Política

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Em prol da família

Em prol da família

Redação

13/05/2010 - 19h11
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SCHEILA CANTO No próximo sábado, 17 de maio, comemora-se o Dia Internacional das Famílias, uma data oportuna para a reflexão: para onde anda a família do século XXI? Será mesmo que é uma instituição falida? É verdade que nunca se viu uma crise tão grande no casamento como se vê nos últimos anos. Há mais separações do que casamentos anualmente no Brasil; 30% dos casais se separam antes de um ano de casamento; 50% dos que se separam não duraram três anos. A média final de duração dos casamentos é de 11 anos. E então vemos uma realidade tão repleta de casos assim que a coisa toda se torna banal, normal, um deja vú coletivo. Talvez por isso nos acostumamos com título nada confortável de “Capital do Divórcio”, visto que Campo Grande, conforme último senso realizado pelo IBGE, em 2007, apontava 1.675 divórcios anuais, contra 626 em Cuiabá, 556 em Goiânia, um número bem acima de capitais com a população parecida com a nossa. Mas o fato é que a experiência da separação não tem nada de trivial. Separações são verdadeiras mutilações afetivas, emocionais e morais, das piores pela qual uma pessoa possa passar. Com o fim do casamento há uma ruptura familiar, uma desagregação dos seus membros e quando existem filhos envolvidos, por mais que os filmes e as novelas tentem maquear, vemos um drama ainda maior: vítimas alheias e inocentes que terão para sempre afetados a construção de seus modelos afetivos, traçados naturalmente na observação ocular de seus pais. Em contraponto a tudo isso, há vários estudos que comprovam as vantagens em se ter um casamento estável tanto para os pais como para os filhos. Um estudo de 20.000 australianos também encontrou grandes vantagens para o matrimônio, informava o periódico Sydney Morning Herald. O estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Melbourne descobriu que uma vida familiar estável conduz a uma melhor educação, a uma maior riqueza no lar, e frequentemente é uma melhor oportunidade para que os filhos cresçam e tenham relações mais felizes que eles mesmos. Leah Ward Sear, presidenta do Tribunal Supremo de Georgia, também defendia o matrimônio, em um artigo de opinião publicado pelo Washington Post. “Aceitar o declive do matrimônio como inevitável significa abandonar muitos de nossos filhos”, concluía Sears. Segundo Carmelita Maria dos Santos Pereira Fava, psicoterapeuta de casal e família da Unipsico (União dos Psicólogos de Campo Grande) o começo do fim de um casamento está no egoísmo e não na falta de amor, como muitos acreditam, pois geralmente este sentimento existe, mas fica encoberto por mágoa, ressentimento e excesso de rotina. Para Carmelita, o segredo da harmonia conjugal está na humildade em se doar um ao outro. “É preciso que o casal pense sempre nas necessidade mútuas e não individuais. É preciso se entregar à relação sem cobranças e sem medo, assim é possível resgatar o sentimento do início do namoro, além disso, é vital o respeito e a cumplicidade. Com essas atitudes é possível que vida familiar comece a funcionar com menos conflitos e atritos”, aconselha a psicóloga. No entanto, Carmelita ressalta que os conflitos são inerentes ao ser humano e fazem parte do crescimento de todos, mas é preciso saber conduzí-los para não gerar dor e sofrimento. Segundo a psicoterapeuta, entre os erros mais comuns no relacionamento estão: recorrer a agressões ou ameaças, revirar o passado, fazer promessas que não podem ser cumpridas, tentar solucionar a vida dos demais, falar em vez de ouvir, dizer as coisas por meio de terceiros e querer ter sempre a razão. De acordo com Carmelita há outros fatores que formam a base dos conflitos e boa parte deles está relacionada às diferenças individuais do homem e da mulher, em consequência da história de vida de cada um.

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Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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