Política

JOGOS

Lula diz que vai sancionar projeto que libera cassinos e jogos de azar

Exploração dos jogos é proibida no Brasil desde 1946

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (21), que deve sancionar o projeto de lei que propõe a legalização de cassinos e jogos de azar, como bingo e jogo do bicho, no Brasil. Para Lula, entretanto, não é isso “que vai salvar o país” em termos de receitas e geração de empregos.

Em entrevista à Rádio Meio Norte, em Teresina, no Piauí, o presidente disse que, se o texto for aprovado no Congresso, com acordo entre os partidos políticos, “não tem porque não sancionar”. Lula cumpre agenda de trabalho hoje na capital piauiense.

Na última quarta-feira (19), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, por 14 a 12 votos, relatório sobre o Projeto de Lei 2.234/2022, que veio da Câmara dos Deputados, onde foi aprovado, e tramita no Senado desde 2022. O tema agora deve ser remetido ao plenário da Casa. 

A proposta prevê a permissão para a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão (com pelo menos 100 quartos), restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais. O texto propõe ainda a possível emissão de uma licença para um cassino em cada estado e no Distrito Federal. Alguns estados teriam exceção, como São Paulo, que poderia ter até três cassinos, e Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, com até dois cada um, sob a justificativa do tamanho da população ou do território.

A exploração de jogos de azar no Brasil é proibida desde 1946. Parlamentares contrários ao projeto argumentam sobre o aumento do vício em jogos e a criação de um ambiente favorável à prostituição, ao consumo de drogas e máfia.

O presidente Lula disse que não joga, não é favorável a jogos, mas também não acha que é um crime.

“Houve um tempo em que esse discurso sobre jogos de azar tinha alguma verdade. De todos os jogos que acontecem, eu sempre achei que o jogo do bicho era o jogo que mais distribuía a dinheiro, porque o cara ganha R$ 50, R$ 40, R$ 30. Isso é considerado contravenção, é proibido. Jogar baralho, jogar poker, apostar dinheiro é proibido, fazer cassino é proibido. Mas é jogatina que você tem hoje na televisão, no esporte? Criança com celular na mão, fazendo aposta o dia inteiro. Quem é que segura isso?”, questionou.

“Eu não acredito no discurso de que ‘se tiver cassino o pobre vai gastar tudo que tem’. O pobre não vai no cassino, o pobre vai trabalhar no cassino, ele pode até ver a sua cidade se desenvolver, mas ele não vai porque o cassino é uma coisa pra gente que tem dinheiro”, acrescentou o presidente.

Já quem é a favor do projeto argumenta sobre os ganhos econômicos, geração de emprego e o desenvolvimento turístico das regiões com a presença dos cassinos, além do aumento da arrecadação de impostos para o governo. Apesar de concordar com esses benefícios, para Lula, “não é isso que vai resolver o problema do Brasil”.

“Essa promessa fácil de que vai gerar dois milhões de empregos, de que vai desenvolver não é verdade também. O meu jogo é fazer a economia brasileira voltar a crescer, o meu jogo é fazer muito investimento no ensino profissional, técnico, nas universidades e no ensino fundamental. Meu jogo é fortalecer a escola de tempo integral do Brasil inteiro, é gerar emprego, aumentar salário, distribuir renda porque é isso que deixa o povo feliz. É esse jogo que o povo tem que apostar e é esse jogo que o povo vai ganhar”, ressaltou. 

Leilão de arroz

Durante a entrevista, o presidente também comentou sobre a oferta de arroz no país e afirmou que os leilões para a importação de 1 milhão de toneladas do grão estão mantidos. Para ele, a “decisão drástica” sobre importar o produto se deu em função da alta do preço ao consumidor final.

“O cara me mostrou um pacote de arroz de 5 quilos [kg] a R$ 36 reais, a R$ 33. Eu falei ‘não é possível’, o povo não pode pagar R$ 36 num pacote de 5 kg, esse arroz está caro, aí tomei a decisão de importar. Depois tivemos a anulação do leilão porque houve uma falcatrua em uma a empresa”, contou.

O governo federal decidiu anular o leilão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 6 de maio e cancelou a compra das 263,3 mil toneladas de arroz que seriam importadas para o país, em razão de “fragilidades” no edital do certame. As empresas participam do leilão representadas por corretoras em bolsas de Mercadorias e Cereais e só são conhecidas ao final.

Novo edital será publicado, com mudanças nos mecanismos de transparência e segurança jurídica, mas ainda não há data para o novo leilão.

“Mas por que eu vou importar? Porque o arroz, ele tem que chegar na mesa do povo [no máximo] a R$ 20 um pacote de 5 kg, que compre R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá para ser a um preço exorbitante”, disse, reafirmando ainda a intenção do governo em expandir a área produtiva de arroz do país. “Vamos financiar, vamos oferecer o direito do cara plantar e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo.”

O objetivo da importação do arroz é garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno, que tiveram uma alta média de 14%, chegando em alguns lugares a 100%, após as inundações no Rio Grande do Sul em abril e maio deste ano.

O estado é responsável por cerca de 70% do arroz consumido no país. A produção local foi atingida tanto na lavoura como em armazéns, além de ter a distribuição afetada por questões logísticas no estado.

*Com informações da Agência Brasil

Política

Bolsonaro diz que Tarcísio será testemunha em denúncia da PGR: 'Amigo particular'

Tarcísio foi eleito como governador em 2022 com apoio do ex-presidente, após ser ministro da Infraestrutura durante o seu governo

11/03/2025 23h00

Bolsonaro diz que Tarcísio será testemunha em denúncia da PGR: 'Amigo particular'

Bolsonaro diz que Tarcísio será testemunha em denúncia da PGR: 'Amigo particular' MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que incluiu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), entre as suas 13 testemunhas de defesa no caso que apura se houve envolvimento do capitão reformado na tentativa de golpe por ter "confiança nele".

"Ele acompanhou em parte. É um amigo particular. Ele vai falar alguma coisa. Vai responder o que for perguntado", disse. Ambos compareceram juntos ao evento XIII Salão Nacional e Internacional das Motopeças nesta terça-feira, 11.

Tarcísio foi eleito como governador em 2022 com apoio do ex-presidente, após ser ministro da Infraestrutura durante o seu governo. Além dele, outros cinco ex-ministros de Bolsonaro devem testemunhas: o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (PL-RJ), senadores Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Desenvolvimento Regional, e Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro chefe da Casa Civil e Gilson Machado, ex-ministro do Turismo.

"Foi amor à primeira vista em 2018. Eu não o conhecia. Ele é formado. Nos encontramos e ele foi o quinto a entrar na lista para ser ministro. Foi uma surpresa para todos nós", declarou o ex-presidente sobre o chefe do Executivo paulista. "Tenho muito a agradecer ao Tarcísio. É uma grande promessa para o futuro."

Bolsonaro disse que "por enquanto, é candidato" para as eleições em 2026, mas desconversou sobre a possibilidade de apoiar o governador à Presidência da República. Ele diz não trabalhar em apoiar outro candidato.

"Com todo respeito, o Tarcísio é um brilhante gestor. Só tenho elogias para dizer a ele. Ele sabe que é 20 anos mais novo do que eu. Tenho uma experiência. Não é fácil fazer seus ministérios sem interferência política", afirmou.

Política

José Guimarães: governo não vai 'se meter' na indicação de Eduardo Bolsonaro para comissão

A declaração de Guimarães ocorreu logo depois que o líder da bancada do PT na Casa, Lindbergh Farias, defender um acordo entre os parlamentares para barrar a escolha do deputado.=

11/03/2025 21h00

José Guimarães: governo não vai 'se meter' na indicação de Eduardo Bolsonaro para comissão

José Guimarães: governo não vai 'se meter' na indicação de Eduardo Bolsonaro para comissão Divulgação

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O deputado José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, disse que a gestão do petista não vai "se meter" na indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados (CREDN).

"O governo não se mete na composição de comissões [...] Isso é tarefa das lideranças partidárias, cabe a cada bancada", disse o deputado petista em entrevista a jornalistas após reunião com a nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

O PT iniciou uma ofensiva para barrar a nomeação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciar a indicação do parlamentar para a comissão.

A declaração de Guimarães ocorreu logo depois que o líder da bancada do PT na Casa, Lindbergh Farias, defender um acordo entre os parlamentares para barrar a escolha do deputado.

"Eu acho que não é uma questão do PT só, não é questão da Casa. É judicialização [...] A Câmara tem que entender isso. Ou seja, não é só o PT. Se tomarmos uma decisão como essa, vamos criar a possibilidade de mais conflitos internacionais, prejudicando o nosso país. Estamos vendo que não está faltando aviso: há uma crise com o Supremo Tribunal", disse o petista.

Lindbergh afirmou que a nomeação de Eduardo Bolsonaro para presidência da comissão "reforça uma articulação de constrangimento" da Corte e do ministro Alexandre de Moraes. O petista citou a decisão do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que aprovou um projeto que barra a entrada de Moraes no país norte-americano.

O dispositivo "No Censors on our Shores Act" (Sem Censura em nosso Território), prevê que autoridades estrangeiras que atuarem contra a liberdade de expressão de cidadãos americanos sejam impedidas de entrar nos Estados Unidos ou possam ser deportadas.

"Isso foi aprovado e tudo articulado pelo Eduardo Bolsonaro. Se vocês forem atrás, vão ver o post dele: 'Estamos conversando com fulano de tal, estamos conversando com tal senador'. Eles organizaram aquilo", afirmou.

A CREDN é responsável por analisar projetos sobre relações diplomáticas e política externa. Lindbergh chegou a pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) a apreensão do passaporte de Eduardo e uma investigação sobre possíveis crimes cometidos pelo deputado. Em entrevista ao blog da Andréia Sadi, no G1, o parlamentar afirmou que o PT só aceitará o deputado na presidência da comissão caso esteja sem o passaporte.
 

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