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Lula ataca ausência de governadores e defende sua postura de não priorizar aliados

Fala ocorreu em cerimônia do Novo PAC; presidente fez referência a não comparecimento a eventos do governo federal nos estados.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta sexta-feira (26) ausência de governadores de oposição em eventos do governo federal, e disse que anda de cabeça erguida porque não prioriza aliados.

O chefe do Executivo não citou diretamente ninguém. A declaração desta sexta foi dada em cerimônia de divulgação dos resultados do Novo PAC Seleções para as modalidades mobilidade grandes e médias cidades e drenagem.

Apesar de todos os 27 governadores terem sido convidados, apenas oito compareceram. Outros três enviaram seus vice-governadores, dentre eles, Felício Ramuth, de São Paulo. No início do mês, Lula se queixou de que Tarcísio de Freitas (Republicanos), presidenciável do campo bolsonarista, não ia a nenhum evento que ele convidada.

Nesta sexta, Lula disse que faz questão de convidar governadores quando faz eventos nos estados, porque quer mostrar à sociedade que a convivência democrática e respeitosa é boa para todos.

"Todas as vezes que viajo para estado, convoco governador, porque quero que ele vá. Quero que ele fale. Quero que ele diga o que tiver que dizer. Ah, não tem comparecido. Possivelmente ainda pela imagem negativista que um presidente só viajava para estado que gostava, viajava para atender amigos e não dava importância praqueles que pensassem diferentemente. Uma coisa absurda", disse.

"Não é porque governo de São Paulo é oposição que vou deixar de atender projetos. (...) Quando a gente faz PAC Seleções é novidade na politica brasileira, nunca se chamou entes federados para discutir política pública, era politica de amigo, de compadre", disse.
"O que nos dá direito de andar de cabeça erguida é que a gente não prioriza governador, mas importância da obra e benefícios que obra dará para população, independente se o prefeito é corintiano, flamenguista", completou.

Estiveram na cerimônia desta sexta no Planalto os governadores: Jerônimo Rodrigues (Bahia); Raquel Lyra (Pernambuco); Elmano de Freitas (Ceará); João Azevêdo (Paraíba); Renato Casagrande (Espírito Santo); Rafael Fonteles (Piauí); Fábio Mitidieri (Sergipe); Wilson Lima (Amazonas).

De vice-governadores, além de Ramuth, estiveram Hana Ghassan (Pará) e José Carlos Barbosa (MS).

Em outro momento, numa referência menos velada a Jair Bolsonaro (PL), Lula disse que os programas de governo têm de ser para população, não governante e mencionou "critério imbecil" do governo anterior. "Se o Lula faz Minha Casa Minha Vida, eu vou fazer Minha Casa Verde e Amarela, ou seja, um critério imbecil para um país que precisa tanto do Estado".

Numa fala que antecedeu a de Lula, Rui Costa (Casa Civil) também criticou governadores, mais explicitamente o de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL). E disse que fica chateado quando há politização de tragédias, como a do Rio Grande do Sul e disse que Bolsonaro tratou Bahia com "deboche" na enchente de 2021.

"Sou forçado a comparar do tratamento que a Bahia recebeu naquele momento [em 2021] do tratamento que é dado ao Rio Grande do Sul. Bahia recebeu desprezo descaso e eu diria, certo deboche, porque a visita do então presidente foi para fazer uma motociata", disse.

Costa afirmou ainda que o governo anterior não liberou recursos para reconstrução do estado com casas novas ou obras de prevenção. À época, ele era governador da Bahia.
"Aquelas obras que governo federal não fez, o senhor [Lula] hoje está fazendo para proteger as cidades do sul e do extremo sul da Bahia. Digo isso porque me entristece muito quando a gente está trabalhando duro das oito da manhã à meia noite ver pessoas priorizando discurso politico embate politico ao invés de cuidar das pessoas", completou, sem citar diretamente Eduardo Leite, governador gaúcho.

Rui Costa também disse São Paulo foi contemplado com "volume bastante expressivo" de recursos, e citou outros estados, todos de oposição: Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná.

"Tenho orgulho de dizer, presidente, que o senhor hoje libera aqui só de macrodrenagem no estado de Santa Catarina, que não tem frequentado aqui as solenidades para receber os investimentos, R$ 1 bilhão para macrodrenagem", disse, completando que o critério para liberação de recursos é a comprovação dos estados que tiveram desastres nos últimos anos.

O Novo PAC é uma das principais vitrines do governo Lula 3. Nesta sexta, a cerimônia marcou a liberação de investimentos públicos e privados na ordem de R$ 41,2 bilhões para obras de mobilidade urbana, drenagem, abastecimento de água e saneamento.

Os empreendimentos serão contemplados em três eixos do Novo PAC Seleções: Cidades Sustentáveis e Resilientes, Infraestrutura Social e Inclusiva e Água Para Todos. Os municípios e estados apresentaram os projetos, que posteriormente foram aprovados pela Casa Civil, responsável pelo programa.

Foram selecionadas 872 propostas das 3,7 mil apresentadas pelos municípios. No total, serão contempladas 707 cidades. O detalhamento das cidades contempladas na seleção ainda não foi apresentado pelo Palácio do Planalto.

As propostas fazem parte de eixos coordenados pelo Ministério das Cidades, de Jader Filho. Serão R$ 15,3 bilhões para drenagem, R$ 9,9 bilhões para mobilidade em médias e grandes cidades, R$ 5,9 bilhões para abastecimento de água e R$ 10,1 bilhões para esgotamento.

A seleção de obras anunciadas neste sexta contemplará ainda as de drenagem para o Rio Grande do Sul, que entraram no programa de forma extraordinária, e terão R$ 6,5 bilhões (já incluídos nos R$ 15,3 bilhões).
O programa Convive (Centro Comunitário pela Vida), do ministério da Justiça, também terá R$ 460 milhões para construção de 30 empreendimentos em 24 estados.
 

*Informações da Folhapress 

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Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

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Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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