lidiane kober
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Jerson Domingos (PMDB), só vai reduzir as sessões semanais para os parlamentares que se dedicarem mais na campanha eleitoral com acordo de lideranças. Ele, particularmente, não vê a necessidade de adotar medidas para concentrar esforços em um ou dois dias da semana para votação de projetos. Mas reconheceu que a disputa por mais um mandato prejudica o desempenho do Poder Legislativo. “A produção de projetos cai (no período eleitoral) porque a atenção dos deputados está voltada para a reeleição”, admitiu Jerson Domingos.
Alguns parlamentares chegaram a defender, na semana passada, a adoção do esforço concentrado, seguindo o exemplo do Congresso Nacional, que decidiu se reunir três dias em agosto e três em setembro para apreciar as matérias em pauta. Na Assembleia, a ideia seria realizar uma ou duas sessões por semana para votar os projetos em pauta e apresentar novas propostas. Dessa forma, na quinta-feira, os deputados estariam livres para pedir votos dos eleitores do interior do Estado. Dos 24 parlamentares, 20 correm atrás da reeleição, dois querem uma vaga de deputado federal e apenas dois não disputam mandato.
“Temos à noite, à tarde, nos finais de semana e feriados para fazer campanha”, comentou Jerson. “Portanto, acho que é possível conciliar as atividades”, completou.
Na primeira semana depois do recesso parlamentar, a produção da Assembleia foi baixa: foram votadas duas matérias e as sessões duraram no máximo uma hora. “Não temos projetos na gaveta”, ressaltou Jerson.
O plenário ainda ficou praticamente vazio durante as sessões. A maioria dos parlamentares até passou pelo local, mas só para assinar a lista de presença. “O importante é que sempre tivemos quórum para garantir as votações”, frisou o presidente da Assembleia.
Debate eleitoral
Na sessão de ontem foram aprovados dois projetos, mas o debate eleitoral ocupou o maior tempo da sessão. O deputado estadual Paulo Duarte (PT) ocupou a tribuna para pedir rigor da Justiça de Mato Grosso do Sul nas eleições deste ano. Segundo ele, existe pressão para que servidores públicos e famílias beneficiadas por programas sociais votem nos candidatos governistas.
“Isso é subestimar a capacidade de discernimento do servidor, porque ninguém vai votar em alguém que faz pressão em troca de votos”, rebateu o líder do governo na Assembleia, deputado estadual Youssiff Domingos (PMDB).
O petista ainda estranhou o uso de veículos da polícia para fiscalizar comitês políticos. “Fazem isso como se não tivessem outras coisas mais importantes para cuidar nas ruas”, comentou Duarte.