Política

ELEIÇÕES 2022

Indecisos são a maioria em primeira pesquisa Ipems para o governo de MS

Na pesquisa espontânea, 76,21% dos eleitores dizem estar indecisos; na estimulada, Puccinelli lidera, seguido de Trad

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A primeira pesquisa Ipems/Correio do Estado aponta que a disputa para o governo de Mato Grosso do Sul ainda está muito longe de uma definição. E o indicador responsável por esta constatação é o alto número de eleitores indecisos na pesquisa espontânea.

De uma forma simples e direta, quando perguntados em quem votariam para governador sem que nenhum nome fosse apresentado, 76,21% dos entrevistados disseram não saber ou preferiram não opinar.  

A justificativa para este alto número de indecisos, conforme o estatístico e diretor do Instituto de Pesquisas do Estado de Mato Grosso do Sul (Ipems), Lauredi Sandim, é porque o eleitor ainda está interessado em outras coisas, e não nas eleições.  

“Penso que ainda não existe uma campanha, nem mesmo uma pré-campanha, nas ruas. Por isso os mais citados na pesquisa espontânea não chegam a 10% das intenções de voto”, explica Sandim.  

Nesta mesma pesquisa, em que os nomes não são lançados ao eleitor, Marquinhos Trad (PSD) foi o mais citado, com 7,14% das intenções, seguido do ex-governador André Puccinelli (MDB), com 6,15% das intenções. Em terceiro apareceu o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), com 3,46%, e em quarto, o ex-secretário de Infraestrutura Eduardo Riedel (PSDB), com 3,27%.  

Ainda na pesquisa espontânea, Rose Modesto (União Brasil) teve 3,13% das citações dos eleitores, seguida de Giselle Marques (PT), com 0,18%. A pré-candidata do Psol, Luhhara Arguelho, não foi citada na pesquisa espontânea.  

Por tratar-se de uma pesquisa espontânea, nomes que sequer se colocaram na disputa para governador apareceram na pesquisa, como, por exemplo, o do deputado estadual Coronel David (PL), com 0,08%, e do juiz aposentado Odilon de Oliveira (PSD), com 0,07%.  

ESTIMULADA

O Ipems/Correio do Estado também apresentou a lista de pré-candidatos aos entrevistados e, neste cenário – de pesquisa estimulada –, os resultados são diferentes.  

O líder da pesquisa estimulada é o ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli, que aparece com 27,32% das intenções de voto. O segundo colocado é o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, com 23,03% das intenções.  

A deputada federal Rose Modesto é a terceira colocada, com 14,48% da preferência do eleitorado do Estado, seguida do deputado estadual Capitão Contar, que tem 9,86% das intenções.  

O ex-secretário de Infraestrutura de Mato Grosso do Sul Eduardo Riedel está em quinto, com 9,15% das intenções de voto. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,40 pontos porcentuais, para mais ou para menos, ele está tecnicamente empatado com Capitão Contar.  

A advogada Giselle Marques tem 2,57% das intenções de voto, e Luhhara Arguelho, 1,10%. Ambas também estão em empate técnico.  

Neste cenário, o número de indecisos, que não souberam ou não responderam e que votarão em branco ou anularão o voto é de 12,49% dos entrevistados.

A pesquisa Ipems/Correio do Estado foi realizada nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul entre os dias 26 de junho e 2 de julho. Foram realizadas 1.665 entrevistas. A margem de erro é de 2,40 pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o grau de confiança (a possibilidade de retratar a realidade) é de 95%.  

A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número MS-04652/2022 e obedece à Resolução 23.600/2019 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  

“Como a margem de erro é de 2,40 [pontos porcentuais], para cima ou para baixo, também podemos dizer que existe uma indefinição em relação ao segundo turno. Se continuarmos a levar em conta o fator de [ainda] não haver campanha nas ruas, tudo pode acontecer”, contextualiza Sandim.

REJEIÇÃO

O Ipems/Correio do Estado também verificou a rejeição dos pré-candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul, e o resultado apresentado reproduz a mesma ordem de classificação da pesquisa de intenção de votos estimulada.  

O ex-governador André Puccinelli é o mais rejeitados pelos eleitores: os que não votariam nele de jeito nenhum representam 35,50% do eleitorado.  

Marquinhos Trad é o segundo mais rejeitado, com 29,07% de desaprovação pelos eleitores.  

Rose Modesto é rejeitada por 24,04% dos eleitores, e Capitão Contar teve 16,33% dos eleitores que não votariam nele de forma alguma.  

Eduardo Riedel foi reprovado por 15,77% dos eleitores, Giselle Marques (PT), por 12%, e Luhhara Arguelho, por 10,45%. 

Política

STF forma maioria de votos contra marco temporal de terras indígenas

Os seis votos foram dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli

17/12/2025 18h15

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quarta-feira (17) maioria de votos pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. 

Até o momento, a Corte tem placar de 6 votos a favor e nenhum contra a restrição às demarcações. A maioria foi formada pelos votos dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Ainda faltam quatro votos.

A votação virtual começou na segunda-feira (15) e fica aberta até quinta-feira (18), às 23h59.

Luta contra o marco temporal

Em 2023, o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo voltou a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

Mato Grosso do Sul

A decisão interessa, principalmente, o Estado de Mato Grosso do Sul, que possui a terceira maior população de indígenas do país. De acordo com último Censo, divulgado pelo IBGE em 2022, Mato Grosso do Sul saiu de 77.025 originários em 2010 para 116.346 mil. A população de MS fica atrás apenas do Amazonas (490,8 mil) e da Bahia (229,1 mil).

Os cinco maiores municípios de MS em população indígena são: Campo Grande (18.439), Dourados (12.054), Amambai (9.988), Aquidauana (9.428) e Miranda (8.866).

Do total de indígenas em MS, 68.534 mil pessoas moram em terras indígenas, e outros 47.812 residem fora.

A Terra Indígena Dourados tem a 6ª maior população residente indígena do País, com um total de 13.473 mil. 

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FAMÍLIA RAZUK

Um dia após ser condenado a perda do mandato, deputado Neno vota à distância na Assembleia

Com isso, não comparecendo à assembleia, Razuk não correu o risco de ser notificado da condenação ou da perda do mandato

17/12/2025 15h00

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira Marcelo Victor/Correio do Estado

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL) foi condenado ontem (16) pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, por ser indicado como chefe de uma organização criminosa voltada ao jogo do bicho. 

No entanto, a condenação não impedia o deputado de comparecer à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17) para a última plenária do ano. Mesmo assim, o parlamentar não compareceu à Casa e participou da votação das cinco propostas aprovadas na ALEMS. 

Mesmo com a sentença, Razuk terá o direito de recorrer à decisão em liberdade. Ao Correio do Estado, o advogado André Borges, da defesa do parlamentar, afirmou que vai recorrer da sentença e que o "processo está longe de encerrar". 

Com o não comparecimento na Assembleia, o deputado não correu risco de ser notificado da condenação e nem prestar esclarecimentos à imprensa. 

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira O voto do deputado apareceu durante as deliberações das propostas na última sessão plenária da ALEMS de 2025 nesta quarta-feira (17) / Fonte: Reprodução

Sentença

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que Neno Razuk seria o líder de uma organização criminosa que estaria praticando, de forma intensa, as práticas em Campo Grande após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho durante a Operação Omertà, deflagradas em 2019 pelo MPMS contra as milícias armadas. 

Segundo as investigações, após as prisões, a família Name teria vendido seus pontos "na marra" e com uso de violência para um grupo de São Paulo, em uma tentativa de roubo a um malote do jogo do bicho que chamou a atenção das autoridades para investigar a situação. 

No documento que decretou 20 prisões preventivas de alvos da quarta fase da Operação Successione e 27 mandados de busca e apreensão, no mês passado, a família Razuk é "conhecida há décadas pela exploração ilegal do jogo do bicho e com expertise nas negociatas relacionadas ao ilícito". 

Além do crime da jogatina ilegal, também foram citados os de "assalto à mão armada e lavagem de dinheiro", especialmente na região de Dourados. 

Nas investigações da Gaeco, o clã da família Razuk tinha o plano de expandir a organização criminosa para o estado de Goiás. 

Segundo a averiguação dos fatos, o grupo realizava estudos com o apoio de organizações do estado goiano, como investidores e figuras influentes, para derrubar a liderança local da jogatina, que era comandado por Carlinhos Cachoeira, um bicheiro local.  

Com um financiamento de R$ 30 milhões de um investidor ainda não identificado, a missão era levar a uma "guerra pelo controle do jogo do bicho que atingiria ambos os Estados", como consta na investigação. 

As penas aplicadas pelo Judiciário somam mais de 100 anos de reclusão e multas que ultrapassam R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), além da perda de mandato do deputado estadual Neno Razuk.

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