Política

ELEIÇÕES 2018

Juiz ordena e Polícia Federal impede palestra sobre fascismo na UFGD

Com base em denúncia, magistrado entendeu que se tratava de campanha

Continue lendo...

Denúncia enviada por meio do aplicativo “Pardal”, da Justiça Eleitoral, acabou com uma palestra sobre fascismo que seria realizada na Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), na manhã desta quinta-feira (25),  quando o Juiz eleitoral Rubens Witzel Filho proibiu a realização do evento e policiais federais foram acionados para cumprir a notificação judicial. O motivo seria a proibição da utilização de locais públicos para realização de campanha. Isto porque, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) era citado nos materiais de divulgação da aula. 

A aula pública começou por volta das 10h, mas de acordo com organizadores, às 11h, no momento em que alunos se manifestariam, usando o microfone, policiais federais impediram a fala de estudantes e, por meio de mandado judicial, a aula foi suspensa. 

A denúncia foi enviada pelo aplicativo “Pardal”, desenvolvido pela Justiça Eleitoral para que eleitores fiscalizassem e denunciassem infrações durante campanha. No texto, o denunciante alega que aula pública denominada “Esmagar o Fascismo - o perigo da candidatura Bolsonaro” é uma conduta vedada em campanha eleitoral por entender que ações praticadas por agentes públicos, servidor ou não, tipificadas na lei, em que a máquina pública administrativa é utilizada a serviço de candidatura são proibidas, desequilibrando a igualdade exigida entre os candidatos. O trecho da denúncia diz respeito ao artigo 77, I da Resolução TSE 23.551 que prevê punição aos infratores por comprometerem a normalidade das disputas pelo mandato.

A resolução determina também que é proibido usar locais públicos, materiais ou serviços públicos para comitê de campanha; cessão ou suso de servidor público para distribuição de bens de serviços públicos, nomeação, admissão, transferência ou dispensa de servidor público, três meses antes da eleição e até a posse. 

A reportagem do Correio do Estado teve acesso a uma prévia do que seria abordado na aula. O convite era para que alunos compreendessem melhor os perigos do retrocesso que “essa candidatura” representa, bem como as formas de resistência. “Convidamos a todos e a todas a participarem da aula pública com o tema “Esmagar o Fascismo”, diz parte do convite. A aula estava acontecendo no Centro de Convivência da Unidade 2 da UFGD.

Outra parte do texto sobre o teor da aula traz algumas informações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). “Realmente vivemos tempos sombrios. O candidato Jair Bolsonaro, líder das intenções de voto, representa o que já há de pior na política brasileira. Autoritarismo, violência e exploração são suas propostas para o Brasil. Em mais de 30 anos de vida pública, a única coisa que Bolsonaro fez foi engordar os próprios bolsos e de seus filhos. Não por acaso, ele defende o pior regime que já houve nesse país: a Ditadura Militar comandada por corruptos, entreguistas e torturadores”, diz parte do texto que seria abordado durante a aula.

Diretório Central de Estudantes (DCE) informou, por meio de sua página no Facebook, que a Polícia Federal (PF) abordou integrantes do DCE, coletou nomes e tirou fotos da bandeira da organização. “Repudiamos esse ato de censura à liberdade de manifestação e reunião de pessoas. Não nos calaremos!”, diz parte da nota do DCE.

A UFGD, também por meio de nota, informou que e a universidade é apartidária e se posiciona a favor de um ambiente plural, com produção científica e como um lugar de conhecimento e que a instituição muito se preocupa com as manifestações de ódio e violência por convicções políticas. Ainda conforme a nota, é importante que o espaço universitário seja respeitado, garantindo liberdade de imprensa e reunião, conforme assegura a Constituição.

Confira a nota da UFGD na íntegra:

Nos próximos dias teremos o segundo turno das eleições de 2018 no Brasil e muito nos preocupam as manifestações de ódio e violência por convicções políticas já em andamento.  

Em se tratando de uma universidade pública, a UFGD se posiciona a favor de um ambiente plural, com produção científica, artística e cultural; um lugar de conhecimento. Este ambiente deve ser democrático, para oportunizar o diálogo, a produção de pensamento crítico, proposta de ideias e posições, inclusive antagônicas, com possibilidade de pontos de vistas variados, mas sempre no âmbito das tolerâncias, respeitando-se as perspectivas ideológicas e as condições pessoais de forma não-violenta, repudiando qualquer tentativa de cerceamento às diferenças e/ou atentado à nossa Constituição.

Neste sentido é importante que o espaço universitário seja respeitado, garantindo-se assim, as liberdades de pensamento e de reunião asseguradas pela Constituição.

Reafirmamos e tornamos público o apreço pelo Estado Democrático de Direito do Brasil, pela autonomia da Universidade Federal pública, apartidária, laica, pluralista, gratuita e com qualidade e, desejamos que nestas eleições, predomine o espírito de paz e respeito às liberdades entre o povo brasileiro.

* Matéria atualizada às 18h para acréscimo de informações

Política

Trump acusa Brasil de promover 'caça às bruxas' contra Bolsonaro e elogia ex-presidente

O republicano elogia o ex-presidente como uma "líder forte" e um "negociador muito duro" nas questões de comércio internacional

07/07/2025 14h15

Redes Sociais

Continue Lendo...

Trump acusa Brasil de promover 'caça às bruxas' contra Bolsonaro e elogia ex-presidente

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta segunda-feira, 7, o ex-presidente Jair Bolsonaro do que chamou de "caça às bruxas", sem citar nominalmente quem estaria por trás da suposta perseguição.

"Eu tenho observado, assim como o mundo, como eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano", escreveu em publicação na rede social Truth Social, em que denuncia uma "coisa terrível no tratamento" de Bolsonaro.

O republicano elogia o ex-presidente como uma "líder forte" e um "negociador muito duro" nas questões de comércio internacional. "Ele não é culpado de nada, além de lutar pelo seu povo", escreveu.

Trump disse ainda que as eleições de 2022, em que Bolsonaro foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi "muito apertada". Acrescentou, sem apresentar números, que Bolsonaro lidera pesquisas eleitorais.

O líder da Casa Branca evocou paralelos com os julgamentos que ele próprio enfrentou na Justiça americana e sugeriu que o brasileiro é alvo de um "ataque a um oponente político".

"O único julgamento que deveria acontecer é um julgamento pelos eleitores do Brasil - chama-se Eleição. DEIXEM BOLSONARO EM PAZ!", concluiu.

O Contexto dos Julgamentos de Bolsonaro no Brasil

A declaração de Donald Trump ocorre em um momento crucial para Jair Bolsonaro no cenário político e jurídico brasileiro. O ex-presidente enfrenta uma série de investigações e processos que podem impactar significativamente seu futuro político. Entre os principais pontos, destacam-se:

  • Inquérito da Trama Golpista: Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Este processo investiga a participação do ex-presidente em atos que visavam subverter o resultado eleitoral e manter-se no poder. Ele e outros sete réus foram interrogados pela Primeira Turma do STF, com acusações que podem levar a penas de prisão de até 40 anos.
  • Inelegibilidade: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, até 2030, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2022. Essa decisão impede que ele concorra a cargos públicos nas próximas eleições.
  • Outros Processos: Além do inquérito da trama golpista, Bolsonaro é alvo de outras investigações, como as relacionadas à falsificação de certificados de vacina e ao desvio de joias destinadas à Presidência. Levantamentos indicam que o ex-presidente responde a centenas de processos na Justiça brasileira, abrangendo diversas esferas.

O cenário político atual no Brasil é marcado por uma polarização intensa e pela constante tensão entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A atuação do STF em casos envolvendo o ex-presidente tem sido um ponto central de debate, com acusações de perseguição política por parte de seus apoiadores e a defesa da legalidade e da democracia por parte das instituições.

A proximidade de julgamentos importantes e a possibilidade de novas condenações mantêm o nome de Bolsonaro em evidência, mesmo após o fim de seu mandato.

Reações à Declaração de Trump: Entre o Apoio e a Crítica

A declaração de Donald Trump em defesa de Jair Bolsonaro gerou uma onda de reações no Brasil, dividindo opiniões entre aliados do ex-presidente e membros do governo e da oposição.

Apoio da Direita Brasileira: Aliados de Bolsonaro e figuras da direita brasileira comemoraram a manifestação de Trump, interpretando-a como um endosso internacional à causa do ex-presidente.

O próprio Jair Bolsonaro agradeceu o apoio, afirmando ter recebido a nota de Trump "com muita alegria" e reforçando a narrativa de "perseguição política" que, segundo ele, estaria sofrendo. Parlamentares bolsonaristas e figuras como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ecoaram a fala de Trump, defendendo que Bolsonaro deveria ser julgado apenas pelos eleitores nas urnas.

Críticas do Governo Lula e Oposição: Por outro lado, ministros do governo Lula e membros da oposição reagiram com veemência à declaração de Trump, classificando-a como uma interferência na soberania brasileira e no Poder Judiciário. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem citar nominalmente Trump, afirmou que o Brasil é um país soberano e que não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja".

Ministros como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticaram a postura de Trump, sugerindo que ele deveria se preocupar com seus próprios problemas internos e respeitar as instituições brasileiras. Diplomatas brasileiros, embora evitem um embate direto, avaliam que a fala de Trump busca ampliar o impacto de uma provocação política.

A polarização política no Brasil se reflete nessas reações, onde a declaração de um líder estrangeiro é rapidamente absorvida e utilizada para fortalecer narrativas já existentes, seja de apoio ou de crítica ao ex-presidente e ao atual governo.

Histórico de uma Aliança: Trump e Bolsonaro

A relação entre Donald Trump e Jair Bolsonaro sempre foi marcada por uma forte afinidade ideológica e um apoio mútuo explícito, que se intensificou durante seus respectivos mandatos presidenciais. Desde o início, Bolsonaro expressou admiração por Trump, chegando a se autodenominar o "Trump dos trópicos".

Apoio Recíproco: Durante o período em que ambos estavam no poder, a parceria entre Brasil e Estados Unidos sob suas gestões foi frequentemente destacada. Houve declarações conjuntas e encontros que reforçaram a aliança estratégica entre os dois países. Bolsonaro não hesitou em expressar sua torcida pela reeleição de Trump, e o ex-presidente americano, por sua vez, sempre elogiou Bolsonaro como um "líder forte" e um "negociador muito duro" nas questões de comércio internacional.

Paralelos e Similaridades: A retórica de ambos os líderes frequentemente apresentava paralelos, especialmente no que diz respeito a temas como nacionalismo, combate ao "establishment" e críticas à imprensa. Trump e Bolsonaro também enfrentaram acusações de ataques às instituições democráticas e questionamentos sobre processos eleitorais, o que fortaleceu a percepção de uma "irmandade" política entre eles.

A defesa de Trump a Bolsonaro, comparando a situação do brasileiro aos seus próprios julgamentos nos EUA, reforça essa narrativa de perseguição política que ambos alegam sofrer.

Mesmo após deixarem a presidência, a conexão entre os dois líderes permaneceu. Trump continua a ser uma figura de referência para a direita brasileira, e seu apoio a Bolsonaro é visto como um fator importante para a revitalização do grupo político do ex-presidente no Brasil, especialmente em um cenário de incertezas jurídicas e políticas.

Análises de Especialistas: Implicações e Estratégias

A declaração de Donald Trump em defesa de Jair Bolsonaro gerou diversas análises por parte de especialistas e analistas políticos, que buscam decifrar as motivações por trás da fala e suas possíveis implicações para o cenário político brasileiro e internacional.

Motivações de Trump: Muitos analistas apontam que a manifestação de Trump não é apenas um gesto de solidariedade a um aliado político, mas também uma estratégia para fortalecer sua própria base eleitoral nos Estados Unidos.

Ao se solidarizar com Bolsonaro, que também se apresenta como vítima de uma "perseguição política", Trump reforça a narrativa de que ele próprio é alvo de um sistema que busca silenciar oponentes. Além disso, a fala pode ser vista como uma forma de testar a temperatura política e a capacidade de influência em outros países, especialmente em um ano eleitoral nos EUA.

Impacto no Brasil: No contexto brasileiro, a declaração de Trump pode ter um efeito ambíguo. Por um lado, ela energiza a base de apoio de Bolsonaro, fornecendo um endosso internacional à sua causa e à narrativa de perseguição.

Por outro lado, ela pode gerar uma reação contrária por parte de setores que veem a fala como uma interferência indevida na soberania nacional e nos assuntos internos do Brasil. Especialistas do governo Lula, por exemplo, interpretam a fala como uma tentativa de desestabilização e uma afronta às instituições democráticas brasileiras.

Implicações para 2026: A fala de Trump também levanta questões sobre as eleições de 2026 no Brasil. Embora Bolsonaro esteja inelegível, o apoio de uma figura como Trump pode manter seu nome em evidência e influenciar a disputa presidencial, seja por meio de um candidato apoiado por ele ou pela manutenção de sua base eleitoral.

Alguns analistas sugerem que Trump estaria sinalizando apoio a uma eventual candidatura de Bolsonaro, caso a inelegibilidade seja revertida, ou de um sucessor que mantenha a mesma linha ideológica.

Em suma, a declaração de Trump é vista como um movimento calculado, que busca reverberar tanto no cenário político americano quanto no brasileiro, reforçando narrativas e mobilizando bases de apoio em um contexto de crescente polarização global.

Política

MPF vai ao STJ para reabrir ação contra ex-presidente da Vale por tragédia de Brumadinho

Caso tramitava na Justiça Estadual de Minas, mas, após decisão do Supremo Tribunal Federal

07/07/2025 13h30

Divulgação

Continue Lendo...

O Ministério Público Federal apresentou recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar reabrir ação penal que atribui responsabilidade criminal ao ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman pela tragédia de Brumadinho, em janeiro de 2019.

O parecer do MPF pede a revisão da decisão do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), que concedeu habeas corpus aos executivos por entender que não havia indícios de sua participação no rompimento da barragem. Segundo a Procuradoria, não seria possível antecipar a análise de provas antes da fase de pronúncia.

O Estadão fez contato com a defesa de Schvartsman. Seu advogado, o criminalista Pierpaolo Cruz Bottini, disse que, por enquanto, não vai se manifestar. Em fevereiro de 2020, o executivo e outros 15 citados na investigação foram denunciados pelo Ministério Público estadual de Minas Gerais pelos crimes de homicídio e danos ambientais relacionados ao rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. Além de graves danos ambientais, o tsunami de lama que se fez após a queda da barragem causou a morte de pelo menos 270 pessoas.

O caso tramitava na Justiça Estadual de Minas, mas, após decisão do Supremo Tribunal Federal em dezembro de 2022, a competência para julgar a ação penal foi transferida para a Justiça Federal. O Ministério Público entendeu que Fábio Schvartsman tinha ciência dos problemas de segurança das barragens da Vale e que, mesmo assumindo a presidência da mineradora após o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015 - provocando a morte de 19 pessoas - não se empenhou para evitar os danos ambientais e as mortes sob o mar de lama da Barragem 1, em Brumadinho.

Em março de 2024, os desembargadores do TRF-6 determinaram o trancamento da ação penal contra o executivo, ao considerar que a denúncia não conseguiu comprovar indícios mínimos de autoria. O tribunal acolheu um habeas corpus da defesa de Fábio Schvartsman, concluindo que a denúncia não apontou relação entre o então diretor-presidente da Vale e o desastre.

"Considerando as circunstâncias do caso concreto, é inevitável, a partir dos elementos narrados na denúncia, concluir pela ausência, por ora, de indícios mínimos de autoria para a persecução penal, exclusivamente em relação ao paciente, razão pela qual determino, quanto a Fábio Schvartsman, o trancamento da acusação feita no bojo da ação penal", afirmou o desembargador federal Boson Gambogi, na ocasião.

Ao ajuizar recurso especial perante o Superior Tribunal de Justiça, a Procuradoria afirma que a decisão do TRF-6 foi "inadequada e precipitada, uma vez que caberia à primeira etapa de análise do tribunal do júri, na fase de pronúncia, examinar as provas e verificar os indícios de crime". O parecer pontua que habeas corpus não deve fazer juízos antecipados de culpa ou inocência do acusado, enquanto medida jurídica excepcional.

Para o procurador regional da República Pedro Barbosa Pereira Neto, houve uma violação ao princípio do devido processo legal, uma vez que a decisão teria antecipado a etapa da pronúncia. "O que se pretende é que a apuração da responsabilidade criminal de alguém se faça em conformidade com o devido processo legal", afirma.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).