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Gasto de deputados de MS com aluguel de carros e combustível já passa de R$ 600 mil

No primeiro semestre deste ano, parlamentares de MS já pediram R$ 2,24 milhões em reembolso da cota garantida pela Câmara dos Deputados

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Os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul gastaram R$663.273,31 com aluguel de automóveis e com combustíveis no primeiro semestre deste ano. Se continuarem nesse ritmo, os representantes de Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados podem gastar mais de R$ 1 milhão com esse tipo de reembolso, garantido pela cota parlamentar da Câmara dos Deputados.

Conforme o regimento da Câmara, cada deputado federal tem direito a gastar, por mês, R$ 46.336,64 com serviços passíveis de reembolso, como passagens aéreas, divulgação da atividade parlamentar, táxi, combustível, locação de automóveis, entre outros custos.

O total gasto com aluguel de carros, no primeiro semestre, atingiu R$415.936. Já o reembolso dos gastos com combustíveis foi de R$247.337,31.

No primeiro semestre deste ano, os parlamentares de Mato Grosso do Sul usaram a cota parlamentar para reembolsar R$ 2,24 milhões.

Os campeões

O campeão de gastos da cota parlamentar é Geraldo Resende (PSDB), que pediu reembolso de R$ 314.121,48 em despesas. O deputado é, também, quem mais gasta com combustíveis: R$45.131,56.
Quando se trata de aluguel de veículos, porém, quem mais reembolsa é outro tucano: Dagoberto Nogueira, com R$74.676,00.

Dagoberto aluga carros em Campo Grande: uma caminhonete Nissan Frontier, que custa R$ 9,8 mil por mês, e um VW Gol, que custa mais R$ 2,9 mil. 

O vice-campeão de gastos com aluguel de automóveis é Rodolfo Nogueira (PL), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara e também conhecido pelo apelido de Gordinho do Bolsonaro. Ele gasta, por mês, R$ 12 mil com a locação de dois automóveis: um VW T-Cross e um Toyota Corolla, ambos de uma empresa de Campo Grande, a SM. Sbardelotto.

Na sequência, os que mais usaram recursos com aluguel de automóveis na bancada federal de Mato Grosso do Sul são: Beto Pereira (PSDB) – R$67.400,00; Dr. Luiz Ovando (PP) – R$57.500,00; Geraldo Resende (PSDB) – R$40.800,00; Vander Loubet (PT) – R$48.000,00; Camila Jara (PT) – R$45.760,00; e Marcos Pollon (PL) – R$9.800,00.

Combustível

Em termos de gastos com combustíveis, Geraldo Resende (PSDB) é o campeão. De janeiro a junho, ele reembolsou R$45.131,56, uma média mensal de R$7.521,93. Resende é um grande cliente do Auto Posto Afonso Pena Ltda., em Campo Grande. Em alguns meses, ele chega a pedir mais de R$ 9 mil em reembolso do combustível comprado nesse posto.

O segundo que mais reembolsa combustível com dinheiro da cota parlamentar é outro tucano, Beto Pereira (PSDB). De janeiro a junho, Pereira emitiu notas de R$ 41.214,57 uma média mensal de R$ 6,86 mil.

Na sequência, aparece Camila Jara (PT), que gastou R$ 35.4496,71 em combustível no primeiro semestre, seguida de Dr. Luiz Ovando (PP) – R$32.194,07, Rodolfo Nogueira (PL) – R$30.768,79, Dagoberto Nogueira (PSDB) – R$ 22.491,37, Vander Loubet (PT) – R$ 21.112,89, e Marcos Pollon (PL) – R$ 18.927,35.

Grandes “tanqueadas”

Há casos minimamente curiosos na prestação de contas. Rodolfo Nogueira, por exemplo, é cliente do Posto Patrícia, de Dourados, seu reduto eleitoral. No mês passado, por exemplo, ele abasteceu – pelo menos é o que consta na nota fiscal – 428,7 litros de uma só vez, a R$ 6,29 o litro. O custo da operação foi de R$ 2.697,00.

 

Gastos com cota parlamentar – 1º semestre:

  • Geraldo Resende – R$314.121,48
  • Camila Jara – R$309.112,51
  • Dagoberto Nogueira – R$302.624,10
  • Beto Pereira – R$297.380,22
  • Marcos Pollon – R$276.988,38
  • Rodolfo Nogueira – R$268.748,51
  • Vander Loubet – R$256.135,65
  • Dr. Luiz Ovando – R$224.073,71

Total: R$ 2,24 milhões

 

Gastos com aluguel de automóveis – 1º semestre

  • Dagoberto Nogueira – R$74.676,00
  • Rodolfo Nogueira – R$72.000,00
  • Beto Pereira – R$67.400,00
  • Dr. Luiz Ovando – R$57.500,00
  • Geraldo Resende – R$40.800,00
  • Vander Loubet – R$48.000,00
  • Camila Jara – R$45.760,00
  • Marcos Pollon – R$9.800,00

Total: R$ 415.936,00

 

Gastos com combustível -1º semestre

  • Geraldo Resende – R$ 45.131,56
  • Beto Pereira – R$ 41.214,57
  • Camila Jara – R$ 35.496,71
  • Dr. Luiz Ovando – R$ 32.194,07
  • Rodolfo Nogueira – R$ 30.768,79
  • Dagoberto Nogueira – R$ 22.491,37
  • Vander Loubet – R$ 21.112,89
  • Marcos Pollon – R$ 18.927,35

 

Total: R$ 247.337,31

 

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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