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Flávio Bolsonaro deve manter protagonismo no Congresso, enquanto Carlos e Eduardo focam radicais

Aliados de Jair defendem que os filhos tenham papel fundamental para manter o sobrenome e o movimento bolsonarista relevantes no universo político

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Com Jair Bolsonaro (PL) dando sinais dúbios sobre o futuro após deixar a Presidência da República, aliados articulam e defendem que seus filhos tenham papel fundamental para manter o sobrenome e o movimento bolsonarista relevantes no universo político.

Aliados avaliam que o primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), será o principal canal de diálogo de seu pai com a base bolsonarista no Legislativo, além de se tornar uma referência na oposição ao futuro governo petista.

Seus irmãos, por outro lado, devem atuar para manter Bolsonaro conectado com a direita mundial e com a ala mais radical da militância no Brasil.

A expectativa é que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mantenha a interlocução com líderes da direita de outros países, enquanto o vereador Carlos (Republicanos-RJ) prossiga como o mentor das redes sociais bolsonaristas.

Jair Bolsonaro tornou-se o primeiro presidente da era democrática a ser derrotado na busca pela reeleição, mas conseguiu eleger grandes bancadas no Congresso Nacional, além de colocar aliados no comando de alguns dos estados mais importantes do país.

Analistas políticos e pessoas próximas a Bolsonaro avaliam que uma das dificuldades será manter fidelizados os 58,2 milhões de eleitores que o escolheram e garantir vigor ao movimento bolsonarista, dentro e fora do mundo político, com ele fora de cargo público.

O presidente deverá seguir a partir de janeiro em Brasília, perto das instituições e das principais discussões políticas. O PL deve pagar um salário de R$ 39,2 mil, além de alugar uma mansão em um condomínio fechado e nomeá-lo presidente de honra da legenda.

A aposta é que ele permanecerá ativo nas redes sociais, mantendo assim a proximidade com boa parte dos seus apoiadores.

A avaliação de aliados é que caberá a seus filhos o enfrentamento político diário, cerrando fileiras na oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com espaço nas tribunas do Congresso Nacional, aparecendo com mais frequência no noticiário.

Flávio ganhará protagonismo na representação institucional no Parlamento. Embora menos popular que seus irmãos nas redes sociais, ele deve ser o grande responsável por manter o sobrenome em evidência por ter mais trânsito no mundo político e capacidade de articulação. O primogênito foi o coordenador da campanha presidencial de seu pai.

Além disso, Flávio tem mandato até 2026 no Senado -Casa legislativa que deve ser a pedra no sapato do futuro governo Lula, uma espécie de "bunker bolsonarista", dado o grande crescimento dos partidos aliados nas eleições.

Bolsonaro ajudou o PL a fazer a maior bancada, garantindo a eleição de políticos mais identificados com o chamado bolsonarismo raiz não só na legenda como em siglas aliadas. Entre os exemplos, estão o astronauta Marcos Pontes (PL-SP), o ex-secretário da Pesca Jorge Seif (PL-SC) e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos-DF).

A expectativa é a de que Flávio desempenhe uma atuação semelhante à que tinha na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), como deputado estadual, quando era mais ativo na tribuna e aparecia mais na imprensa. Como senador, ele manteve uma postura mais discreta nos seus primeiros quatro anos de mandato, para evitar contratempos que prejudicassem a gestão do pai.

Além disso, submergiu após as denúncias de que liderava um esquema de "rachadinha" em seu gabinete quando era parlamentar no Rio de Janeiro.

O caminho para Flávio, no entanto, pode enfrentar concorrência, mesmo dentro do próprio partido. O senador ainda não deixou claro se a figura de liderança que almeja significa ocupar o cargo formal de líder da oposição. Esse posto vem sendo cobiçado e alvo de articulação por outros membros da bancada do PL. Um deles é o atual líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ).

A expectativa em relação a seus irmãos é bem diferente. Eduardo Bolsonaro foi reeleito, mas não obteve o mesmo destaque de eleições anteriores, perdendo 1 milhão de votos. Além disso, há a avaliação de que não se mostrou hábil para articulações na Câmara, como Flávio foi no Senado.

Por isso, aliados apontam que seu papel será diferente. O filho 03 do presidente deverá intensificar sua atuação para que ele e seu pai sejam referências da direita mundial, em particular na América Latina. Os próximos anos serão dedicados a viagens ao exterior, com foco especial nos Estados Unidos, onde o republicano Donald Trump busca ressurgir após, assim como Bolsonaro, ter sido derrotado em sua tentativa de reeleição.

A aliança com o trumpismo e seus ideólogos, como Steve Bannon, é uma das apostas para um eventual retorno ao poder em 2027.
Segundo essa leitura, caso Trump seja vencedor em 2024, poderia haver uma nova onda conservadora no mundo, influenciando o cenário político brasileiro.

Já o papel político a ser desempenhado por Carlos Bolsonaro é menos explícito. Ele deverá seguir como um dos principais conselheiros de seu pai, responsável pelas mídias sociais de Jair Bolsonaro -que são o principal meio de comunicação do mandatário com seus apoiadores.

Dessa forma, Carlos é visto como um "defensor do legado" do pai, em particular para seus militantes. Ao contrário dos demais, Carlos terá um desafio eleitoral já em 2024, com o fim de seu mandato de vereador.
Embora sua reeleição não seja considerada complicada, alguns avaliam que sua votação será um indicativo antecipado da força bolsonarista. Por isso há até mesmo a possibilidade de que ele não concorra e venha a disputar uma vaga nas eleições de 2026.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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