Política

Projeto Comprova

É falso que Lula tenha recebido votos nulos ou em branco nas eleições de 2022

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Falso

É falso que votos brancos e nulos da eleição de 2022 tenham sido computados para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A alegação foi feita por um pastor e tecnólogo em automação industrial em audiência pública no Senado, em 2023, mas ele não apresentou provas. Além disso, não há evidência de que a eleição de 2022 tenha sido fraudada. O TSE e observadores internacionais apontaram a lisura do processo eleitoral brasileiro.

Falso

É falso que votos brancos e nulos da eleição de 2022 tenham sido computados para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A alegação foi feita por um pastor e tecnólogo em automação industrial em audiência pública no Senado, em 2023, mas ele não apresentou provas. Além disso, não há evidência de que a eleição de 2022 tenha sido fraudada. O TSE e observadores internacionais apontaram a lisura do processo eleitoral brasileiro.

 

Falso

É falso que votos brancos e nulos da eleição de 2022 tenham sido computados para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A alegação foi feita por um pastor e tecnólogo em automação industrial em audiência pública no Senado, em 2023, mas ele não apresentou provas. Além disso, não há evidência de que a eleição de 2022 tenha sido fraudada. O TSE e observadores internacionais apontaram a lisura do processo eleitoral brasileiro.

Conteúdo investigadoVídeos mostram Adriel Tavares de Andrade, pastor e tecnólogo em automação industrial, acusando fraude nas eleições de 2022. A legenda diz “tecnólogo desafia o sistema e revela com detalhes como as urnas foram fraudadas. Ele expõe com detalhes o caminho dos votos roubados de Bolsonaro”.

Onde foi publicado: X e YouTube.

Conclusão do Comprova: O fato de a eleição para presidente da República de 2022 ter registrado menor patamar de votos brancos e nulos no segundo turno, em comparação com pleitos anteriores, não é indício de fraude no processo. Também não há qualquer outra prova de irregularidades técnicas nas urnas.

Naquele ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se enfrentaram e o petista foi eleito. Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula venceu com 50,9% dos votos, enquanto Bolsonaro terminou com 49,1%.

Em 12 de dezembro de 2023, durante audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CTT), com o tema “Implicações da Tecnologia no Processo Eleitoral Brasileiro”, o tecnólogo em automação industrial e pastor Adriel Tavares de Andrade usou dados das eleições para alegar que houve fraude no pleito. O evento foi organizado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), autor do requerimento para a realização da audiência.

Na íntegra do vídeo, Andrade argumenta que votos em branco e nulos foram ilegalmente computados a Lula e, por isso, o petista teria vencido a eleição. Ele ainda comenta sobre a conclusão das Forças Armadas a respeito da fiscalização das urnas. No entanto, Andrade não apresenta provas para a suposta fraude durante o seu discurso. Apesar de o vídeo original ser de 2023, a gravação voltou a viralizar nas últimas semanas, em um contexto de proximidade com a eleição municipal de 2024.

Em março de 2023, o TSE fez publicação contestando as afirmações feitas por Andrade no Senado e afirmando que as urnas são seguras. Além disso, ainda em 2022, observadores internacionais, indicados pela Organização dos Estados Americanos (OEA), apontaram segurança e eficiência do sistema eleitoral brasileiro.

O professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jéferson Campos Nobre afirmou que o sistema de votação brasileiro é seguro. A UFRGS é uma das instituições que já fez inspeção dos códigos-fonte das urnas. “O sistema eletrônico de votação, incluindo as urnas e o sistema de totalização, é seguro. E, especialmente, no caso do vídeo que está colocado, não há nada que seja relatado ali que gere qualquer preocupação em relação ao sistema eletrônico de votação”, disse Nobre.

A reportagem entrou em contato com Andrade, que preferiu não se manifestar. O Comprova também buscou posicionamento do autor do post no X, mas não houve resposta. Quanto à publicação no YouTube, não foi possível identificar uma forma de contato com o autor da postagem.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 22 de agosto, o vídeo no X contava com 295,7 mil visualizações, 15 mil curtidas e 6 mil republicações. No YouTube, havia 2,3 mil visualizações e 149 curtidas.

Fontes que consultamos: Buscamos na internet por publicações sobre audiências públicas e fraudes nas urnas eletrônicas nas eleições presidenciais de 2022. Encontramos postagens oficiais sobre a audiência da CCT de 12 de dezembro de 2023. Ambas incluíam a descrição de Adriel Tavares de Andrade como pastor e tecnólogo. Consultamos o site oficial do TSE para cruzar os dados das eleições com os apresentados no vídeo. Procuramos reportagens relacionadas à integridade da eleição de 2022.

Em seguida, entrevistamos o professor associado ao Departamento de Engenharia de Computação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Simplício, e o professor da UFRGS Jéferson Campos Nobre. Por fim, entramos em contato com Andrade e os autores das publicações.

Os números da eleição

Um dos argumentos usados na peça de desinformação é a queda na quantidade de votos brancos e nulos em 2022, na comparação com eleições anteriores. Em 2022, foram registrados 3,9 milhões de votos nulos (3,16%) e 1,7 milhões de brancos (1,42%) no segundo turno da disputa para presidente da República. Em 2018, nulos foram 8,6 milhões (7,43%) e brancos, 2,4 milhões (2,14%). Já em 2014, 5,2 milhões de eleitores (4,95%) votaram nulo e 1,9 milhão em branco (1,82%). Os números são do TSE, referentes ao segundo turno dos pleitos, e podem ser consultados no portal de dados abertos do tribunal.

Os números apresentados por Andrade dizem respeito à somatória de brancos e nulos da eleição para presidente. Apesar de serem próximos aos do TSE, não é possível concluir que, por esse motivo, as eleições foram fraudadas.

No vídeo, o tecnólogo também usa como argumento o fato de que, em 2022, mais eleitores paulistas registraram votos nulos e brancos na eleição para governador do que para presidente. Naquele ano, os candidatos Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) disputaram o segundo turno. O primeiro foi apoiado por Bolsonaro e o segundo, por Lula.

Na disputa estadual em São Paulo, no segundo turno, foram registrados 1,8 milhão de votos nulos (6,76%) e 1,1 milhão de brancos (4,03%). Os números demonstram que mais eleitores paulistas escolheram um candidato na eleição nacional, pois a quantidade de votos brancos e nulos caiu no recorte do pleito para presidência: foram 1,1 milhão de nulos (4,08%) e 526 mil brancos (1,92%).

No estado, Lula recebeu 11,5 milhões de votos e Bolsonaro, 14,2 milhões. Na disputa local, Tarcísio venceu com 13,4 milhões de votos. Haddad teve 10,9 milhões. No vídeo aqui verificado, Andrade questiona o fato de Haddad, a quem Lula apoiou, ter registrado menos votos no estado do que o então candidato petista à presidência, mas não apresenta provas da fraude.

Relatório das Forças Armadas

Outro argumento utilizado por Andrade é o relatório técnico de conclusão da fiscalização do sistema eletrônico de votação pelas Forças Armadas, de junho de 2022. Andrade afirma que um pedido feito pelas Forças Armadas para verificar os softwares das urnas eletrônicas foi negado. Mas não é bem assim. As Forças Armadas são uma das instituições autorizadas a inspecionar o código-fonte das urnas eletrônicas. Os militares têm acesso ao código-fonte desde 2021.

O pastor e tecnólogo também cita dados referentes à votação para presidência nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Roraima. Andrade cita em específico Uiramutã, cidade de 13,7 mil habitantes localizada em Roraima. No município, Lula recebeu 3,5 mil votos no segundo turno, número que representa 68,2%. Em nível estadual, Bolsonaro ficou na frente, com 76%. “Porque o Estado de Roraima inteirinho é bolsonarista, mas no Uiramutã, 70% votou em Lula”, apontou Andrade. Para o tecnólogo, os números da eleição são resultado de Uiramutã ter recebido urnas eletrônicas antigas, modelo de 2015, mas isso não faz sentido.

Estadão Verifica mostrou que a cidade mencionada pelo pastor tem quase metade de seu território considerado parte da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O TSE informou que é comum que em comunidades indígenas haja convergência de votos. Outras aldeias também registraram maioria de votos em Lula em 2022.

TSE e especialista contestam alegações

Em publicação de março deste ano, o TSE classificou as dúvidas lançadas por Andrade como mentirosas. No texto, o TSE apresenta a inconformidade mencionada acima sobre os dados citados por Andrade e os registrados na Justiça Eleitoral, principalmente em relação ao estado da Bahia. Além disso, explica também que votos brancos e nulos não são transferidos, e servem apenas para fins estatísticos.

“O suposto desvio de votos nulos e em branco é outra afirmação enganosa que já foi desmentida pelo TSE. A verdade é que a única utilidade desses votos é registrar a insatisfação do eleitorado com as alternativas de candidatos que foram ofertadas pelos partidos. Na prática, eles servem apenas para fins estatísticos”, alegou o tribunal. A instituição ainda destacou que “votos em branco não são somados aos votos de quem está ganhando e votos nulos não podem cancelar uma eleição”.

Para sustentar sua tese durante a audiência pública, Andrade disse que urnas eletrônicas de modelos mais antigos foram “programadas para alterar a vontade e a decisão política do eleitor, com lógicas de programação não lineares”. A alegação também é contestada pelo TSE, que afirmou que não há diferença entre as urnas mais modernas e mais antigas em termos de programação. Em 2022, foram usados seis modelos de urna eletrônica: UE 2020, UE 2015, UE 2013, UE 2011, UE 2010 e UE 2009. Vale ressaltar que todos esses modelos foram auditados, como mostrou o Estadão Verifica.

Professor do Instituto de Informática da UFRGS, Jéferson Campos Nobre explica que, independentemente do ano da urna, os equipamentos têm o mesmo software e passam pelo mesmo teste público de segurança. “A Justiça Eleitoral tem um conjunto de mecanismos que permitem assegurar a segurança do sistema. E permitem que entes que estão registrados, como, por exemplo, as Forças Armadas, participem do processo, fazendo inspeções no código-fonte (das urnas)”, explica o especialista.

Nobre destaca que, além das Forças Armadas, outras instituições, como a Polícia Federal, universidades e partidos políticos também já participaram do teste público de segurança e de inspeções do código-fonte, “que está disponível no TSE para ser verificado”. A UFRGS está entre as universidades que realizaram a análise da urna eletrônica.

Professor do Departamento de Engenharia de Computação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Simplício explica que não existe um sistema 100% seguro, mas as urnas eletrônicas têm sistema “robusto, em contínua evolução”. Simplício é coordenador do convênio entre USP e TSE para análise de segurança das urnas.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já publicou outras checagens que tratam sobre eleições, como o caso de vídeo falso que é usado para atribuir apoio do Comando Vermelho a Eduardo Paes (PSD) e de outro vídeo que mostra site falso para alegar que mortos teriam votado nas eleições de 2022.

 

Conteúdo investigadoVídeos mostram Adriel Tavares de Andrade, pastor e tecnólogo em automação industrial, acusando fraude nas eleições de 2022. A legenda diz "tecnólogo desafia o sistema e revela com detalhes como as urnas foram fraudadas. Ele expõe com detalhes o caminho dos votos roubados de Bolsonaro".

Onde foi publicado: X e YouTube.

Conclusão do Comprova: O fato de a eleição para presidente da República de 2022 ter registrado menor patamar de votos brancos e nulos no segundo turno, em comparação com pleitos anteriores, não é indício de fraude no processo. Também não há qualquer outra prova de irregularidades técnicas nas urnas.

Naquele ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se enfrentaram e o petista foi eleito. Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula venceu com 50,9% dos votos, enquanto Bolsonaro terminou com 49,1%.

Em 12 de dezembro de 2023, durante audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CTT), com o tema "Implicações da Tecnologia no Processo Eleitoral Brasileiro", o tecnólogo em automação industrial e pastor Adriel Tavares de Andrade usou dados das eleições para alegar que houve fraude no pleito. O evento foi organizado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), autor do requerimento para a realização da audiência.

Na íntegra do vídeo, Andrade argumenta que votos em branco e nulos foram ilegalmente computados a Lula e, por isso, o petista teria vencido a eleição. Ele ainda comenta sobre a conclusão das Forças Armadas a respeito da fiscalização das urnas. No entanto, Andrade não apresenta provas para a suposta fraude durante o seu discurso. Apesar de o vídeo original ser de 2023, a gravação voltou a viralizar nas últimas semanas, em um contexto de proximidade com a eleição municipal de 2024.

Em março de 2023, o TSE fez publicação contestando as afirmações feitas por Andrade no Senado e afirmando que as urnas são seguras. Além disso, ainda em 2022, observadores internacionais, indicados pela Organização dos Estados Americanos (OEA), apontaram segurança e eficiência do sistema eleitoral brasileiro.

O professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jéferson Campos Nobre afirmou que o sistema de votação brasileiro é seguro. A UFRGS é uma das instituições que já fez inspeção dos códigos-fonte das urnas. "O sistema eletrônico de votação, incluindo as urnas e o sistema de totalização, é seguro. E, especialmente, no caso do vídeo que está colocado, não há nada que seja relatado ali que gere qualquer preocupação em relação ao sistema eletrônico de votação", disse Nobre.

A reportagem entrou em contato com Andrade, que preferiu não se manifestar. O Comprova também buscou posicionamento do autor do post no X, mas não houve resposta. Quanto à publicação no YouTube, não foi possível identificar uma forma de contato com o autor da postagem.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 22 de agosto, o vídeo no X contava com 295,7 mil visualizações, 15 mil curtidas e 6 mil republicações. No YouTube, havia 2,3 mil visualizações e 149 curtidas.

Fontes que consultamos: Buscamos na internet por publicações sobre audiências públicas e fraudes nas urnas eletrônicas nas eleições presidenciais de 2022. Encontramos postagens oficiais sobre a audiência da CCT de 12 de dezembro de 2023. Ambas incluíam a descrição de Adriel Tavares de Andrade como pastor e tecnólogo. Consultamos o site oficial do TSE para cruzar os dados das eleições com os apresentados no vídeo. Procuramos reportagens relacionadas à integridade da eleição de 2022.

Em seguida, entrevistamos o professor associado ao Departamento de Engenharia de Computação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Simplício, e o professor da UFRGS Jéferson Campos Nobre. Por fim, entramos em contato com Andrade e os autores das publicações.

Os números da eleição

Um dos argumentos usados na peça de desinformação é a queda na quantidade de votos brancos e nulos em 2022, na comparação com eleições anteriores. Em 2022, foram registrados 3,9 milhões de votos nulos (3,16%) e 1,7 milhões de brancos (1,42%) no segundo turno da disputa para presidente da República. Em 2018, nulos foram 8,6 milhões (7,43%) e brancos, 2,4 milhões (2,14%). Já em 2014, 5,2 milhões de eleitores (4,95%) votaram nulo e 1,9 milhão em branco (1,82%). Os números são do TSE, referentes ao segundo turno dos pleitos, e podem ser consultados no portal de dados abertos do tribunal.

Os números apresentados por Andrade dizem respeito à somatória de brancos e nulos da eleição para presidente. Apesar de serem próximos aos do TSE, não é possível concluir que, por esse motivo, as eleições foram fraudadas.

No vídeo, o tecnólogo também usa como argumento o fato de que, em 2022, mais eleitores paulistas registraram votos nulos e brancos na eleição para governador do que para presidente. Naquele ano, os candidatos Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) disputaram o segundo turno. O primeiro foi apoiado por Bolsonaro e o segundo, por Lula.

Na disputa estadual em São Paulo, no segundo turno, foram registrados 1,8 milhão de votos nulos (6,76%) e 1,1 milhão de brancos (4,03%). Os números demonstram que mais eleitores paulistas escolheram um candidato na eleição nacional, pois a quantidade de votos brancos e nulos caiu no recorte do pleito para presidência: foram 1,1 milhão de nulos (4,08%) e 526 mil brancos (1,92%).

No estado, Lula recebeu 11,5 milhões de votos e Bolsonaro, 14,2 milhões. Na disputa local, Tarcísio venceu com 13,4 milhões de votos. Haddad teve 10,9 milhões. No vídeo aqui verificado, Andrade questiona o fato de Haddad, a quem Lula apoiou, ter registrado menos votos no estado do que o então candidato petista à presidência, mas não apresenta provas da fraude.

Relatório das Forças Armadas

Outro argumento utilizado por Andrade é o relatório técnico de conclusão da fiscalização do sistema eletrônico de votação pelas Forças Armadas, de junho de 2022. Andrade afirma que um pedido feito pelas Forças Armadas para verificar os softwares das urnas eletrônicas foi negado. Mas não é bem assim. As Forças Armadas são uma das instituições autorizadas a inspecionar o código-fonte das urnas eletrônicas. Os militares têm acesso ao código-fonte desde 2021.

O pastor e tecnólogo também cita dados referentes à votação para presidência nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Roraima. Andrade cita em específico Uiramutã, cidade de 13,7 mil habitantes localizada em Roraima. No município, Lula recebeu 3,5 mil votos no segundo turno, número que representa 68,2%. Em nível estadual, Bolsonaro ficou na frente, com 76%. "Porque o Estado de Roraima inteirinho é bolsonarista, mas no Uiramutã, 70% votou em Lula", apontou Andrade. Para o tecnólogo, os números da eleição são resultado de Uiramutã ter recebido urnas eletrônicas antigas, modelo de 2015, mas isso não faz sentido.

Estadão Verifica mostrou que a cidade mencionada pelo pastor tem quase metade de seu território considerado parte da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O TSE informou que é comum que em comunidades indígenas haja convergência de votos. Outras aldeias também registraram maioria de votos em Lula em 2022.

TSE e especialista contestam alegações

Em publicação de março deste ano, o TSE classificou as dúvidas lançadas por Andrade como mentirosas. No texto, o TSE apresenta a inconformidade mencionada acima sobre os dados citados por Andrade e os registrados na Justiça Eleitoral, principalmente em relação ao estado da Bahia. Além disso, explica também que votos brancos e nulos não são transferidos, e servem apenas para fins estatísticos.

"O suposto desvio de votos nulos e em branco é outra afirmação enganosa que já foi desmentida pelo TSE. A verdade é que a única utilidade desses votos é registrar a insatisfação do eleitorado com as alternativas de candidatos que foram ofertadas pelos partidos. Na prática, eles servem apenas para fins estatísticos", alegou o tribunal. A instituição ainda destacou que "votos em branco não são somados aos votos de quem está ganhando e votos nulos não podem cancelar uma eleição".

Para sustentar sua tese durante a audiência pública, Andrade disse que urnas eletrônicas de modelos mais antigos foram "programadas para alterar a vontade e a decisão política do eleitor, com lógicas de programação não lineares". A alegação também é contestada pelo TSE, que afirmou que não há diferença entre as urnas mais modernas e mais antigas em termos de programação. Em 2022, foram usados seis modelos de urna eletrônica: UE 2020, UE 2015, UE 2013, UE 2011, UE 2010 e UE 2009. Vale ressaltar que todos esses modelos foram auditados, como mostrou o Estadão Verifica.

Professor do Instituto de Informática da UFRGS, Jéferson Campos Nobre explica que, independentemente do ano da urna, os equipamentos têm o mesmo software e passam pelo mesmo teste público de segurança. "A Justiça Eleitoral tem um conjunto de mecanismos que permitem assegurar a segurança do sistema. E permitem que entes que estão registrados, como, por exemplo, as Forças Armadas, participem do processo, fazendo inspeções no código-fonte (das urnas)", explica o especialista.

Nobre destaca que, além das Forças Armadas, outras instituições, como a Polícia Federal, universidades e partidos políticos também já participaram do teste público de segurança e de inspeções do código-fonte, "que está disponível no TSE para ser verificado". A UFRGS está entre as universidades que realizaram a análise da urna eletrônica.

Professor do Departamento de Engenharia de Computação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Simplício explica que não existe um sistema 100% seguro, mas as urnas eletrônicas têm sistema "robusto, em contínua evolução". Simplício é coordenador do convênio entre USP e TSE para análise de segurança das urnas.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já publicou outras checagens que tratam sobre eleições, como o caso de vídeo falso que é usado para atribuir apoio do Comando Vermelho a Eduardo Paes (PSD) e de outro vídeo que mostra site falso para alegar que mortos teriam votado nas eleições de 2022.

 

 

Conteúdo investigadoVídeos mostram Adriel Tavares de Andrade, pastor e tecnólogo em automação industrial, acusando fraude nas eleições de 2022. A legenda diz "tecnólogo desafia o sistema e revela com detalhes como as urnas foram fraudadas. Ele expõe com detalhes o caminho dos votos roubados de Bolsonaro".

Onde foi publicado: X e YouTube.

Conclusão do Comprova: O fato de a eleição para presidente da República de 2022 ter registrado menor patamar de votos brancos e nulos no segundo turno, em comparação com pleitos anteriores, não é indício de fraude no processo. Também não há qualquer outra prova de irregularidades técnicas nas urnas.

Naquele ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se enfrentaram e o petista foi eleito. Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula venceu com 50,9% dos votos, enquanto Bolsonaro terminou com 49,1%.

Em 12 de dezembro de 2023, durante audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CTT), com o tema "Implicações da Tecnologia no Processo Eleitoral Brasileiro", o tecnólogo em automação industrial e pastor Adriel Tavares de Andrade usou dados das eleições para alegar que houve fraude no pleito. O evento foi organizado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), autor do requerimento para a realização da audiência.

Na íntegra do vídeo, Andrade argumenta que votos em branco e nulos foram ilegalmente computados a Lula e, por isso, o petista teria vencido a eleição. Ele ainda comenta sobre a conclusão das Forças Armadas a respeito da fiscalização das urnas. No entanto, Andrade não apresenta provas para a suposta fraude durante o seu discurso. Apesar de o vídeo original ser de 2023, a gravação voltou a viralizar nas últimas semanas, em um contexto de proximidade com a eleição municipal de 2024.

Em março de 2023, o TSE fez publicação contestando as afirmações feitas por Andrade no Senado e afirmando que as urnas são seguras. Além disso, ainda em 2022, observadores internacionais, indicados pela Organização dos Estados Americanos (OEA), apontaram segurança e eficiência do sistema eleitoral brasileiro.

O professor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jéferson Campos Nobre afirmou que o sistema de votação brasileiro é seguro. A UFRGS é uma das instituições que já fez inspeção dos códigos-fonte das urnas. "O sistema eletrônico de votação, incluindo as urnas e o sistema de totalização, é seguro. E, especialmente, no caso do vídeo que está colocado, não há nada que seja relatado ali que gere qualquer preocupação em relação ao sistema eletrônico de votação", disse Nobre.

A reportagem entrou em contato com Andrade, que preferiu não se manifestar. O Comprova também buscou posicionamento do autor do post no X, mas não houve resposta. Quanto à publicação no YouTube, não foi possível identificar uma forma de contato com o autor da postagem.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 22 de agosto, o vídeo no X contava com 295,7 mil visualizações, 15 mil curtidas e 6 mil republicações. No YouTube, havia 2,3 mil visualizações e 149 curtidas.

Fontes que consultamos: Buscamos na internet por publicações sobre audiências públicas e fraudes nas urnas eletrônicas nas eleições presidenciais de 2022. Encontramos postagens oficiais sobre a audiência da CCT de 12 de dezembro de 2023. Ambas incluíam a descrição de Adriel Tavares de Andrade como pastor e tecnólogo. Consultamos o site oficial do TSE para cruzar os dados das eleições com os apresentados no vídeo. Procuramos reportagens relacionadas à integridade da eleição de 2022.

Em seguida, entrevistamos o professor associado ao Departamento de Engenharia de Computação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Simplício, e o professor da UFRGS Jéferson Campos Nobre. Por fim, entramos em contato com Andrade e os autores das publicações.

Os números da eleição

Um dos argumentos usados na peça de desinformação é a queda na quantidade de votos brancos e nulos em 2022, na comparação com eleições anteriores. Em 2022, foram registrados 3,9 milhões de votos nulos (3,16%) e 1,7 milhões de brancos (1,42%) no segundo turno da disputa para presidente da República. Em 2018, nulos foram 8,6 milhões (7,43%) e brancos, 2,4 milhões (2,14%). Já em 2014, 5,2 milhões de eleitores (4,95%) votaram nulo e 1,9 milhão em branco (1,82%). Os números são do TSE, referentes ao segundo turno dos pleitos, e podem ser consultados no portal de dados abertos do tribunal.

Os números apresentados por Andrade dizem respeito à somatória de brancos e nulos da eleição para presidente. Apesar de serem próximos aos do TSE, não é possível concluir que, por esse motivo, as eleições foram fraudadas.

No vídeo, o tecnólogo também usa como argumento o fato de que, em 2022, mais eleitores paulistas registraram votos nulos e brancos na eleição para governador do que para presidente. Naquele ano, os candidatos Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) disputaram o segundo turno. O primeiro foi apoiado por Bolsonaro e o segundo, por Lula.

Na disputa estadual em São Paulo, no segundo turno, foram registrados 1,8 milhão de votos nulos (6,76%) e 1,1 milhão de brancos (4,03%). Os números demonstram que mais eleitores paulistas escolheram um candidato na eleição nacional, pois a quantidade de votos brancos e nulos caiu no recorte do pleito para presidência: foram 1,1 milhão de nulos (4,08%) e 526 mil brancos (1,92%).

No estado, Lula recebeu 11,5 milhões de votos e Bolsonaro, 14,2 milhões. Na disputa local, Tarcísio venceu com 13,4 milhões de votos. Haddad teve 10,9 milhões. No vídeo aqui verificado, Andrade questiona o fato de Haddad, a quem Lula apoiou, ter registrado menos votos no estado do que o então candidato petista à presidência, mas não apresenta provas da fraude.

Relatório das Forças Armadas

Outro argumento utilizado por Andrade é o relatório técnico de conclusão da fiscalização do sistema eletrônico de votação pelas Forças Armadas, de junho de 2022. Andrade afirma que um pedido feito pelas Forças Armadas para verificar os softwares das urnas eletrônicas foi negado. Mas não é bem assim. As Forças Armadas são uma das instituições autorizadas a inspecionar o código-fonte das urnas eletrônicas. Os militares têm acesso ao código-fonte desde 2021.

O pastor e tecnólogo também cita dados referentes à votação para presidência nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Roraima. Andrade cita em específico Uiramutã, cidade de 13,7 mil habitantes localizada em Roraima. No município, Lula recebeu 3,5 mil votos no segundo turno, número que representa 68,2%. Em nível estadual, Bolsonaro ficou na frente, com 76%. "Porque o Estado de Roraima inteirinho é bolsonarista, mas no Uiramutã, 70% votou em Lula", apontou Andrade. Para o tecnólogo, os números da eleição são resultado de Uiramutã ter recebido urnas eletrônicas antigas, modelo de 2015, mas isso não faz sentido.

Estadão Verifica mostrou que a cidade mencionada pelo pastor tem quase metade de seu território considerado parte da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O TSE informou que é comum que em comunidades indígenas haja convergência de votos. Outras aldeias também registraram maioria de votos em Lula em 2022.

TSE e especialista contestam alegações

Em publicação de março deste ano, o TSE classificou as dúvidas lançadas por Andrade como mentirosas. No texto, o TSE apresenta a inconformidade mencionada acima sobre os dados citados por Andrade e os registrados na Justiça Eleitoral, principalmente em relação ao estado da Bahia. Além disso, explica também que votos brancos e nulos não são transferidos, e servem apenas para fins estatísticos.

"O suposto desvio de votos nulos e em branco é outra afirmação enganosa que já foi desmentida pelo TSE. A verdade é que a única utilidade desses votos é registrar a insatisfação do eleitorado com as alternativas de candidatos que foram ofertadas pelos partidos. Na prática, eles servem apenas para fins estatísticos", alegou o tribunal. A instituição ainda destacou que "votos em branco não são somados aos votos de quem está ganhando e votos nulos não podem cancelar uma eleição".

Para sustentar sua tese durante a audiência pública, Andrade disse que urnas eletrônicas de modelos mais antigos foram "programadas para alterar a vontade e a decisão política do eleitor, com lógicas de programação não lineares". A alegação também é contestada pelo TSE, que afirmou que não há diferença entre as urnas mais modernas e mais antigas em termos de programação. Em 2022, foram usados seis modelos de urna eletrônica: UE 2020, UE 2015, UE 2013, UE 2011, UE 2010 e UE 2009. Vale ressaltar que todos esses modelos foram auditados, como mostrou o Estadão Verifica.

Professor do Instituto de Informática da UFRGS, Jéferson Campos Nobre explica que, independentemente do ano da urna, os equipamentos têm o mesmo software e passam pelo mesmo teste público de segurança. "A Justiça Eleitoral tem um conjunto de mecanismos que permitem assegurar a segurança do sistema. E permitem que entes que estão registrados, como, por exemplo, as Forças Armadas, participem do processo, fazendo inspeções no código-fonte (das urnas)", explica o especialista.

Nobre destaca que, além das Forças Armadas, outras instituições, como a Polícia Federal, universidades e partidos políticos também já participaram do teste público de segurança e de inspeções do código-fonte, "que está disponível no TSE para ser verificado". A UFRGS está entre as universidades que realizaram a análise da urna eletrônica.

Professor do Departamento de Engenharia de Computação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Simplício explica que não existe um sistema 100% seguro, mas as urnas eletrônicas têm sistema "robusto, em contínua evolução". Simplício é coordenador do convênio entre USP e TSE para análise de segurança das urnas.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já publicou outras checagens que tratam sobre eleições, como o caso de vídeo falso que é usado para atribuir apoio do Comando Vermelho a Eduardo Paes (PSD) e de outro vídeo que mostra site falso para alegar que mortos teriam votado nas eleições de 2022.

 

Política

Brasil não corre risco de crise energética em 2024, diz ministro

Alexandre Silveira descarta racionamento

12/09/2024 22h00

Brasil não corre risco de crise energética em 2024, diz ministro

Brasil não corre risco de crise energética em 2024, diz ministro Fábio Rodrigues Pozzebom

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quinta-feira (12), na capital paulista, que a segurança energética do país está garantida em 2024. De acordo com o ministro, não há previsão de racionamento e o governo agora discute medidas para reduzir o impacto das tarifas ao consumidor. Brasil não corre risco de crise energética em 2024, diz ministroBrasil não corre risco de crise energética em 2024, diz ministro

As declarações do ministro foram dadas após encontro com o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Prichetto Fratin, em evento sobre novas ações para melhorar a qualidade dos serviços prestados pela empresa italiana Enel Distribuição São Paulo.

“Esse ano não teremos problema energético. Não teremos racionamento, nós estamos com segurança energética garantida. O que se discute agora é medidas para que a gente continue tendo essa segurança energética e que ela tenha o menor impacto tarifário para o consumidor, porque é muito simples a gente ter 100% de segurança energética, basta você ter 100% de [energia] térmica no Brasil, só que isso tem um custo muito elevado”, disse.

Preocupação

O ministro admitiu, no entanto, que o governo vê com preocupação o cenário para 2025, diante da situação hidrológica atual. “Quando dizem: 2025 é preocupante? 2026 é preocupante? Diante do cenário climático hidrológico que nós vivemos hoje, sempre o ministro tem que tratar como preocupante”, disse, acrescentando que não haverá "negligência por parte do nosso governo”.

Silveira ressaltou que leilões de energia térmica nova deverão ocorrer em breve, já que o planejamento do governo prevê a necessidade de dobrar o parque térmico até 2031. O parque térmico do Brasil tem atualmente uma capacidade de cerca de 20 gigawatts (GW). 

“Infelizmente, temos de dobrar o parque térmico por causa dos efeitos climáticos, a temperatura está subindo. O Brasil nunca tinha consumido, antes de setembro deste ano [2024], 105 gigawatts em uma tarde de energia. A média é 85”, explicou. 

Investimentos da Enel

A Enel Brasil, em cuja área de concessão, em São Paulo, ocorreu uma série de apagões no início de 2024, apresentou nesta quinta-feira ao ministro medidas para melhorar os serviços prestados. Além de São Paulo, a Enel é responsável pela distribuição de energia em áreas do Rio de Janeiro e Ceará.

Em São Paulo, a empresa informou que está investindo cerca de R$ 2 bilhões por ano, principalmente, para modernização e expansão da rede – 45% a mais do que a média anual dos últimos seis anos. No Ceará, os investimentos também aumentaram 45% e chegarão a R$ 1,6 bilhão ao ano. No Rio de Janeiro, serão investidos cerca de R$ 1,16 bilhão ao ano até 2026.

A Enel disse ainda que vai contratar, até 2026, cerca de cinco mil colaboradores próprios para atuar em campo e integrar 1.650 novos veículos à frota nas três distribuidoras. Em São Paulo, também serão realizadas, em 2024, 600 mil podas na área de concessão, 100% a mais do que o executado no ano passado. 

Segundo o ministro, as melhorias apresentadas ocorreram em função do decreto do Ministério de Minas e Energia, publicado em junho passado, que definiu regras mais rígidas para concessões de distribuição de energia elétrica. O texto cita diretrizes a serem cumpridas em novos contratos. Para contratos vigentes, as distribuidoras têm a opção de se adequar ou não às novas regras para renovação da concessão.

Eleições 2024

Ciro Nogueira acredita que Adriane terá apoio de Beto no segundo turno

O presidente nacional do PP também reforçou que o ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu um erro ao apoiar o PSDB

12/09/2024 08h00

O senador Ciro Nogueira durante entrevista coletiva ontem

O senador Ciro Nogueira durante entrevista coletiva ontem Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Ao conceder entrevista coletiva no fim da tarde de ontem, em Campo Grande, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (Piauí), disse acreditar que a prefeita Adriane Lopes, candidata à reeleição, caso avance para o segundo turno das eleições municipais, contará com o apoio do candidato tucano ao cargo, deputado federal Beto Pereira.

“Eu espero que sim, que o PSDB e o Beto Pereira apoiem a candidatura da Adriane Lopes, se ela for para o segundo turno. Não só o PSDB, como todas as pessoas de bem que amam essa cidade”, declarou na coletiva realizada no comitê central da prefeita Adriane Lopes, no Bairro Vivendas do Bosque.

O líder progressista também reforçou que, apesar do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao candidato tucano, os eleitores da direita vão votar na prefeita.

“Eu não tenho dúvida que quem representa o campo político da direita aqui em Campo Grande votará na nossa candidata Adriane Lopes, não tenho dúvida quanto a isso”, ressaltou.

Ciro Nogueira completou que o ex-presidente pode contar com ele e com a senadora Tereza Cristina (PP) enquanto for candidato.

“Ele é o nosso grande líder, o grande líder da direita. Agora, ele foi levado ao erro aqui, porque um grupo político prometeu que vai se filiar ao PL no futuro. Então, o interesse de Campo Grande não foi levado em conta”, assegurou.

O senador argumentou ainda que, se Bolsonaro fosse levar em conta o interesse de Campo Grande, teria escolhido Adriane Lopes para apoiar nas eleições municipais deste ano no município.

“Se tem uma pessoa que eu conheço bem e com quem convivi por muitos anos, é o presidente Bolsonaro. Quando fui ministro no governo dele, ficava ao seu lado o tempo todo e o conheço bem para dizer quando ele sabe que errou. Mas vamos corrigir esse erro para ele, para, assim, estarmos todos juntos na sua volta ao comando desse País com os votos dos homens e das mulheres de bem do nosso Brasil”, projetou.

INDUZIDO AO ERRO

Ainda falando sobre a decisão de Bolsonaro de apoiar o candidato do PSDB em Campo Grande, Ciro Nogueira lembrou que, por ocasião dessa situação, ele e a senadora Tereza Cristina tiveram uma conversa bem franca com o ex-presidente.

“Eu acredito que ele foi levado a um erro político. É um direito dele apoiar qualquer candidato, mas ele fez uma escolha completamente equivocada aqui em Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande. Foi uma escolha equivocada”, reforçou.

O presidente nacional do PP completou ainda que Bolsonaro foi levado ao erro pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), que não é daqui e não tem atuação política aqui.

“Levou em consideração apenas o interesse de uma possível mudança de partido de um grupo político no futuro. E não é isso que é importante para a cidade de Campo Grande”, analisou.

Para ele, o Bolsonaro tinha de escolher alguém que tivesse identificação histórica com Campo Grande, e não alguém que não tivesse autoridade e dedicação com o Estado.

“Ele deveria ter ouvido a senadora Tereza Cristina, que é uma liderança em nível regional e nacional. Não tem ninguém que faça mais a defesa, esteja nas trincheiras e que tenha contribuído com o sucesso da gestão dele do que a senadora Tereza, foi sua melhor ministra”, afirmou.

Ciro Nogueira destacou que, agora, os eleitores da direita têm de fazer a sua escolha. “E eu tenho certeza que eles vão fazer a escolha por essas duas mulheres [Adriane Lopes e Tereza Cristina] que estão fazendo uma grande gestão e vão fazer uma administração melhor ainda a partir do próximo ano. Nós estamos aqui, prefeita, para lhe trazer apoio e para firmar um compromisso de que estaremos ao seu lado a partir do próximo ano”, prometeu.

O senador acrescentou também que, além do apoio do deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) e da senadora Tereza Cristina, a prefeita Adriane Lopes contará com a bancada de 51 deputados federais e dos sete senadores na gestão dela.

“Para que, com você mais experiente e com a casa arrumada, possa ser um exemplo para todos nós progressistas do País. Porque o Bolsonaro não tem identificação nenhuma com essas pessoas, que não têm história ao lado dele. Quem tem história com ele é esse grupo político que está aqui, principalmente a senadora Tereza Cristina. Essa que tem a autoridade para falar em nome dele, para pedir voto em nome dele. Porque ele sabe, no fundo ele sabe, que errou nessa escolha, mas a população vai corrigir esse erro e nós vamos estar todos juntos ao lado dele em 2026”, finalizou.

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