Política

Política

Gabinete de transição de Lula tem maioria de homem, branco, petista e paulista

Dos mais de 300 integrantes nomeados para o grupo, aproximadamente 1/3 pertence ao partido

Continue lendo...

A equipe de transição que prepara o terreno para o novo governo é formada majoritariamente por homens, brancos, paulistas e filiados ao PT.

Dos mais de 300 integrantes nomeados para o grupo, aproximadamente 1/3 pertence ao partido, indicando que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pode descumprir a promessa de fazer um governo de centro.

O PT fica bem à frente do PSB do futuro vice Geraldo Alckmin, que tem 15 representantes no gabinete instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

O Sudeste predomina no governo de transição, com pelo menos 144 integrantes (48%). Considerado fundamental para a vitória de Lula contra o presidente Jair Bolsonaro no segundo turno da disputa, o Nordeste vem logo depois, com 57 nomes (19%).

Puxada por Brasília, a região Centro-Oeste abriga 39 escolhidos (13%), seguida pelo Sul, com 33 (11%). Para o cálculo, a reportagem adotou como critério onde a pessoa vive, e não onde nasceu.

Os dados sugerem que haverá grande contraste com a primeira formação da Esplanada sob Bolsonaro. Em dezembro de 2018, o então presidente eleito, capitão da reserva, anunciou o ministério sem nenhum nordestino.

Raio X

O atual gabinete de transição tem sotaque paulista: o Estado mais rico do País é o que possui mais assentos no grupo, com 94 nomes. Em seguida vem o Rio, com 33 representantes; o Distrito Federal, com 29, e a Bahia, com 18.

O Paraná, Estado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tem 17 indicados, assim como Pernambuco.

Os números foram tabulados pelo Estadão na sexta-feira, antes da publicação do Diário Oficial que trouxe outros 18 nomeados. Hoje com 318 membros, a equipe cresce diariamente e ainda não está concluída.

Cotado para assumir o Ministério da Justiça, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) minimiza a hegemonia petista. "O PT é o maior partido da aliança. Então, é normal que tenha mais nomes", afirmou Dino.

Na avaliação do ex-governador do Maranhão, a identidade do novo governo será de uma centro-esquerda que não exclui outros perfis. "Importante é a pluralidade. E essa está ocorrendo", disse ele.

Integrante do núcleo paulista do partido, o deputado Paulo Teixeira (SP), secretário-geral do PT, vai na mesma linha.

No seu diagnóstico, mesmo com o predomínio petista no atual grupo, Lula comandará "um governo de frente democrática".

Voluntários

A lei que criou o gabinete de transição no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, e um decreto de 2010 preveem apenas 50 cargos remunerados.

Atualmente, a maioria dos integrantes da equipe é formada por voluntários. Esta é a situação, por exemplo, de Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes de Lula, entre 2003 e 2004, quando ainda era do PL.

Adauto se lançou neste ano a deputado federal pelo PCdoB, mas desistiu da candidatura após sofrer dois pedidos de impugnação.

O ex-ministro está inelegível porque, em 2012, foi condenado por improbidade administrativa à frente da prefeitura de Uberaba.

O grupo convocado para fazer o que Lula chamou de "ressonância magnética" de 31 áreas contempla de líderes de partidos interessados em formar a base de apoio do novo governo até indicados de pessoas próximas ao presidente eleito e seu entorno

Futura primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, indicou uma amiga dos tempos de faculdade, a também socióloga paranaense Margarida Quadros, para o grupo de Direitos Humanos.

Mestre em Gestão Urbana pela PUC-PR, ela tem hoje uma empresa de consultoria.

Ao todo, há integrantes de 17 partidos na equipe de transição, inclusive do Centrão, como o PP, hoje aliado de Bolsonaro no Congresso. O deputado Neri Geller e a senadora Katia Abreu, ambos ex-ministros, são filiados ao PP e estão no grupo de Agricultura. Kátia foi uma das aliadas mais fiéis da então presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, em 2016.

O time de Lula também conta com representantes do MDB (9), partido da senadora e provável ministra Simone Tebet, PC do B (7), PSOL (8), PSD (7), Rede (6), PDT e PV (3 cada), Avante, Cidadania, Solidariedade (2 cada), Agir, Pros, PSDB e PTB (1 cada).

Perfil

Dos nomes escolhidos para o gabinete de transição, 64% são homens. Os brancos representam 75%, enquanto os negros (pardos e pretos, inclusive autodeclarados) somam 18%. Há ainda 11 indígenas (3,8% do total) e quatro integrantes de origem asiática.

Para o sociólogo Thales Vieira, coordenador do Observatório da Branquitude, embora o número de negros no grupo não espelhe o que é a sociedade, integrantes como Douglas Belchior, Sheila Carvalho, Roseli Faria e Silvio Almeida representam pautas do movimento.

"(Eles) levam pautas coletivas, que é o mais importante", disse Vieira. "A gente sai de um cenário de terra arrasada no atual governo, onde essa questão não era tratada, para um cenário onde ela começa a ser tratada novamente".

O sociólogo citou duas pautas prioritárias: a redução da mortalidade de jovens negros e uma reforma tributária que diminua as desigualdades raciais.

Ao longo dos últimos dias, os anúncios de novos nomes para a transição de governo foram acompanhados de cobranças do movimento negro e de representantes indígenas, que reivindicam protagonismo após quatro anos de gestão Bolsonaro.

Grupos que deram as cartas no período de Bolsonaro, por sua vez, estão praticamente excluídos do gabinete: não há, por enquanto, nenhum militar entre os convocados e os evangélicos têm apenas um representante.

Trata-se do pastor Kleber Lucas, que é cantor gospel e participa do grupo de Cultura. A equipe de Defesa ainda não foi constituída.

Na semana passada, a transição sofreu a primeira baixa. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que atuava como voluntário no grupo de Planejamento, pediu para sair.

Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) o impede de ocupar cargos públicos remunerados por causa das chamadas "pedaladas fiscais", quando comandava a economia no governo Dilma.

Ao solicitar afastamento, Mantega alegou que sua imagem estava sendo explorada por adversários interessados em "tumultuar a transição e criar dificuldades".

Um dos integrantes da equipe, o deputado Enio Verri (PT-PR) adiantou que o grupo endossará a ideia de recriar a pasta do Planejamento.

"Nós tivemos uma primeira reunião para discutir como está hoje a estrutura da Secretaria (de Planejamento) dentro do Ministério da Economia. Vai voltar a ter Fazenda e Planejamento", afirmou o deputado.

Apesar do predomínio de petistas na equipe de transição, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que a relação com o PT está "tranquila", sem que divergências comprometam a aliança. "Até agora, não houve nenhum problema e espero que não tenha", declarou.

Política

Moraes exige que a PF encontre e notifique usuários do X que abusaram após bloqueio

Investigadores devem comunicar usuários sobre suspensão da plataforma pelo STF e sobre aplicação de multa em caso de reincidência.

19/09/2024 23h00

Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes

Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Divulgação/ Agência Brasil

Continue Lendo...

 O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Polícia Federal monitore quem tem feito o "uso extremado" do X (ex-Twitter) no Brasil desde que a plataforma foi bloqueada no país, em 30 de agosto.

Segundo a decisão do magistrado, a PF deve identificar o usuário e notificá-lo de que o uso da rede social foi proibido pelo Supremo. Este seria o primeiro passo. Na ordem, o ministro escreve que, se for mantido ou reiterado o comportamento, caberá a aplicação de multa de R$ 50 mil.

Além de ter mandado suspender o X, Moraes já havia estabelecido o pagamento de R$ 50 mil a quem usasse o VPN (rede virtual privada) para conseguir acesso à plataforma. A decisão foi confirmada pela Primeira Turma do Supremo no início deste mês.

Segundo investigadores, a nova decisão de Moraes não especifica o que seria o uso extremado da plataforma, mas integrantes da PF imaginam que isso se refira a acessos ou publicações constantes na rede social.

Alguns políticos, sobretudo críticos ao ministro do STF, têm usado a plataforma e deixado isso claro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, fez um post no X em português e inglês no qual convocou seguidores para os atos de 7 de Setembro.

"Se estou fazendo este post, assumindo todos os riscos, é porque acredito que vale a pena lutar pela nossa liberdade e a de nossos filhos", disse. E deixou claro: "Estou postando no X, escrevendo do Brasil".

Foi o mesmo tom da também deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). "Postando aqui, direto do X", para anunciar a própria presença no ato do próximo sábado em São Paulo", escreveu ela.
 

*Informações da Folhapress 

ELEIÇÕES 2024

Pesquisa Correio do Estado/IPR dá vitória a André Bueno em Nioaque

O levantamento aponta ainda que o concorrente, Dr. Juliano, tem a maior rejeição entre os entrevistados, com 20,46%

19/09/2024 08h00

Foto: Nioaque / Online

Continue Lendo...

A primeira pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) e Correio do Estado, no período de 12 a 15 de setembro deste ano, junto a 303 moradores de Nioaque (MS) com 16 anos ou mais de idade, revela que, se as eleições municipais fossem hoje, o candidato a prefeito pelo PP, advogado André Bueno Guimarães, seria o novo gestor do município.

Na pesquisa espontânea, quando não são oferecidas opções de nomes aos entrevistados, André Bueno lidera, com 43,23% das intenções de voto, enquanto o seu adversário, o candidato do PSDB e médico Juliano Rodrigo Marcheti, o Dr. Juliano, tem 36,63%, e 20,13% ainda estão indecisos.

Já no levantamento estimulado, quando são oferecidas opções de nomes aos entrevistados, André Bueno continua à frente, com 46,53% dos votos, enquanto o Dr. Juliano vem logo atrás, com 38,61%. Outros 1,32% vão votar em branco ou anular o voto, e 13,53% estão indecisos.

 

REJEIÇÃO

O IPR/Correio do Estado ainda levantou a rejeição dos dois candidatos a prefeito de Nioaque. Nesse quesito, 20,46% dos entrevistados responderam que, se as eleições fossem hoje, não votariam de jeito nenhum em Dr. Juliano.

Outros 12,21% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum em André Bueno, enquanto 58,75% não rejeitam nenhum dos dois, 1,32% rejeitam os dois e 7,26% estão indecisos.

QUEM GANHA

O IPR/Correio do Estado também perguntou aos 303 entrevistados sobre quem será eleito prefeito de Nioaque na eleição deste ano, independentemente dos seus respectivos votos, e há um empate.
Tanto o candidato do PP, André Bueno, quanto o candidato do PSDB, Dr. Juliano, obtiveram 39,27% dos votos dos entrevistados, enquanto 21,45% disseram não saber ou não quiseram responder.

O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o nº MS 08728/2024, tendo margem de erro de 5,6 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.

ANÁLISE

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, na pesquisa espontânea, o candidato André Bueno está quase sete pontos porcentuais à frente do candidato Dr. Juliano, enquanto os indecisos somam 20,13%. Já na estimulada, o cenário muda pouco, ou seja, a maioria das pessoas ainda está decidindo o voto.

“O André de 43,23% vai para 46,53%, sobe mais de três pontos porcentuais, enquanto o Dr. Juliano sobe dois, de 36,63% para 38,61%, mas ainda tem 13,53% de indecisos. Esse porcentual de indecisos pode definir eleição, ressaltando que, como só tem duas candidaturas, quem fizer 50% mais um voto estará eleito”, analisou.

Para Aruaque Barbosa, André Bueno está mais próximo desse índice. “Lembrando que a pesquisa tem uma margem de erro de 5,6 pontos porcentuais para mais ou para menos, então tem que ficar atento a isso”, pontuou.

Outro fator apontado pelo diretor do IPR é a rejeição, pois a do Dr. Juliano é um pouco maior do que a de André Bueno, embora as duas rejeições sejam pequenas. A do candidato tucano está em torno de 20%, e a de André, de 12%.

“Isso mostra uma limitação um pouco maior de crescimento para o Dr. Juliano, pois quanto maior a rejeição, maior a dificuldade para crescimento. Só que ainda temos duas semanas, praticamente, para a eleição, e nessa reta final muita coisa pode acontecer. A pesquisa retrata o momento, e, agora, o André Bueno está com essa vantagem em relação ao adversário”, concluiu.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).