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Maioria dos brasileiros se opõe a liberação de armas, mostra Datafolha

Maioria dos brasileiros se opõe a liberação de armas, mostra Datafolha

FOLHAPRESS

27/10/2018 - 19h30
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A maioria dos brasileiros é contra o direito de o cidadão se armar, mostra pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (28). Concordaram com a afirmação de que a posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de outras pessoas, 55% dos entrevistados. Para 41%, possuir uma arma legalizada deve ser um direito do cidadão, para que possa se defender.

Essa discussão foi um dos temas centrais desta disputa eleitoral. Rever o estatuto do desarmamento, aprovado em 2005, e facilitar a compra de armas de fogo é uma das principais propostas do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), deputado federal e capitão reformado do Exército.

Em seu programa de governo, Bolsonaro defende que a possibilidade de se armar garante o direito do cidadão à legítima defesa "sua, de seus familiares, de sua propriedade e a de terceiros". 

"As armas são instrumentos, objetos inertes, que podem ser utilizadas para matar ou para salvar vidas. Isso depende de quem as está segurando: pessoas boas ou más. Um martelo não prega e uma faca não corta sem uma pessoa", afirma o documento com as propostas do presidenciável registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em entrevistas, Bolsonaro diferenciou porte de posse de armas. Ele defendeu a jornalistas da RedeTV! a autorização para posse de armas a cidadão a partir de 21 anos, cumprindo pré-requisitos como exame psicológico, capacidade de manuseio e residência. O porte, por sua vez, poderia ser permitido a, por exemplo, vigilantes e caminhoneiros, desde que submetidos a testes.

A maioria dos eleitores que declaram voto em Jair Bolsonaro (67%) acredita que a posse de armas deve ser legalizada. Para 29% deles, a liberação deve ser proibida. 

Na contramão, Fernando Haddad defende maior controle de armas -e a maioria de seus eleitores (83%) é contrária à liberação, enquanto 14% são favoráveis. 

"Não podemos aceitar o risco de um banho de sangue no país, como consequência do ódio, de armas nas mãos da população, de autorização ilimitada para o Estado matar. O combate implacável à impunidade e ao crime organizado será feito à base de inteligência e valorização da autoridade policial", diz o programa de governo petista.

Entre a maioria dos leitores que declaram voto branco ou nulo (69%) ou estão indecisos (68%) também prevalece a posição pela proibição.

A rejeição ao direito de se armar, contudo, vem caindo. Em pesquisa Datafolha realizada em setembro deste ano, 58% avaliavam que armas deveriam ser proibidas e 40% que deveriam ser liberadas. Em novembro de 2013, quando o instituto propôs o tema em seu questionário pela primeira vez, 68% apoiavam a proibição de armas e 30% se colocavam a favor da liberação.

A legalização da posse tem mais apoio dos homens (50% deles) do que de mulheres (63%). O armamento tem mais rejeição entre jovens (62%), menos escolarizados (61%), e eleitores do Nordeste (65%) e do Sudeste (57%). 

O apoio à posse de armas é maior na região Sul, onde é aprovado por 58%. No Centro-Oeste, 49% são pró-armamento e no Norte, 52%.

A sondagem do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. Foram entrevistados 9.173 eleitores, com 16 anos ou mais, em 341 municípios do país nos dias 24 e 25 de outubro de 2018. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pela Folha e pela TV Globo e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-05743/2018.

ORIENTAÇÃO SEXUAL

O instituto de pesquisas também ouviu eleitores sobre a aceitação da homossexualidade.

Um dos temas discutidos nesta campanha foi a questão do "kit gay" -como Bolsonaro apelidou o projeto Escola contra a Homofobia, que Haddad tentou implementar em sua gestão no Ministério da Educação. O material não chegou a ser distribuído nas escolas, mas o capitão reformado mostrou um exemplar de um livro que integraria o projeto em entrevista ao Jornal Nacional.

Grupos de WhatsApp de apoio ao candidato do PSL e contrários ao petista compartilharam informações falsas sobre o "kit gay".

Para 74% dos brasileiros, ampla maioria dos entrevistados, a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade, enquanto 18% pensam que deve ser desencorajada por toda a sociedade. Há ainda 8% que não opinaram sobre o tema.

Para 67% dos eleitores de Bolsonaro a homossexualidade deve ser aceita e para 25%, desencorajada. Entre eleitores de Haddad, esses índices são, respectivamente, de 83% e 10%.

Os mais jovens (84%), segundo a pesquisa, têm mais aceitação à ideia de que a homossexualidade deve ser aceita por todos, assim como os mais escolarizados (82%), mais ricos (82%) e católicos (80%). 

Esse índice de aceitação fica abaixo da média entre os mais velhos (64%), menos escolarizados (67%), na região Norte (65%) e entre evangélicos (57%, ante 33% que acreditam que deve ser desencorajada).

Apesar de declarações do candidato consideradas polêmicas em relação ao tema, o programa de governo de Bolsonaro não destaca nenhuma proposta para a população LGBT. O de Haddad dedica um capítulo ao tema e promete promover "o direito à vida, ao emprego e à cidadania LGBTI+, com prioridade para as pessoas em situação de pobreza" e a "criminalização da LGBTIfobia".

DESIGUALDADE

O Datafolha também apurou a percepção da população em relação a diferenças salariais entre homens e mulheres e entre negros e brancos.

A maioria (66%) dos eleitores discorda de que negros ganhem menos que brancos no mercado de trabalho pelo fato de serem negros -54% discordam totalmente e 12%, em parte.
Eleitores de Bolsonaro (75%) discordam mais dessa afirmação, totalmente ou em parte, do que os que declaram voto em Haddad (57%).

Também é majoritária (59%) a parcela dos que discordam de que mulheres ganhem menos por serem mulheres -46% discordam totalmente e 13%, em parte. Segundo o Datafolha, 38% concordam que há diferenças salariais entre os gêneros (25% totalmente e 13%, em parte).

Entre os homens, 63% discordam de que mulheres ganhem menos no mercado de trabalho. Entre as mulheres, esse índice é de 55%. Eleitores de Bolsonaro (66%) acreditam mais, totalmente ou em parte, que não há diferenças entre gênero no mercado de trabalho do que quem vota em Haddad (53%).

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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