabeleceu perdas para a indústria fonográfica, que não conseguiu contabilizar dividendos imediatos com o novo cenário. Atualmente, o público se divide entre os adeptos das no- vas possibilidades e os velhos recursos. Abaixo alguns exemplos desse atual momento. contrário de mim, tem uma turma mais nova que não tem mais nenhuma relação com o passado. A forma de entrar em contato com a música é totalmente diferente. Não fazem questão de ter CD. A internet é a única forma que conhecem para apreciar música”, aponta. Praticidade O estudante Breno Ramos Alves da Silva, 18 anos, filiase ao perfil apontado por Leo Copetti. Apreciador de rock, MPB e internacional, não coleciona CDs. “Já cheguei a colecionar, mas hoje não gosto. O que aprecio busco na internet”. Também não procura discos completos dos seus ídolos, apenas as faixas que mais lhe chamam a atenção. Entre as músicas mais recentes que baixou está o sucesso “Meteoro”, de Luan Santana. “Os meus amigos não colecionam CD, tudo vem da internet”. A turma do músico e estudante de Direito Yuri Arraes de Sá, 18 anos, integrante da banda Livov, também aboliu a coleção de CDs, preferindo os meios oferecidos pela rede mundial de computadores para ouvir música. “Ouvimos no myspace, no youtube, no MP3. No meu caso, antigamente comprava CD, no caso somente original, hoje prefiro baixar. Fica mais fácil e atualizado”. Pelo fato de fazer parte de uma banda, diz que é necessário sempre conhecer coisas novas. “Mandamos link um para o outro com as coisas que aparecem, dessa forma todos ficam conhecendo e atualizados”. (OR)

articulações

Em reunião com prefeitos, Azambuja teria confirmado que vai assumir o PL

Presidente estadual do PSDB, o ex-governador também pregou a manutenção da união de todos pela reeleição de Riedel

19/06/2025 08h00

O ex-governador Reinaldo Azambuja durante reunião com os prefeitos tucanos, em Campo Grande

O ex-governador Reinaldo Azambuja durante reunião com os prefeitos tucanos, em Campo Grande DIVULGAÇÃO

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Durante reunião realizada nesta terça-feira, no diretório estadual do PSDB, em Campo Grande, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente da legenda em Mato Grosso do Sul, teria comunicado aos 39 prefeitos tucanos presentes que deve assumir o diretório estadual do PL.

Conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, depois que a união entre PSDB e Podemos foi cancelada, surgiu um certo receio entre os 44 prefeitos do partido em Mato Grosso do Sul com relação aos rumos que tomarão nas eleições de 2026 as duas principais lideranças da sigla no Estado: Azambuja e o governador Eduardo Riedel.

Afinal, na segunda-feira, o ex-governador amenizou para a reportagem os efeitos do rompimento do PSDB com o Podemos. 

“Vida que segue! Agora, vamos concentrar todos os nossos esforços para formar uma federação com o Republicanos”, declarou, explicando que é um consenso da executiva nacional do partido mirar essa nova federação, que ainda pode incluir o MDB e o Solidariedade.

“Quem sabe ainda até o próprio Podemos, já que, diferentemente de uma incorporação, haveria menos necessidade de disputa para o comando da nova estrutura”, analisou Azambuja, sem deixar claro a permanência ou saída do ninho tucano.

Diante disso, ele reuniu os prefeitos tucanos para dar uma espécie de satisfação e, nessa reunião, conforme apurou o Correio do Estado, teria reforçado que, independentemente da possível federação com o Republicanos e o MDB, tomaria um novo rumo.

Nas suas redes sociais, Azambuja também deixou subentendido que tomará esse caminho. “Reunião com as prefeitas e os prefeitos do PSDB para confirmar a unidade do grupo e a coerência de continuarmos juntos quando for o momento certo de definir o rumo – ou os rumos – partidários. Ainda tem muita água para passar debaixo da ponte até o prazo final das definições, em abril de 2026”, escreveu.

O ex-governador ainda postou que “a política é muito dinâmica e o mais importante está selado: a união das lideranças em torno do projeto principal, que é a reeleição do governador Eduardo Riedel”. “Assim teremos a certeza que Mato Grosso do Sul vai continuar crescendo sem deixar ninguém para trás!”, reforçou.
Procurado pela reportagem para comentar a informação de que teria encaminhado a saída do PSDB para assumir o PL em Mato Grosso do Sul, Azambuja foi categórico: “Não procede!”

“Eu disse aos prefeitos que ainda estamos analisando o nosso futuro partidário, pois temos convites do PL, PP, União Brasil, Republicanos e MDB”, afirmou.

Apesar dessa afirmação, o Correio do Estado recebeu a confirmação de que o ex-governador deixou bem claro para os prefeitos e também para os deputados federais e estaduais do PSDB, que também se reuniram com ele e Riedel, que “estava tudo encaminhado para comandar o PL em Mato Grosso do Sul”. 

Além disso, Azambuja teria ouvido tanto dos prefeitos quanto dos parlamentares que eles vão acompanhar a orientação dele e do governador Riedel quanto a uma possível mudança partidária. Já uma outra fonte garantiu ao Correio do Estado que estaria tudo certo para que ele assuma o PL já no mês de julho, para preparar o partido para o pleito de 2026.

Há um consenso de que os deputados federais e estaduais, os prefeitos e os vereadores do PSDB vão continuar fechados pela reeleição de Eduardo Riedel, independentemente do partido para o qual ele decida migrar, entretanto, não está alinhado se os 3 parlamentares federais e 6 estaduais, os 44 prefeitos e os 256 vereadores vão acompanhar o ex-governador e o atual governador para a mesma legenda.

No entanto, conforme as articulações políticas, a possibilidade é de que grande parte dos deputados federais e estaduais, bem como dos prefeitos e vereadores, acompanhe Azambuja, enquanto outras partes fiquem com Riedel ou ingressem em partido diferente.

Relatório

Bolsonaro era 'centro decisório' e definiu alvos de arapongagem na Abin, diz PF

Polícia afirma que o ex-presidente e filho definiram as "diretrizes estratégicas" do esquema

18/06/2025 21h00

Carlos Bolsonaro ao lado do pai

Carlos Bolsonaro ao lado do pai Foto: Divulgação

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A Polícia Federal atribui ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao vereador do Rio Carlos Bolsonaro o comando de uma organização criminosa que, segundo a corporação, usou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem política e ataques às urnas eletrônicas.

Procurada, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda não havia se manifestado até a publicação deste texto.

No relatório final da investigação da "Abin paralela", entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF afirma que o ex-presidente e filho definiram as "diretrizes estratégicas" do esquema e os alvos das ações clandestinas.

Para os investigadores, o objetivo da estrutura clandestina de inteligência era proteger interesses políticos e familiares, atacar opositores e desacreditar instituições democráticas.

Bolsonaro, segundo a Polícia Federal, era "o centro decisório e o principal destinatário das 'vantagens' ilícitas". O ex-presidente não foi formalmente indiciado, porque já responde por organização criminosa em outro processo, mas é apontado como líder das ações de arapongagem.

Já o vereador seria o "idealizador da inteligência paralela", de acordo com a PF. A Polícia Federal afirma que ele "figura no cerne das ações delituosas" e era uma espécie de "direcionador das informações produzidas".

Ao todo, 36 pessoas foram indiciadas no caso. A Polícia Federal organiza a investigação em seis núcleos - político, comando e alta gestão, assessoria e execução de ações clandestinas, estrutura operacional de inteligência, produção e propagação de fake news e embaraçamento da investigação.

Bolsonaro e Carlos seriam o núcleo político. "Este núcleo é integrado por sujeitos que eram os principais e responsáveis pelas ações realizadas posto que figuravam como os beneficiários diretos das ilicitudes praticadas", descreve a PF.

O relatório afirma ainda que as ações clandestinas na Abin era voltadas à "proteção ao núcleo familiar" e "obtenção de vantagens de ordem política".

"As ações clandestinas, portanto, tinham seus produtos delituosos destinados ao interesse deste núcleo com ataques direcionados à adversários e ao sistema eleitoral dentre outros", conclui a PF.

O relatório de 1.125 páginas é assinado pelo delegado Daniel Carvalho Brasil Nascimento, da Divisão de Operações de Inteligência Cibernética da Polícia Federal. O sigilo do documento foi levantado nesta quarta-feira, 16, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator da investigação.

A Polícia Federal liga uma série de monitoramentos ilegais aos interesses do ex-presidente e de sua família. Os investigadores mencionam dossiês para tentar inferir em inquéritos contra o senador Flávio Bolsonaro, por suspeita de rachadinha, e o vereador Jair Renan, por indícios de tráfico de influência.

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