Política

Prisão Domiciliar

Kassab diz que há 'vírgulas' na política que não justificam tornozeleira em Bolsonaro

A colocação da tornozeleira se deu após a PF apontar que Bolsonaro tem atuado para dificultar o julgamento do processo que apura tentativa de golpe de Estado

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O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, avalia que pode haver justificativas técnicas para a colocação de uma tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como para sua prisão domiciliar, mas que o ambiente político pode não ser o mais adequado para essas ações no momento.

As determinações foram feitas no mês passado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de coagir o Supremo, por meio de sanções americanas. A iniciativa teria como objetivo reverter o julgamento da ação penal do golpe, na qual o ex-presidente é réu.

"Conversando com constitucionalistas sobre o tema, eles dizem que existem vírgulas na Constituição que justificam essa tornozeleira, mas existem vírgulas na política - e falo eu - que não justificam", disse ele em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, que vai ao ar hoje à noite.

A colocação da tornozeleira se deu após a PF apontar que Bolsonaro tem atuado para dificultar o julgamento do processo que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, e dizer que as ações poderiam caracterizar crimes de coação no curso do processo, obstrução de justiça e ataque à soberania nacional.

Moraes ainda determinou a prisão domiciliar após concluir que Bolsonaro descumpriu uma das medidas cautelares que o proibiam de se manifestar nas redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros.

Segundo o ministro, a restrição foi violada quando o ex-presidente saudou manifestantes em Copacabana, no Rio, por telefone, em ligação feita pelo filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que publicou o vídeo nas redes e depois apagou a postagem - episódio citado na decisão.

Para Kassab, se o clima continuar tenso entre Legislativo, Executivo e Judiciário, a situação do País poderá se agravar. "Na atual escalada, logo teremos uma guerra entre os Poderes. Os Três Poderes, as três instituições, estão realmente com muita dificuldade na sua estabilidade e na sua convivência", observou

O presidente do PSD também comentou sobre a ocupação da mesa da Câmara por deputados da oposição esta semana.

"A ocupação da mesa de uma maneira inadequada não contribui em nada para melhorar a péssima imagem do nosso Legislativo. Isso está criando um afastamento da sociedade, da política, que é muito ruim", criticou.

Kassab também falou sobre o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o mundo, com taxas especificamente elevadas para o Brasil.

"Até o momento, é uma posição unilateral americana. E isso, vindo desse parceiro, afeta as questões internas em todos os campos. Então, eu espero realmente que, com o tempo, caia a ficha dos Estados Unidos de que ele não está usando os instrumentos adequados diante das divergências que ele tem no campo da política", disse, sobre a imposição de Trump de atrelar o aumento das alíquotas ao julgamento de Bolsonaro.

Sobre posicionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderiam ter adicionado mais fôlego a Trump para decidir que o Brasil teria uma das tarifas mais elevadas para exportação de seus produtos aos EUA, Kassab afirmou que, por mais que o presidente do Brasil emita suas opiniões, não há justificativa para o presidente americano apresentar medidas desse calibre.

"Se essa for a razão, não justifica."

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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