Política

CRISE NO CONGRESSO

Dois deputados de MS podem perder o mandato, diz vice de comissão da OAB

A advogada eleitoralista reforçou que os dois parlamentares passaram do limite da razoabilidade dentro da Câmara

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Os deputados federais sul-mato-grossenses Marcos Pollon (PL) e Camila Jara (PT) correm um sério risco de terem os respectivos mandatos cassados, em decorrência da obstrução dos trabalhos da Câmara dos Deputados, no caso do primeiro parlamentar, e da agressão ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) dentro do plenário, no caso da segunda.

A análise é da vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul (OAB-MS), Andressa Nayara Basmage, explicando que os dois deputados federais do Estado passaram dos limites da razoabilidade dentro da Casa de Leis, portanto, ambos têm grande chances de punição pela Corregedoria da Câmara dos Deputados.

"Os processos contra a deputada Camila Jara e o deputado Marcos Pollon têm naturezas distintas, mas ambos seguirão os trâmites previstos no Código de Ética e no Regimento Interno da Câmara dos Deputados", destacou a advogada eleitoralista.

No caso de Marcos Pollon, explicou a vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-MS, a Corregedoria recebeu representação contra ele e mais 13 deputados por participação no bloqueio dos trabalhos da Câmara dos Deputados.

"Pela gravidade da conduta atribuída, o caso pode levar até a perda do mandato, mas todas as circunstâncias particulares deverão ser analisadas", ressaltou.

Conforme Andressa Basmage, já no caso de Camila Jara, a denúncia foi feita individualmente pelo líder do PL na Casa de Leis, deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), que apresentou à Corregedoria um requerimento de representação contra a petista por quebra de decoro parlamentar, em função da agressão a Nikolas Ferreira.

O partido acusa Camila de "agredir covardemente" o colega de parlamento e solicitou a suspensão cautelar do mandato da petista. Sóstenes apontou que "impunidade parlamentar não é salvo-conduto para agressão". A representação teve coautoria do partido Novo.

"Pelo enquadramento no Código de Ética, a sanção inicial indicada seria censura escrita, mas, em ambos os casos, poderão gerar a suspensão temporária do mandato até que o Conselho de Ética conclua a análise", explicou a advogada.

Ela completou que a eventual aplicação das penalidades de suspensão do exercício do mandato por até seis meses ou perda do mandato é de competência exclusiva do plenário da Câmara dos Deputados, que delibera em votação ostensiva e por maioria absoluta de seus membros, após a conclusão do processo disciplinar instaurado pelo Conselho de Ética.

"É importante frisar que para a fixação de qualquer penalidade serão consideradas a natureza e a gravidade da infração, os danos causados, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do parlamentar, sempre com a observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa", analisou a vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-MS.

OUTRO LADO

Em resposta ao Correio do Estado, o deputado federal Marcos Pollon afirmou que vai continuar lutando pela anistia e pela libertação dos presos políticos do 8 de Janeiro de 2023.

"Não vou descansar enquanto o último manifestante não estiver livre. Vamos continuar denunciando os casos de tortura e violência contra os presos políticos do 8 de Janeiro que continuam encarcerados", afirmou o parlamentar sul-mato-grossense.

Já a deputada federal Camila Jara informou, por meio de nota, que reagiu às pressões que sofreu pela multidão de parlamentares em sua maioria, homens. Ela disse que vem sendo acusada "injustamente" de ter "nocauteado" o deputado do PL.

Na nota, a assessoria da petista explicou que, enquanto o presidente da Casa de Leis, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), levantava-se da cadeira, Camila se aproximou e acabou esbarrando no deputado Nikolas Ferreira, que foi ao chão.

"A deputada, com 1,60 m, 49 kg e em tratamento contra um câncer, foi injustamente acusada de ter nocauteado o parlamentar com um soco", trouxe a nota, completando que foi acionada a Polícia Legislativa para garantir a segurança da parlamentar, após ela ser alvo de uma "campanha de ódio" de "proporção alarmante".

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POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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