Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a sede do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC Paulista, às 18h45 (horário de Brasília) em São Bernardo do Campo para se apresentar à Polícia Federal. O líder do PT seguirá para Curitiba para cumprir ordem de prisão do juiz federal Sérgio Moro, expedida na quinta-feira (5).
Durante a tarde, o presidente chegou a entrar no carro junto com seu advogado para deixar o prédio, mas militantes apoiadores bloquearam a saída do veículo e o ex-presidente foi retirado do carro, voltando para o sindicato.
Comboio da Polícia Federal, com carros descaracterizados, já aguardavam o ex-presidente do lado de fora do sindicato e, após ele se entregar, seguiram em comboio.
Na manhã de hoje, Lula falou pela primeira vez publicamente sobre a decisão, criticou à Justiça, o Ministério Público e a imprensa e disse que se apresentaria à Polícia Federal ainda neste sábado.
"Eu sou o único ser humano processado por um apartamento que não é meu, e eles sabem que a Lava Jato mentiu que era meu, o MP mentiu que era meu, e eu pensei que o Moro ia resolver e também mentiu que era meu, e me condenou", disse em discurso que durou 55 minutos.
A prisão de Lula foi decretada com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), fixado em 2016, que autorizou a execução provisória da pena de condenados pela segunda instância da Justiça. Na quarta-feira (4), a defesa do ex-presidente tentou reverter o entendimento, mas, por 6 votos a 5, a Corte negou um habeas corpus preventivo para evitar a prisão.
Na decisão na qual decretou a prisão, Moro explicou que Lula não ficará em uma cela “em atenção à dignidade cargo que ocupou”. De acordo com o juiz, o ex-presidente deve ficar separado dos demais presos para “preservar sua integridade física e moral”.
Lula estava na sede do sindicato desde quinta-feira (5) à noite, quando foi expedida a ordem de prisão.


